Aula Magna discute as repercussões da inteligência artificial na vida e na docência

A discussão não é nova. Em 1968, o diretor Stanley Kubrick apresentou 2001: Uma Odisseia no Espaço, filme de ficção científica que tratava de temas como a evolução humana, o existencialismo, a tecnologia, a inteligência artificial e a vida extraterrestre. Lembrado até hoje, a obra foi uma das tantas escolhidas para direcionar o cine debate realizado na noite dessa segunda-feira, 19 de fevereiro, na última noite do Presença UPF. Com o tema “Além dos algoritmos: repercussões da Inteligência Artificial na vida e na docência”, a tradicional Aula Magna, que marca o início do semestre letivo na Universidade de Passo Fundo, reuniu os docentes para confraternizar e refletir sobre suas práticas em sala de aula. 

Os professores foram recepcionados pela reitora, professora Dra. Bernadete Maria Dalmolin que desejou as boas-vindas a todos para mais um semestre. “Esse é um momento de nos abraçarmos, nos reencontramos, contarmos as novidades, programarmos nossas atividades do semestre e projetarmos dias de muito conhecimento”, iniciou. Sobre a temática da noite, a reitora pontuou a importância de refletir sobre as mudanças profundas que vêm ocorrendo nas gerações e no mundo, que afetam de forma intensa e profissão de professor e o fazer docente. “Esse momento exige que estejamos sempre lendo esses cenários, entendendo o que está acontecendo e, sobretudo, dialogando com essa complexidade toda e vendo como podemos oferecer o melhor para que nossos estudantes tenham o melhor aprendizado”, disse. 

Para Bernadete, essa é uma tarefa que não pode parar nunca. “Cada um de nós traz um conjunto de conhecimentos importantes e que devem e podem ser compartilhados. Os nossos projetos pedagógicos não são individuais, eles são coletivos. E é como essa coletividade que nós vamos conseguir fazer com que eles se aprimorem, se qualifiquem, se reinventem, mudem na medida do possível”, completou. 

As repercussões pedagógicas da IA
A partir de trechos de diferentes obras do cinema, documentários e entrevistas sobre o tema da Inteligência Artificial, o debate foi divido em três partes: os temores e de que maneiras a IA pode vir a ser um problema; quais as ambiguidades na relação homem/máquina e os aspectos positivos da IA na sociedade; e quais as potencialidades e como pensar e absorver a IA na educação e nos processos pedagógicos. Para debater o tema, foram convidados os professores Carolina Goulart e Rafael Rieder, mediados pelo professor Gerson Trombetta. Já a curadoria e edição dos vídeos foi feita pelo professor Fábio Rockenbach. 

O debate iniciou a partir da provocação do professor Gerson de que nós não vivemos na era da inteligência artificial. “Para muitos, inclusive, estamos apenas iniciando, assim de maneira muito incipiente, isso que chamamos de inteligência artificial. Talvez daqui 20 ou 30, já passando um pouco para o futurismo, tenhamos que fazer outros encontros mais frequentes sobre isso”, destacou. O objetivo do encontro, de acordo com o docente, foi o de discutir mais especificamente a questão das repercussões pedagógicas da inteligência artificial. “Não no sentido de comprar todas as ideias que estão ali postas, mas no sentido de termos um material inicial, único, padronizado, por assim dizer, para nós mesmos depois de conversarmos”, acrescentou. 

Professor dos cursos da área de Tecnologia da Informação e pesquisador na área de IA, Rafael Rieder conceituou a Inteligência Artificial, frisando que o conceito está além do que os filmes costumam mostrar. Já Carolina, que é docente do curso de Direito e delegada da Polícia Civil, mostrou, a partir de sua experiência profissional, quais as implicações negativas da IA, especialmente na aplicação de golpes. O encontro encerrou com a discussão de como a Inteligência Artificial pode ser uma ferramenta para a sala de aula e como essa realidade afeta o dia a dia de docentes e estudantes. 

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