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Como manter a saúde mental durante o isolamento social

30/03/2020

16:45

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Reprodução

A professora do curso de Psicologia da UPF, Me. Maristela Piva, destaca a importância de aprender administrar as emoções

A pandemia do coronavírus (Covid-19) está provocando diversas transformações na rotina da população. A principal medida para evitar a transmissão do vírus, o isolamento social, pode causar alterações psicológicas. Com isso, o cuidado com a saúde mental se tornou um dos focos do enfrentamento da crise.

De acordo com a psicóloga e professora do curso de Psicologia da Universidade de Passo Fundo (UPF), Me. Maristela Piva, são muitos os efeitos que essa situação pode provocar. “Enfrentar uma crise como essa que estamos vivendo, sem precedentes na nossa história, obviamente traz efeitos psicológicos negativos e aí a gente observa que surgem os sintomas, como: stress pós-traumático, sintomas depressivos, sentimentos de tristeza, ansiedade, medo”, comenta.

Conforme a psicóloga, profissionais da saúde, que estão expostos a situações de tensão diária, também podem ficar sensíveis para desenvolver insônia, irritação e dificuldade de concentração. “O que temos que compreender é que isso é perfeitamente normal, não temos como passar incógnitos, sentir medo, ficar ansioso, vai fazer parte deste contexto, quem não se defrontar com esses sentimentos, estaria até mesmo desconectado com a realidade”, disse.

Administrando emoções

O medo do desconhecido, a rotina alterada e a necessidade de ficar em isolamento acaba prejudicando o psicológico. Segundo a professora, o isolamento social, que nos deixa distante das pessoas que a gente ama e o medo da morte, por exemplo, são experiências que vão invadindo a nossa mente e trazem muitas emoções que temos que administrar. “Além disso, convivemos como fantasma das perdas financeiras, as incertezas e a gente pode se perguntar como não ter o equilíbrio emocional balançado. Mas a ansiedade e o medo não são necessariamente emoções ruins, eles podem paralisar, mas também podem nos levar a percorrer novos caminhos”, afirmou.

Conversar pode ajudar

Uma forma de enfrentar o atual momento é de conversar com as pessoas, seja pela internet ou pelo telefone, trocar ideias pode ajudar. “A UPF também tem esse serviço que pode ser contatado pelo fone (54) 3316-8595 e é um trabalho qualificado para atender as pessoas em todas as dúvidas que elas têm sobre esse momento e sobre o coronavírus em geral”, explicou Maristela.

Filtre informações

O grande número de publicações em redes sociais também é um fator que muitas vezes contribui para sentimentos negativos. Por esse motivo, é importante selecionar as informações. “Buscar informações confiáveis e não ficar a reproduzir tudo que chega pelas redes sociais, porque as vezes isso acaba por assustar e não ampara as pessoas. Os órgãos da imprensa trazem para nós todos os dias os cuidados e dados da doença, então não tem necessidade de compartilhar tudo o que lemos e assistimos”, ressaltou.

Mantenha a rotina

Manter uma rotina que compreenda tarefas como, arrumar a casa, praticar uma nova habilidade, dividindo o tempo para estudos, música, filmes e livros. “A nossa mente precisa se reciclar. Isso tudo vai passar, mas até lá precisamos desenvolver a resiliência que é a capacidade de lidar com a crise e enfrentá-la. O fato de estarmos vulneráveis não quer dizer que não tenhamos recurso para exercer nosso autocuidado e até mesmo para ajudar os demais. Por isso, é importante controlar os pensamentos negativos e realizar novo planos para que quando tudo isso acabar ”, pontuou.

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