Universidade

Ser Estudante

10/08/2018

17:43

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Gelsoli Casagrande e Arquivo Pessoal

Em 11 de agosto, celebra-se o Dia do Estudante. A Universidade de Passo Fundo (UPF) já formou 77 mil acadêmicos em 50 anos de história

O Dia do Estudante, comemorado no dia 11 de agosto, representa uma vitória ao acesso à educação, em especial ao ensino superior. Foi nessa data, em 1827, que D. Pedro I autorizou a criação dos primeiros cursos superiores no Brasil. Até então, esses cursos existiam na Europa, e só os filhos de famílias nobres tinham esse privilégio. Estudar não é apenas frequentar aulas e cursos ou adquirir conhecimentos, mas é também uma forma de constituir um ser cidadão, pensante, crítico, ético, humanista, com capacidade de transformação no mundo. É nesse sentido, que a Universidade de Passo Fundo (UPF), maior instituição de ensino superior do Norte do Rio Grande do Sul, acolhe diariamente, com muita responsabilidade, cerca de 20 mil estudantes, matriculados na graduação, pós-graduação, extensão, UPF Idiomas e Integrado UPF.



“Ser estudante é muito mais que frequentar um estabelecimento de ensino, como muitos dicionários definem”. Essa é a opinião da estudante do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação (Faed), Miriam Raquel Galiotto Rezende dos Santos de Ramos, que está quase se formando. “Acredito que ser estudante é mais do que isso! Ser estudante é a busca constante por redescobrir o mundo, é desacomodar-se para investigar respostas de nossas incertezas, bem como os desafios propostos pelo educador para que possamos buscar conhecer e desenvolver nossas habilidades. Ser estudante é a relação entre o pensar e o saber”, declara Miriam.

Conquistar um certificado de curso é importante, mas estudar para se qualificar como acadêmico, como pessoa e como profissional, tem um sentido impagável. Ser estudante também é buscar conhecimentos dentro e fora da sala de aula. Assim, a acadêmica Miriam ressalta o quão importante foi ser bolsista no grupo do projeto de pesquisa “Teoria e Prática na Formação do Educador: Exigências e desafios para a prática pedagógica na sociedade complexa e plural”.  “Como acadêmica de Pedagogia, na busca pelo conhecimento através de teorias e práticas, entende-se que estamos constantemente aprendendo com nossas experiências e na relação com o outro. A reflexão sobre estas experiências torna o sujeito crítico e criativo para ampliar e qualificar o processo de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, o futuro pedagogo reconhece que o conhecimento é a base estruturante na formação pessoal e profissional do estudante que irá construir conhecimento em toda a sua existência”, ressalta a estudante.


Estudante do curso de Pedagogia, Miriam Raquel Galiotto Rezende dos Santos de Ramos


Já para o futuro do planeta, Miriam acredita na força da educação. “Como estudante eu acredito que a educação é o que irá transformar o mundo! Porém, a mudança deve começar por nós mesmos, em nossas ações diárias. Poderíamos dizer que para ter um mundo mais gentil, a gentileza com todos que nos cercam, principalmente na instituição de ensino, deveria partir de nós mesmos”, comenta a acadêmica.

A realização de um sonho também pode ser um fator de motivação para ingressar no ensino superior. Essa foi a inspiração da acadêmica do curso de Medicina, Nicolle Souza, que deu início neste semestre a sua caminhada. “Parece até meio clichê, mas medicina sempre foi o meu sonho, nos meus melhores pensamentos sempre me via dentro do hospital. E mesmo tendo seguido outro caminho por um tempo (fiz Odontologia na UFSC), nunca desisti da Medicina! E quando tive chance, corri atrás do que eu sempre quis, e agora estou dando início à realização do que tanto idealizei”, ressalta.


Acadêmica do curso de Medicina, Nicolle Souza


Apesar de já ter uma experiência em outro curso, Nicolle está feliz com a nova experiência e deseja aproveitar todas as oportunidades em ser estudante. “Espero que sejam seis anos em que eu possa agregar muitos conhecimentos, conhecer pessoas e ir aos poucos me envolvendo na prática da Medicina. Acredito que o conhecimento é o maior bem que a gente pode ter e passar pra alguém. E sendo estudante, podemos nos dedicar quase que exclusivamente a isso. Eu sempre gostei de estudar, e além disso tem toda a parte social da faculdade que agrega muito”, pontuou, ressaltando que por ter um irmão também cursando medicina, a UPF sempre foi a primeira opção.

Momentos para registrar dentro do peito

Reitora, Dra. Bernadete Maria Dalmolin


Mais do que um período para conquistar um diploma e buscar preparação para encarar o mercado de trabalho, o tempo vivido na Universidade é marcado por lembranças, históricas marcantes e situações que ficarão para sempre na memória e no coração de cada estudante. Para a reitora, professora Dra. Bernadete Maria Dalmolin, a música de Milton Nascimento, composta em 1983, traduz o sentimento de um novo semestre que se inicia. “Alegria e muito sonho espalhados no caminho. Ser estudante nos dias atuais é, antes de tudo, estar disposto às aprendizagens e às experiências que a busca de conhecimento exige, com toda a rapidez que as informações circulam entre nós. Estudar é necessário durante toda a nossa existência e, de modo muito especial, quando estamos numa Universidade que permite as vivências no ensino, na extensão, na pesquisa e também na pós-graduação, nos qualificando para estarmos futuramente trabalhando em algo para o qual nos sintamos preparados e conhecedores”, refletiu.

