Pesquisa e Inovação

Laboratório de Fisiologia de Peixes completa 20 anos

20/08/2021

13:31

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Tainá Binelo

Professores, estudantes e pesquisadores atuam na iniciação científica, nas parcerias para projetos e promovem um espaço para a extensão universitária

Ensino, pesquisa e extensão fazem parte da rotina do Laboratório de Fisiologia de Peixes da UPF. Criado há 20 anos, completados agora em 2021, o espaço colocou em prática diversos projetos auxiliando na formação de profissionais e sendo uma fonte para a iniciação científica na Universidade de Passo Fundo (UPF)

Inicialmente chamado de Laboratório de Diagnóstico e Pesquisa em Ictiopatologia, o Laboratório desenvolve atividades de pesquisa ligadas a dois programas de pós-graduação: em Bioexperimentação e em Farmacologia, feito a partir de um convênio com a Universidade Federal de Santa Maria. Além da pesquisa ligada à pós-graduação stricto sensu, o Laboratório de Fisiologia de Peixes desenvolve diversas atividades junto ao curso de Medicina Veterinária e outros cursos da UPF, como aulas práticas e visitas técnicas. 

De acordo com o coordenador do espaço, professor Dr. Leonardo José Gil Barcellos, ao longo de duas décadas, as atividades vêm sendo amplamente financiadas com recursos externos captados junto às agências de fomento. Desde sua criação, o Laboratório se destaca no quesito captação de recursos, começando com o projeto de recém-doutor de seu coordenador, captado junto a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), em 2001. 

Desde então, Barcellos recorda que foram captados recursos em diversos editais da Fapergs e do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (CNPq). Ele destaca o Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de Tecnologia Agropecuária para o Brasil (Prodetab), captado em 2002 junto ao Banco Mundial e operado pela Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa). À época foram cerca de meio milhão de reais, que permitiu a instalação de uma excelente infraestrutura utilizada até o presente. 

As atividades atualmente são financiadas pelos projetos vigentes (Pesquisador Gaúcho 2019 da Fapergs) e pela taxa de bancada do CNPq, recebida juntamente pelo coordenador, que hoje é bolsista de produtividade em pesquisa nível 1D.

Um espaço multidisciplinar e de formação

O Laboratório de Fisiologia de Peixes da UPF também se destaca pela extensão universitária, promovida por inúmeros eventos científicos e de difusão de tecnologias, com destaque para o “Simpósio O Zebrafish como modelo animal para Pesquisa”, nascido na UPF em 2013 e cuja 8ª edição será sediada em novembro pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

Para o coordenador, alinhado ao papel das universidades, toda essa pesquisa tem razão de ser pela ampla formação de pessoas realizada no Laboratório de Fisiologia de Peixes da UPF. Ele lembra que, nessas duas décadas, o Laboratório de Fisiologia de Peixes formou 35 alunos em iniciação científica, além de quatro alunos do ensino médio junto ao Pibic Junior. Na pós-graduação, o Laboratório já formou 17 mestres, 8 dos quais seguiram para o doutorado. Em nível de doutorado, 11 doutores foram formados dentro do projeto. Destes 11 doutores, oito são docentes do ensino superior, quatro deles na própria UPF e quatro em outras instituições. Três deles atuam na iniciativa privada com destaque para Leonardo Cericato, que ocupa posição de chefia global mundial da empresa Merck Animal Health.

Em nível de pós-doutoramento, três supervisões já passaram pelo Laboratório, com destaque para a Dra. Gessi Koakoski. Hoje professora da UPF, Gessi ingressou no Laboratório em 2004 como aluna iniciação científica, realizando toda sua formação acadêmica junto ao Laboratório de Fisiologia de Peixes da UPF. Atualmente, estão em andamento as orientações de sete doutorandas, cinco pelo PPGBioexp e dois pelo Programa da UFSM, além de uma mestranda pelo PPGBioexp e cinco alunas de Iniciação Científica. 

Para Barcellos, boa parte da produção bibliográfica do Laboratório de Fisiologia de Peixes da UPF está calcada na formação de cada uma dessas dezenas de pessoas. Nesses 20 anos de atuação bem mais de uma centena de artigos científicos foram publicadas em revistas internacionais altamente conceituadas. Ainda foram produzidos livros e capítulos de livro. “O orgulho maior que tenho pela atuação do Laboratório de Fisiologia de Peixes é o de que todo o conhecimento gerado e amplamente difundido, sempre esteve atrelado a formação pessoal, profissional e científica de muitos e muitos alunos que, hoje, fazem a diferença em seus campos de atuação”, pondera.

O conceito aliado à prática

Acadêmica de iniciação científica desde o segundo semestre da graduação em Medicina Veterinária, Gessi Koakoski realizou o mestrado e doutorado em Farmacologia pela UFSM, orientada pelo professor Leonardo. Com todos os experimentos realizados no Laboratório, ela teve a oportunidade de, logo na sequência, realizar o pós-doutorado em Bioexperimentação na UPF. Foi neste período que surgiu uma vaga para docente. Hoje ela é responsável pelas disciplinas de Piscicultura, Aquicultura e Sanidade Aquícola e Apicultura.

Para ela, a vivência no laboratório a lapidou, abriu inúmeras portas e permitiu desenvolver trabalhos científicos de grande importância acadêmica. “Aprendi muito mais que ciência. Sempre digo: se todos os acadêmicos tivessem a oportunidade que eu tive, formaríamos profissionais mais comprometidos. A visão científica nos traz muitas verdades frente a um desafio, ou seja, buscamos sempre investigar tudo que envolve a causa e não aceitar o que é proposto sem embasamento”, pontua.

Acadêmico do curso de Medicina Veterinária, Mateus Timbola começou como voluntário no Laboratório. Depois de algum tempo, foi contemplado com uma bolsa de iniciação científica Fapergs.  

Hoje com a bolsa já finalizada, ele voltou a atuar como voluntário e destaca que fazer parte da equipe é um diferencial para a sua formação acadêmica. “Graças ao Laboratório enriqueci meu currículo e tive a oportunidade de submergir em um mundo a parte que é a pesquisa, aprendi a interpretar resultados, analisar textos e a apresentar trabalhos científicos. Não tenho como definir a importância dos conhecimentos que obtive no laboratório, pois são imensuráveis. E sem dúvida, todos os conhecimentos obtidos e relações interpessoais me moldaram no que sou hoje”, pontua o acadêmico do 6º nível.

Ele ressalta que todos os bolsistas e voluntários realizam atividades de rotina para manter a qualidade da água dos animais experimentais e auxiliam em diferentes focos de pesquisa, sejam eles relacionados área da biologia, veterinária, medicina, farmácia e gestão ambiental. “É crucial na realidade atual que o acadêmico busque atividades práticas para corroborar seus conhecimentos teóricos, além disso, para todo o acadêmico que visa uma pós-graduação é de extrema importância um currículo farto de atividades acadêmicas, além de autoria e coautoria em publicações científicas. Por isso, incentivo que todo o acadêmico procure se integrar em atividades extracurriculares, para se tornar, ao fim dessa jornada, um grande profissional”, frisa.