Por: Caroline Simor
Fotos: Gelsoli Casagrande
Docente da Unidade por mais de 40 anos, o ex-professor Luiz Juarez de Azevedo faz um resgate histórico da Faculdade e lembra as superações da época
Em 1966, dois anos depois de ter concluído o ensino superior, o advogado Luiz Juarez de Azevedo, hoje titular do Cartório de Registros de Imóveis de Passo Fundo, foi convidado para ingressar como docente da Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo (UPF). Ligado à Instituição até 2009, ele faz um resgate de sua vivência dentro da Universidade e relata os desafios vencidos ao longo dos anos para que a Faculdade fosse reconhecida e tivesse uma consolidação plena.
Na trajetória de 43 anos junto à Faculdade, Juarez esteve à frente da direção da Unidade por duas oportunidades. Em suas experiências enquanto docente e diretor, pode participar dos processos de crescimento, superação e desenvolvimento de novas metodologias. Ele lembra que, nesse mesmo período, outros novos professores se juntaram a ele, dando uma nova cara à Faculdade com a implementação de novas ideias.
Para ele, nessa época, a FD passou por uma evolução bastante positiva, que permitiu a renovação da compreensão do que seria o estudo do Direito, os métodos de ensino e adoção de uma visão mais moderna a respeito do ensino jurídico. “A sua evolução foi progressiva, a ponto de, já na década de 1970, a Faculdade ter operado uma revolução tanto na metodologia quanto na questão da inserção da comunidade. Foi nesse período que, sob a direção dos professores Juarez Dihel, Jorge Buaes e Catarino Ferreira, se iniciou um direcionamento, não somente voltado ao ensino, mas também para a pesquisa e a extensão. Passamos a realizar congressos nacionais para debater as transformações que o direito positivo brasileiro vinha sofrendo naquela época”, destaca.
Atividades inovadoras
Em 1973, quando entrou em vigor o novo Código de Processo Civil, os professores organizaram o 1º Congresso Brasileiro para estudos do Processo Civil, o que inseriu a Faculdade de Direito da UPF à frente dos grandes centros de ensino, situados nas capitais. Ele lembra que, durante uma semana, foram ouvidos professores e conferencistas, juristas do centro do país, refletindo suas aplicações e consequências. De acordo com Azevedo, a reflexão se fez necessária a partir da importância da mudança de visão, uma vez que o código então vigente ainda datava da época da ditadura de Vargas, no período do Estado Novo (1937-1945), e não acompanhava a realidade mundial. “O Congresso foi um sucesso e efetivou-se como um marco para a Faculdade, produzindo uma intensa produção científica. A partir daí, instituiu-se uma prática de desenvolver congressos, dando abertura para os serviços prestados à comunidade, como o Sajur e o Balcão do Consumidor, que vieram mais tarde”, lembra o advogado.
Segundo Azevedo, essas ações, somadas ao desejo de oferecer uma formação atualizada e comprometida, foram os pilares que deram norte para as atividades desenvolvidas atualmente e que colocam a Faculdade entre as melhores do país e a única com o selo OAB Recomenda na região Norte do estado.
Pioneirismo e olhos no futuro
Com muito orgulho, ele recorda que a Faculdade de Direito da UPF foi a primeira a ser criada no interior do Rio Grande do Sul, iniciando, assim, a descentralização do conhecimento e da formação profissional. Para ele, graças aos esforços de muitos envolvidos, como os professores Reissoly Santos, João Junqueira Rocha, Cesar Santos e outros pioneiros, foi possível não somente criar uma faculdade, mas consolidar toda uma história.
Em sua opinião, o sucesso está no pensamento de que nunca se pode sentar sobre os louros conquistados. O professor recorda que, no tempo em que esteve na direção da Faculdade, passos importantes foram dados para que houvesse o reconhecimento existente. “Abrimos os cursos nos campi, colocamos em prática estágios e iniciamos um contato mais próximo com outras instituições, visando à formação qualificada e continuada dos professores. Vejo que, hoje, entre os grandes desafios da Faculdade, está o de manter a qualidade e resguardar o prestígio conquistado ao longo desses mais de 60 anos”, pontua, lembrando também que foi nesse período que surgiram as primeiras ideias para o projeto de um mestrado na Unidade.
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