Quando a extensão universitária contribui com a formação dos futuros profissionais

Com o objetivo de abordar o quão fundamental é a extensão universitária e a inserção comunitária na formação dos acadêmicos da área da saúde, estudantes do curso de Medicina da Universidade de Passo Fundo (UPF) desenvolveram o trabalho "A importância da extensão na inserção do aluno da área da saúde na comunidade: o caso do projeto Cenários em Saúde da Família da UPF". A pesquisa analisou o projeto que existe há cerca de 5 anos e atua na Escola de Educação Infantil Geny Araujo Rebechi, em Passo Fundo, com crianças de 0 a 6 anos, professores e comunidade local. O estudo é realizado pelas acadêmicas do VI nível Iara Dall’Agnol Trevizan e Andreza Crestani, sob a orientação do professor Me. Vinícius Rauber.

Segundo as acadêmicas, inúmeras atividades já foram realizadas no projeto. “O enfoque delas é voltado à educação em saúde, com ações como, por exemplo, higienização das mãos, escovação correta dos dentes, cuidados com piolho, alimentação saudável, prevenção de parasitoses, princípios básicos de primeiros socorros, psicomotricidade infantil, entre outras. Além de ações dentro da escola, realizamos uma campanha para a arrecadação de livros infantis para a biblioteca da instituição de ensino, a qual foi inaugurada em 2018”, conta Iara.

Para a conclusão do estudo, as acadêmicas reuniram os depoimentos de acadêmicos da área da saúde que fizeram parte de projetos de extensão e os resultados apontaram uma relevante contribuição por parte dos projetos de extensão no processo de formação acadêmica. “Majoritariamente, eles relataram a importância que os ensinamentos adquiridos na comunidade tem na prática da escuta e empatia para a sua formação mais humanizada e a possibilidade de experimentar muito mais a prática de suas profissões. Além de poder intervir e participar da realidade das comunidades para produzir conhecimento e torná-lo acessível para os diferentes setores da população, possibilitando sair da zona de conforto para se tornarem profissionais capazes de compreender não só o corpo humano, mas a sua mente, suas angústias e suas mazelas”, comenta Iara.

Aproximação com a realidade
A pesquisa teve o intuito de demonstrar que, para o êxito de uma formação mais humanizada, voltada para uma educação que tenha por objetivo a transformação do aluno e, consequentemente, a transformação das relações sociais, é fundamental o conhecimento da realidade. “Para a formação de profissionais da saúde competentes, capazes de atuarem em situações sociais complexas, as quais exigem a elaboração de materiais instrucionais para socializar conhecimentos, é necessário encarar os desafios que são propostos pelo ensino-extensão”, pensa Iara, complementando que a inserção do acadêmico da área da saúde em projetos de extensão contribui tecnicamente para a sua formação, voltada à integralidade do cuidado em todos os níveis de assistência, visando responder às demandas e às necessidades de saúde da população.

Conforme Rauber, a inserção dos acadêmicos da área da saúde em projetos e atividades de extensão que atendam à comunidade mostra que a UPF não é só uma instituição de ensino superior, mas uma instituição com diversas ações que demonstram o seu perfil comunitário. “Esse contato dos estudantes com a população é fundamental para as suas formações”, disse o professor.

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