Cultura

Exposição “Individualidades” está aberta para visitação

13/07/2023

09:52

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Divulgação

Promovida pelo curso de Artes Visuais, mostra encontra-se exposta na Galeria Espaço da Arte, do Parque da Gare

O curso de Artes Visuais da Universidade de Passo Fundo (UPF) realiza a exposição “Individualidades” na Galeria Espaço da Arte, do Parque da Gare. A mostra, que integra a poética desenvolvida pelos acadêmicos na disciplina Ateliê de Pintura II, sob a orientação da professora Marilei Teresinha Dal’Vesco, teve a abertura no dia 8 de julho, com a apresentação musical de Melisse Delavy e Carlos Bolacha.

A exposição materializa as narrativas, elaboradas a partir do conceito da pintura híbrida, que revelam a vivência e as experiências dos estudantes, assim como gestos, procedimentos, processos, pesquisas, cores, técnicas, materiais e suportes. “‘Individualidades’ configura-se como uma oportunidade de tonar o acadêmico protagonista dentro do seu processo de formação, e, acima de tudo, aproximar o curso de Artes Visuais da comunidade e região”, destaca Marilei.

Segundo a professora, a mostra desafia a dialogar com narrativas que tratam sobre a fome, perdas, infortúnios, identidades, visões políticas, mutações do corpo, interferências, silêncio e aceitação. “As produções mostram-se em sua fisicalidade, de forma autônoma, permitindo estabelecer múltiplos diálogos e reflexões, dispensando todo e qualquer discurso”, comenta.

Sobre a poética
A poética, conforme Marilei, tenta descobrir se há uma única causa profunda da incidência da fome, e, enquanto explora as questões, materializa em delícias paradoxais de quatro propostas diferentes e encadeadas entre si, como um vórtex, num ciclo repetitivo. “O panorama de Que comam brioches (1889) até Necropolítica (contexto atual) faz alusão a acontecimentos cronológicos e denota uma crescente piora nas situações humanas, fazendo um paralelo com técnicas e referências histórico-artísticas”, conta.

Bianca Petry Bortoluzzi relata como foi a experiência de participar da exposição. "Foi muito gratificante ver o resultado de uma criação de 6 meses chegar ao espectador dessa forma, na Galeria, no centro da cidade. É como se cumprisse o papel final no ciclo artístico, do diálogo com o exterior, que não estagna no artista", disse.

Rafaela Dall Aqua Fachi ressalta que a poética também dialoga a respeito das identidades e afetos. Ela descreve a poética “Identidade” como a primeira de quatro produções da série Afetos, que fala sobre as fases da tutoria felina, passando desde as primeiras impressões até a despedida. “Perda é a representação do que não está sob o nosso controle. A última fase da tutoria e quando nenhum dos elementos da Identidade podem ser vistos de outros modos ou tocados”, afirma.

Para Rafaela, é gratificante expor em um espaço como a Galeria Espaço da Arte, tendo a oportunidade de mostrar as produções, mesmo ainda em processo de formação acadêmica. “A abertura da exposição nos permitiu estabelecer um momento de troca de experiências entre os expositores e o público”, complementa.

Rebeca Pionkoski apresenta a poética Infortúnio. “Ela nos diz que, às vezes, carregamos, durante toda a vida, machucados que passam despercebidos e acontecimentos que parecem sem sentido sangram nossa alma na surdina, pesos e pesares intocados pelo medo da dor”, pontua. 

Já Augusto Candaten Deon apresenta uma série de três estudos. De acordo com ele, as propostas foram elaboradas a partir da exploração de novos materiais e tiveram a intenção de descoberta - a plasticidade, a curiosidade e a fascinação - e construção, tornando-se, assim, uma experiência que mescla momentos em que o processo se tornou ora sufocante, ora prazeroso. As produções são nomeadas de “Te curvas por quem?”, “Céu” e “Liberto”, que são independentes umas das outras, embora compartilhem a mesma linha de pensamento.

Guilherme de Britto Both reflete sobre a poética Seconda Dona, que é a representação da interferência familiar. “Às vezes, é impossível se sentir no controle das próprias decisões. Às vezes, os outros parecem colocar sobre você os desejos e anseios que eles têm. Contudo, eles não são protagonistas nem mesmo da própria história. A Primadonna é, na verdade, outra. Já Pequeno ponto azul é a manifestação do sentir-se silenciado, incapaz e incompreendido. Quando a sonda Voyager 1 saiu do sistema solar, sua última fotografia foi virada para trás, representando a insignificância da Terra no universo, sensação que tive ao me sentir invisível ao tentar me posicionar e ser visto. É sobre se afogar em um mar vazio”, finaliza.

A exposição “Individualidades” pode ser prestigiada até o dia 26 de julho, das 16h às 18h30min.