Por: Assessoria de Imprensa
Fotos: Bruna Petri
A Universidade de Passo Fundo (UPF) vive, neste mês, um momento emblemático na sua trajetória: a celebração dos 50 anos de formatura da primeira turma do curso de Medicina. A solenidade realizada na sexta-feira (12), reuniu egressos, professores, familiares e representantes das instituições de saúde da região, em um encontro marcado pela memória e reconhecimento à geração que inaugurou a formação médica no Norte do Rio Grande do Sul.
O início de um sonho coletivo
Quando a primeira turma ingressou no curso, em 1970, Passo Fundo ainda consolidava seus primeiros passos como polo regional de saúde. A criação da graduação em Medicina foi resultado de uma decisão estratégica tomada ainda na década de 1960, impulsionada por lideranças da sociedade civil, médicos e educadores que acreditavam na necessidade de formar profissionais qualificados na cidade.
Durante a solenidade, Bernadete Dalmolin, reitora da UPF, destacou a relevância histórica dessa decisão. “A criação da Universidade e, posteriormente, do curso de Medicina, representou um movimento visionário em uma região que até então não dispunha de amplas oportunidades de formação superior”. Ao lembrar que a UPF completa 57 anos de história em 2025, ressaltou: “essa trajetória foi construída com esforço coletivo, trabalho contínuo e o envolvimento de inúmeras pessoas e instituições, especialmente os serviços de saúde da região, como o Hospital São Vicente de Paulo, o Hospital de Clínicas e a rede pública, que desde o início acolheram os estudantes como campos de prática”.
Foi nesse contexto que 46 jovens iniciaram sua formação, tornando-se, em 1975, os primeiros médicos diplomados pela Universidade de Passo Fundo.
Uma turma que mudou a história da saúde regional
Os egressos da turma de 1975 assumiram o desafio de atuar em um cenário ainda em estruturação, marcado por recursos limitados, mas por intenso aprendizado prático. O presidente da Academia Passo-fundense de Medicina, Osvandré Lech, relembrou: “Aquela formatura representou o ponto de partida para uma vida profissional construída com base na dedicação, no compromisso e na superação de dificuldades”. Ele destacou que, mesmo com uma biblioteca modesta, professores vindos de diferentes cidades e práticas realizadas em espaços improvisados dos hospitais, foi possível formar médicos altamente qualificados, capazes de transformar os desafios em aprendizado.
Ao longo das últimas cinco décadas, esses profissionais acompanharam e protagonizaram profundas transformações na medicina regional: da implantação das primeiras unidades de terapia intensiva à modernização dos exames de imagem, do avanço das técnicas cirúrgicas ao fortalecimento da residência médica e da pesquisa científica. Cada egresso levou consigo não apenas um diploma, mas a responsabilidade de abrir caminhos e consolidar uma nova fase para a saúde no Norte do Estado.
Durante a cerimônia, o diretor da Escola de Medicina da UPF, José Basileu Caon Reolon, ressaltou que a celebração dos 50 anos da primeira turma vai além de uma data comemorativa. Segundo ele, trata-se de um marco que simboliza a coragem de um grupo de pioneiros que confiou em uma Escola que dava seus primeiros passos, mas que já nascia orientada pela excelência.
Ele também lembrou que muitos daqueles primeiros formandos buscaram especializações que, à época, pareciam ousadas para uma cidade do interior, retornando a Passo Fundo com conhecimento, inovação e prestígio. Alguns se tornaram professores, coordenadores e gestores do próprio curso, ampliando ainda mais o impacto da turma. Para as gerações seguintes de estudantes, os nomes da primeira turma tornaram-se referência e inspiração, simbolizando o tipo de médico que a instituição se propõe a formar.
Ainda para o diretor, a UPF destaca o papel decisivo da turma pioneira na construção da reputação acadêmica que o curso de Medicina mantém até hoje, reconhecido nacionalmente pela qualidade de ensino, pela formação humanizada e pela forte integração com a rede hospitalar da região.
Ao longo das falas diante a solenidade, os presentes destacaram que a história iniciada em 1970 continua viva nas salas, laboratórios e cenários de prática da Escola de Medicina, onde novos estudantes seguem aprendendo com o mesmo espírito de responsabilidade, cuidado e compromisso social.
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