Para ela, as descobertas que são possibilitadas com os processos de aprendizagem, só acontecem de fato quando existe motivação e estímulos na medida em que se aprende, e o aprender inclui o resgate do que já foi estudado, atualizando com os desafios da realidade atual. “É preciso uma mescla entre o antigo e o novo conectados com os acontecimentos do cotidiano, prospectando como devemos agir nas situações que nos são apresentadas. Aprender não é somente acumular conhecimentos. Apreender é compreender os porquês da importância de se estudar sempre e colocar em prática o apreendido, revendo posteriormente se assim for necessário sentindo prazer e gostando muito do processo”, frisa.

Os desafios para atender e caminhar junto com a geração que chega na Universidade são pontuais, mas a reitora acredita que um dos grande desafio para a instituição seja permitir que o estudante viva as riquezas do estar aqui com os encantamentos necessários ao seu processo de aprender sobre a área que escolheu como futura profissão. “Sabendo que a temporariedade desta vida universitária vai auxiliá-lo a saber como dar as respostas às necessidades que a sociedade espera daquela profissão. Não existem "receitas prontas" de como ser um ou outro profissional. Mas certamente o fato de estarem em uma universidade cinquentenária, que considere de forma efetiva a realidade e suas problemáticas, deve servir de estímulo para que aproveitem e vivam aqui, a tomada de consciência da grande responsabilidade que temos ao estarmos pós formados atendendo aos anseios da sociedade seja qual for a área, com ética e competência”, pontua.

Para quem está chegando ou para quem segue na jornada, Bernadete deixa um recado: “Que eles possam viver intensamente a vida universitária, com alegria e protagonismo. Nós estamos aqui para mediar essa "passagem" que deve ser de boas transformações, de crescimento profissional e pessoal, alegria e sonho!  Como dizia Rubem Alves, "não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses".

“O mundo está fora dos eixos! Maldita sorte, ter eu nascido! Para consertá-lo”

Vice-reitor de Graduação, Dr. Edison Casagranda


A frase de William Shakespeare é da obra Hamlet, mas pode ser colocada no contexto da educação, segundo o vice-reitor de Graduação, professor Dr. Edison Casagranda. Se ela fosse uma pergunta e sugerisse uma reflexão, ele responderia que ela faz pensar em pessoas que nascem para o mundo e que assumem conscientemente a tarefa de transformá-lo. “E se a pergunta fosse ainda mais enfática. Quem são essas pessoas e por onde se pode começar a transformar aquilo que parece não ter conserto? Diria que a transformação passa, em larga escala, pela educação e pelas mentes jovens e abertas, daquelas pessoas que abraçam o desafio de estudar e compreender a si mesmas e ao mundo. Eis a tarefa revitalizada do estudante do século XXI”, ressalta.

De acordo com o vice-reitor de Graduação, infelizmente, ao logo das últimas décadas, a educação passou a ser considerada, por muitos, um produto de mercado. A consequência imediata foi o enfraquecimento da formação pedagógica e a redução dos sujeitos da educação a produtos quantificáveis. A verdade é que, para ele, o tamanho de uma universidade não pode ser medido pela quantidade de cursos oferecidos e de estudantes matriculados. “Para a UPF, os estudantes são muito mais que alunos e a educação muito mais que um produto de mercado. Como universidade moderna, a UPF tem uma preocupação permanente com a formação humana e profissional de seus estudantes. A renovação curricular, a capacitação dos professores e a modernização dos processos acadêmicos, por exemplo, só tem sentido porque apostamos na autonomia e no poder transformador dos estudantes. Nossa missão é formar pessoas, e formar é muito mais que instruir, que certificar, é acima de tudo, mostrar que o conhecimento não é produto acabado, condensado em um diploma”, pontua.

Para Casagranda, o estudante de hoje não só tem capacidade para entender tudo isso, como também traz em sua bagagem cultural um conjunto de características que fazem dele um sujeito ímpar, muito diferente do perfil do estudante das décadas de 1980 e 1990. “Éramos, pois sou dessa época, pouco afeitos a hierarquia, prezávamos a estabilidade e talvez fossemos muito protocolares. O estudante de hoje, é, em grande medida, o oposto disso.  Conectados ao mundo, os estudantes de hoje desafiam os protocolos, rejeitam o jeito idêntico de ser e exigem do mundo velocidade, energia e entusiasmo. Não se trata de avaliar ou comparar gerações, mas apenas de chamar atenção para as inevitáveis mudanças que o tempo nos impõe. Na Universidade, as gerações se encontram e precisam conviver direta e abertamente”, destaca o vice-reitor.

Estreitar relações, ampliar as conexões e oferecer um universo aberto ao conhecimento. Estes são desafios da Universidade e um compromisso, segundo o professor. “Penso que o nosso desafio, como UPF, reside em estreitar ainda mais as relações pedagógicas, aproximando cada vez mais as diferentes gerações, fazendo do diferente não só a motivação da convivência, mas também a razão de um jeito dinâmico de ensinar e aprender, cuja meta consiste em recolocar o mundo nos eixos. Parabéns querido estudante. Salve 11 de agosto de 2018”, finaliza.