Por: Assessoria de Imprensa
Fotos: Arquivo/UPF
O sedentarismo é considerado um mal que afeta diretamente a saúde das pessoas. As mudanças de hábito exigem esforço, mas trazem inúmeros benefícios à população. Pensando em estimular a realização de atividades físicas para uma melhor qualidade de vida e a utilização de bicicletas no município, de forma a fazer uma reflexão sobre o uso de veículos motorizados, a Universidade de Passo Fundo (UPF) promove, neste domingo, 29 de setembro, o Dia Mundial Sem Carro.
Conforme o professor da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (Feff), Me. Raphael Loureiro Borges, o sedentarismo pode ser considerado a doença do século. “Ele está ligado ao grau de atividade física do homem moderno. Essa inatividade deve ser pensada em ações do cotidiano, ou seja, o quanto a comunidade insere em sua rotina diária práticas de atividades físicas. Quando falamos em substituir os carros e transportes públicos poluentes por meios de transporte sustentáveis, estamos, na verdade, modificando nossas ações diárias e nossos comportamentos, o que vai interferir no sedentarismo, responsável por milhares de mortes a cada dia”, comenta.
Uma alternativa para quem deseja deixar de ser sedentário é a bicicleta, que atualmente é considerado o melhor meio de transporte alternativo, porque associa o exercício físico ao combate do estresse. “Além de não emitir gases e não aumentar a poluição sonora dos grandes centros, a bicicleta é rápida, eficaz e prazerosa, no sentido de avançarmos em meio aos congestionamentos e engarrafamentos dos grandes e médios centros urbanos. Pedalar é uma atividade relaxante e completa, pois não tem impactos e ajuda a combater inúmeras doenças, como as cardíacas, a hipertensão, a diabetes, e, principalmente, a depressão. Como toda atividade física, ela exige certo condicionamento, portanto, é necessário insistir um pouco no começo, pois, quem a pratica, passa por algumas adaptações fisiológicas no início”, relata Borges.
Ciclovias e aluguel de bicicletas
A utilização da bicicleta deve estar aliada ao planejamento urbano das cidades. Um exemplo é a Dinamarca, onde a implantação do planejamento de ciclovias reduziu em 35% o número de acidentes de trânsito. No Brasil, o Rio de Janeiro foi o primeiro município brasileiro a inaugurar o sistema de aluguel de bicicletas, em 2011. Em virtude do grande uso e da quase ausência de acidentes, Porto Alegre e São Paulo também implementaram essa ação.
Em Passo Fundo, o aluguel de bicicletas e as ciclovias são uma realidade. "Práticas como essas têm o intuito de melhorar a qualidade de vida nas cidades, estimular atividades saudáveis e diminuir os impactos ambientais, contribuindo com a circulação nos espaços mais congestionados e beneficiando a utilização de transportes alternativos não poluentes com maior segurança. Essas ações tornam-se cada vez mais necessárias e importantes, pois, além de estimularem a prática de exercícios físicos, são ótimas opções saudáveis de lazer para toda a população”, complementa Borges, enfatizando que todo o processo deve partir de ações de projetos de mobilidade, em conjunto com o desenvolvimento de políticas públicas.
O evento
O Dia Mundial Sem Carro será celebrado no domingo, 29 de setembro, das 14h às 19h, no Parque da Gare, encerrando as atividades da Semana Nacional do Trânsito. A programação contempla ações como pista de trânsito infantil, passeio de bike dupla, brincadeiras para crianças, compartilhamento de bicicletas, aulas de dança, entre outras.
O evento é promovido pelo Grupo de Estudos em Mobilidade MOVE UPF e pela Faculdade de Engenharia e Arquitetura (Fear), em conjunto com a Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (Feff) da UPF. Ainda, conta com o apoio da Secretaria de Esportes da Prefeitura de Passo Fundo, dos cursos e dos projetos de extensão da UPF e de diversas empresas.
Segundo Borges, no Dia Mundial Sem Carro, a comunidade será incentivada a refletir e conhecer o impacto que o uso excessivo de automóveis pode gerar nas grandes cidades e para o clima do Planeta. “Não devemos, de forma alguma, deixar de utilizar os carros, mas precisamos educar a população para um uso mais consciente. Os meios de transporte motorizados necessitam fazer parte do cenário de movimentação urbana e devem ter papeis de integrantes, mas não como meios dominantes, que se sobressaiam aos demais. Ressalto que o número de automóveis não é o único responsável pelos problemas de mobilidade urbana, e sim o uso individual e indiscriminado por grande parte das pessoas”, finaliza o professor.