Suinocultura e ensino: áreas que andam lado a lado

A suinocultura é considerada uma importante cadeia do agronegócio envolvida na produção de alimentos, sendo a carne suína uma das proteínas animais mais consumidas no mundo. No Brasil, a produção de suínos gera milhares de empregos e movimenta a renda em pequenas e grandes propriedades rurais. No ano de 2019, por exemplo, o Rio Grande do Sul foi responsável por 19,26% do volume de suínos abatidos no país, o que contribuiu para a manutenção do Brasil como o 4º maior produtor e exportador de carne suína do mundo.
 
Sabendo da relevância da suinocultura, a Universidade de Passo Fundo (UPF) dispõe de um setor de produção de suínos, com ciclo completo, instalado dentro do Centro de Extensão e Pesquisa Agropecuária (Cepagro). O espaço se caracteriza por ser uma granja experimental, onde há animais de raças localmente adaptadas sendo criados para o desenvolvimento de aulas práticas das disciplinas da área, como Suinocultura e Clínica Médica de Suínos, bem como aulas de reprodução, genética, dentre outras, além de atividades de pesquisa e extensão. Além disso, por meio do setor, o curso de Medicina Veterinária da Instituição oferece aos estudantes uma visão de como funciona a produção de suínos, oportunizando o conhecimento dessa área de trabalho, a qual, dentro do agronegócio, auxilia para o crescimento do país.
 
Segundo o professor Dr. Ricardo Zanella, o setor da UPF possibilita a aproximação dos estudantes e um maior conhecimento sobre a suinocultura. “Nosso diferencial das granjas de suínos comerciais, além da utilização de animais de raças de suínos que estavam desaparecendo, raças que foram de importância fundamental para o desenvolvimento da suinocultura no Brasil e que possuem qualidades importantíssimas, é a forma de proporcionar que os acadêmicos estejam envolvidos diretamente com o setor. Utilizamos a nossa granja na forma de ensino transversal, onde os estudantes participam desde os planejamentos dos cruzamentos a manejos reprodutivos sanitários e nutricionais, parto, e, no final, ainda é possível, a utilização dos animais nas disciplinas de Inspeção e tecnologia de produtos de origem animal”, comenta o docente, destacando que a integração contribui para promover a aplicação do conhecimento teórico de forma prática.

 
Paixão pela suinocultura
Além do envolvimento dos acadêmicos nas aulas práticas, o setor também possibilita oportunidade de estágio remunerado, que, no momento, está sendo realizado pela acadêmica do curso de Medicina Veterinária, Ana Julia Bonfanti Conterato. Mesmo com orientação de um supervisor, a estudante consegue ter autonomia para o desenvolvimento das atividades. “Antes mesmo de começar o estágio, tinha muito apreço pela suinocultura. Com o apoio dos professores e funcionários do Cepagro, estou tendo experiências únicas que irão somar na minha vida acadêmica e profissional futuramente. Então, posso dizer que me sinto realizada e cada dia mais apaixonada pela área”, conta a aluna.
 
De acordo com a professora de Suinocultura, Dra. Giseli Ritterbusch, o estágio dispõe de uma carga horária de 12 horas semanais. “Durante o período de estágio, o acadêmico tem oportunidades diversas de aprendizado, com foco na prática, desenvolvendo atividades como acompanhamento da rotina de criação dos animais, alimentação, cuidados de limpeza e higienização das instalações, manejos sanitários e reprodutivos do rebanho, que certamente farão diferença na sua formação”, finaliza.

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