Um dia para focar na saúde de quem trabalha no campo

A rotina de quem trabalha no campo nem sempre permite um olhar mais cuidadoso sobre a própria saúde. Pensando nisso, a Universidade de Passo Fundo (UPF) trouxe para a Expodireto Cotrijal 2022 diversas atividades envolvendo os cursos da área da saúde. O objetivo foi o de levar orientações, informações e dicas para que a vida no campo seja mais confortável para quem está na lida todos os dias.

O corpo é mais que movimento

Quando falamos do nosso corpo, via de regra, o que vem à cabeça é a movimentação. Porém, o corpo é muito mais complexo e os cuidados com ele passam por várias áreas da saúde. Uma delas é a da Fisioterapia. 

Presente no Estande da UPF, o curso apresentou dois momentos. Primeiro, as estudantes conversaram sobre a importância da fisioterapia para a área do agro, a partir de uma oficina com orientações posturais, pontuando como eles podem atuar no ambiente de trabalho e, num segundo momento, interagindo com os visitantes, apresentando quais as áreas de atuação do curso, seja na parte de ortopedia e traumatologia, fisioterapia respiratória, apresentando os aparelhos usados, mostrando os benefícios dos tratamentos.

Segundo a professora Me. Juliana Secchi Batista, os produtores, de maneira geral, estão muito envolvidos com a sua realidade e, por isso, nem sempre têm acesso a todo conteúdo que é oferecido na área da saúde. “Percebemos isso uma vez que muitas pessoas que vieram ao estande relatando dor, eram pessoas mais experientes, que desempenham atividades pesadas e repetitivas há muito tempo. Até mesmo por questões culturais, foram seguindo com os trabalhos sem se preocupar com o impacto dele na saúde. Por isso, esse momento aqui, proporcionado pela UPF na Expodireto, foi fundamental, já que conseguimos conversar com eles e orientá-los”, pondera.

Quando se fala em fisioterapia, as pessoas geralmente pensam em movimento, mas, segundo Juliana, tudo faz parte do corpo, incluindo comer bem, beber água e respeitar o descanso. “Muitas pessoas que vieram aqui, chegaram com queixas de dor lombar, cansaço físico e dores no corpo, justamente pelo trabalho pesado que desempenham. Com essas informações em mãos, as acadêmicas realizaram uma avaliação postural, repassaram para eles o resultado e, no final do atendimento, fizeram alongamentos e orientações sobre como agir no dia-a-dia para cuidar melhor da postura”, destaca.

Cuidar da pele é parte dos processos de saúde

Os cuidados com a pele são imprescindíveis e os dados da Associação Brasileira de Cosmetologia apontam um aumento elevado de câncer de pele e outras patologias cutâneas. Por isso, cada vez mais é necessário o cuidado diário com a pele e com a saúde.

Foi pensando nessa temática que o curso de Estética e Cosmética também esteve na Expodireto e, junto aos visitantes, apresentou algumas dicas e orientações sobre como dar a devida atenção à pele. Segundo a coordenadora, a professora Me. Margarete Rien, as acadêmicas prepararam um material para abordar a importância de conhecer a própria pele, passando desde os cuidados diários, utilização de filtros solares, até a utilização de barreiras físicas, como bonés e roupas adequadas. 

As acadêmicas pontuaram ainda a importância do uso de filtros solares adequados para cada tipo de pele, para que haja, de fato, uma blindagem das radiações solares e para que não ocorram prejuízos, principalmente para o agricultor, que fica exposto ao sol e, muitas vezes a produtos químicos, durante muito tempo ao longo do dia. “O que vemos, ainda hoje, é a falta de informação sobre determinados cuidados. Muitas pessoas que vieram aqui não sabiam da necessidade de passar protetor solar todos os dias, nem de que é importante higienizar a pele várias vezes ao dia. Esse momento foi muito precioso para nós, já que tivemos a oportunidade de levar o conhecimento para o homem do campo”, frisou a professora.

Atenção aos sinais

O curso de Enfermagem dividiu o estande da UPF com as demais áreas da saúde e, como foco, apresentou informações sobre primeiros socorros, saúde da mulher e acidentes que são comuns aos trabalhadores da agricultura.

Anderson Flores, professor do curso, lembra que, na região rural, ocorrem muitos acidentes com animais peçonhentos, como picadas de cobras - que podem ser venenosas. “Nosso foco foi mais no sentido de levar orientações sobre esses fatos e o que fazer em caso de paradas cardíacas e respiratórias. Nas crianças, a maior incidência está no engasgo, seja com alimentos sólidos ou com leite materno. Para isso, trabalhamos métodos preventivos e, em caso de ocorrência, como proceder”, explica.

Ele ressalta que em adultos, as doenças que mais matam são as cardiovasculares, mais presentes em pessoas acima de 55 anos, obesas, fumantes ou com outras comorbidades. “Por isso, os acadêmicos também mostraram como identificar uma parada cardíaca e o que fazer quando isso acontece: verificar se a pessoa está consciente e respirando e, caso seja necessário, iniciar as manobras de ressuscitação: compressão torácica e fornecimento de oxigênio por via acessória e procurar atendimento”, comenta.

Alimentação equilibrada é fundamental

Larissa Calegari Segal, é acadêmica do curso de Nutrição e, junto com colegas,  trouxe para apresentar aos trabalhadores do campo algumas orientações sobre alimentação. Conforme ela relatou, quem atua na agricultura, necessita de alimentos de sustentação, como arroz, feijão, alguma fonte de proteína com carnes de frango, gado e suína ou ovo, além de fontes de fibra como frutas e verduras.

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