Por: Assessoria de Imprensa
Fotos: Camila Guedes
Espaço oferece acolhimento provisório para mulheres em situação de risco de morte ou ameaças em razão da violência doméstica e familiar
Apenas nos dois primeiros meses de 2023, Passo Fundo registrou um aumento de 10% nos casos de violência contra a mulher, segundo dados do juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Passo Fundo. Em janeiro e fevereiro, foram cerca de 249 medidas protetivas. Muitas dessas mulheres, não têm para onde ir após fugir do contexto de violência. Para isso, foi criada, há 20 anos, a Casa da Mulher Maria da Penha, homenageada pela UPF na última sexta-feira, dia 25 de agosto.
O abrigo institucional municipal serve como um acolhimento provisório para mulheres, acompanhadas ou não de seus filhos, em situação de risco de morte ou ameaças em razão da violência doméstica e familiar, causadora de lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico ou dano moral. O espaço foi criado antes mesmo da aprovação da Lei Maria da Penha e, segundo a coordenadora do Projur Mulher e Diversidade da UPF, professora Josiane Petry Faria, é parte de um movimento de Passo Fundo e região para a estruturação das redes municipais de acolhimento e atendimento as mulheres em situação de violência doméstica.
No espaço, as mulheres e seus filhos têm acesso a alimentação e higiene, além de roupas, para casos mais graves em que a mulher tenha saído de casa sem seus pertences. Uma vez lá, são feitos os encaminhamentos e o acionamento do Projur, que oferece o atendimento jurídico processual a essas mulheres. “A Casa é um importante parceiro do Projur, que nasceu justamente para oferecer esse atendimento jurídico processual para as mulheres que foram acolhidas pela casa, e, com o passar dos anos, ampliou os atendimentos a todas as mulheres do município e dos campi onde atua. São duas instituições que caminham juntas, por isso, nada mais justo do que promover essa homenagem”, comentou a professora.
A coordenadora da Casa da Mulher, Danúbia Samora, ficou emocionada com a homenagem e destacou o trabalho da equipe que atua no acolhimento a essas mulheres. “Estando na Casa, cada dia eu aprendo mais com essa equipe maravilhosa, que se dedica ao trabalho e ama o que faz. Nós compreendemos cada história que passa por lá e, assim, vamos seguindo para atender e acolher às mulheres da nossa cidade que precisam do nosso carinho, do nosso apoio, do nosso incentivo e da nossa força para que elas mesmas tenham força para sair do ciclo de violência. Elas merecem todo o carinho, elas merecem todo entendimento sem julgamentos”, pontuou.
Presente no evento, a reitora da UPF, professora Bernadete Maria Dalmolin destacou a homenagem como um momento simbólico que expressa o quanto a comunidade que se une em torno de uma causa pode fazer a diferença. “É por meio dessa força que as leis se fazem, a partir de trabalhos existentes nas diferentes áreas, nas diferentes comunidades”, disse. A reitora parabenizou ainda o trabalho realizado pela equipe da Casa. “Minha homenagem a todas as pessoas que fazem essa frente. Fico feliz em saber que essas mulheres têm a oportunidade ao chegar na Casa, de serem acolhidas e de poderem ter essa dor, essa história ouvida, cuidada e têm a oportunidade de, ao encontrar o olhar de vocês, o apoio de vocês, o conhecimento de vocês, a começar a ganhar força e enfrentar esse lugar por vezes tão difícil de ser enfrentado. Parabéns a vocês pelo excelente trabalho e pelos vinte anos da Casa”, finalizou.
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