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Dia Nacional da Saúde: a importância de hábitos saudáveis

02/08/2019

14:09

Por: Jéssica França

Fotos: Arquivo/UPF

Data também marca a importância da educação sanitária para o desenvolvimento da saúde no Brasil

A vida contemporânea faz com que o tempo dedicado ao trabalho, aos estudos, à família e ao lazer preencha todas as horas do dia, contudo, essa correria também faz com que não se dê a atenção merecida à saúde.  O Dia Nacional da Saúde, comemorado em 5 de agosto, alerta sobre a importância de hábitos saudáveis para uma vida mais plena, uma data que também lembra a importância da educação sanitária para o Brasil. 

De acordo com o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (FM/UPF) Me. Julio Augusto de Souza Mota, no passado, até o início do século XX, não havia uma preocupação do Estado com a saúde da população.  “O que aconteceu na virada do século XIX para o século XX foi uma preocupação com o impacto que o adoecimento da população provocava na própria estrutura econômica, no próprio desenvolvimento do país. Então, a partir daí, foram desenvolvidas ações que envolveram figuras de destaque, tais como Oswaldo Cruz, que se dedicaram a tentar reduzir o adoecimento da população, para que se pudesse ter um impacto positivo no próprio desenvolvimento do país”, contou. 

No passado, havia, no Brasil, muitas doenças, como varíola e febre amarela, em paralelo com uma crescente urbanização e o surgimento de tecnologias para combate a essas doenças. “Por volta de 1900, ocorreram várias campanhas na tentativa de erradicar essas doenças, muitas delas bem-sucedidas. Oswaldo Cruz foi muito elogiado no mundo todo, mas, ao mesmo tempo, essa iniciativa do governo em controlar as doenças provocou certo descontentamento da população, que não estava habituada com a ideia de ser vacinada ou mesmo de expor seus domicílios, tanto é que, em 1905, ocorreu uma revolta popular, a Revolta da Vacina, contra essas medidas sanitárias”, contou o professor. 

Hábitos saudáveis 
A importância de introduzir no cotidiano hábitos saudáveis promove a prevenção de inúmeras doenças. A atividade física e uma alimentação adequada, evitando vícios como o cigarro, o sedentarismo, o uso excessivo de álcool, são importantes para a promoção da saúde.   Conforme o professor, pequenas ações no dia a dia fazem total diferença. “Para melhorar a saúde, precisamos investir em pequenas ações do cotidiano, às quais, muitas vezes, não damos tanta importância. Valorizamos medicamentos e exames, que são importantes também, mas o grande foco é a nossa responsabilidade sobre a nossa saúde e sobre as coisas que a gente faz no nosso dia a dia”, explicou.

Contexto histórico 
No passado, somente uma parcela da população tinha acesso a saúde, situação que mudou com a criação do Ministério da Saúde em 1930 e posteriormente com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). “Antes de ser criado o SUS, basicamente só tinha acesso ao sistema de saúde quem tinha contribuição previdenciária. Então, começou a ocorrer uma mobilização para reforma sanitária que era um movimento que tentava rever a maneira como se dava acesso à população ao sistema de saúde. Na década de 1980, com o fim da ditadura militar e o processo de redemocratização do país, ocorreu a 8ª Conferência Nacional de Saúde, e, em seguida, a promulgação na Constituição, que foi um grande marco para área porque, a partir de 1988, a saúde passou a ser um direito de todo cidadão com a vinda do SUS”, disse.

Segundo o professor, mesmo que o SUS apresente problemas relacionados a financiamento e gestão, ele contribuiu muito para o avanço da saúde no país. “O SUS é responsável por uma redução importantíssima da mortalidade infantil e pelo aumento da expectativa de vida das pessoas.  Por mais problemas que tenhamos com a saúde pública hoje em dia, sempre temos que olhar para esse quadro não como uma foto do agora, mas como um filme, pois, apesar de tudo, percebemos uma melhoria nos indicadores da saúde da população”, finalizou.