Universidade

Pai acompanha filha em grupo de pesquisa na Universidade

16/08/2019

17:47

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Natália Fávero

Motivado pela filha, pai foi convidado a integrar o Grupo de Pesquisa e de Extensão em Gestão da Educação da Faculdade de Educação da UPF

A presença dos pais na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio é uma constante, ou deveria ser. Na universidade, essa presença não é mais tão frequente. Mas em um grupo de pesquisa da Universidade de Passo Fundo (UPF), pai e filha atraem a atenção da comunidade acadêmica. Eles participam juntos do Grupo de Pesquisa e de Extensão em Gestão da Educação da Faculdade de Educação (GPEGE/Faed). 

O pai, Cristiano da Silva, e a filha, a acadêmica Renata Cristiane da Silva, em um dos encontros do Grupo de Pesquisa e de Extensão em Gestão da Educação da Faculdade de Educação

A acadêmica Renata Cristiane da Silva, de 21 anos, do sexto nível do curso de Pedagogia da UPF Carazinho, integra o GPEGE desde o início do primeiro semestre deste ano. Recentemente, no entanto, os questionamentos e os debates dentro do grupo ultrapassaram os “portões” da Universidade. “O GPEGE representa na minha vida acadêmica um diálogo com o ensino e a extensão. Consigo ver na prática, dentro do grupo, aquilo que aprendemos na teoria em sala de aula, especialmente no que diz respeito às discussões na área de gestão escolar. A partir disso, comecei a produzir sobre o tema no grupo e passei a levar as minhas indagações para dentro da minha casa. Meu pai, que é da área da gestão de recursos humanos, começou a se interessar”, revela a estudante.

O pai começou a auxiliar a filha nas produções sobre gestão escolar e passou a frequentar o Grupo

O pai começou a auxiliar a filha nas produções sobre gestão escolar e passou a frequentar o GPEGE. “Ele veio uma vez e a coordenadora do grupo o convidou a permanecer. É algo atípico ter meu pai na esfera da Universidade. Mas considero a presença dele muito importante. Ele sempre esteve presente no meu processo formativo, desde pequena, e na faculdade não está sendo diferente. É algo especial. Já fizemos outros cursos juntos e essa é uma forma de contribuirmos um com o outro”, comenta Renata.

O pai da acadêmica é o servidor público Cristiano da Silva, que também reside em Carazinho. Sua formação é na área de gestão de recursos humanos. “Fui convidado pela minha filha a participar do grupo de pesquisa. Vim no primeiro encontro, fui bem acolhido e convidado a permanecer e a trocar experiências. Comecei a vivenciar essas situações do grupo e suas realidades do ambiente de trabalho na área de educação. É um olhar diferente daquele que encontramos na área de recursos humanos, é diferente do âmbito administrativo, mas é um campo bem amplo de atuação”, destaca o pai de Renata.

Cristiano considera fundamental a participação dos pais na vida escolar dos filhos. “É uma experiência bem interessante estar aqui na Universidade com ela e a situação desperta curiosidade dos outros, mas já tivemos outras experiências juntos e é gratificante. É uma troca de experiência que sai do grupo e vai para o âmbito familiar também. A família brasileira tem uma desestruturação grande e quando há essa possibilidade de participar da vida dos filhos é preciso ter esse engajamento”, declara Cristiano.

Cristiano considera fundamental a participação dos pais na vida escolar dos filhos

A coordenadora do GPEGE, professora Dra. Eliara Levinski, que convidou o pai a frequentar o grupo, observa como positiva a participação dos pais na vida acadêmica dos filhos. “As discussões do grupo também estão sendo levadas para casa. A presença dele é algo novo para nós. Não temos conhecimento que a participação de pais seja algo frequente na Universidade. Ficamos muito contentes que as práticas de pesquisa e extensão da Universidade impactam na vida familiar e podem aproximar a família. Ao estabelecer vínculos, a Universidade tem possibilidade de refletir sobre sua formação social e de produtora de conhecimento, reafirmando e potencializando as suas ações universitárias”, afirma Eliara.

Coordenadora do GPEGE, professora Dra. Eliara Levinski

Sobre o GPEGE
O Grupo de Pesquisa e de Extensão em Gestão da Educação iniciou em 2010 com o desafio de envolver diferentes segmentos interessados em discutir as políticas de gestão da educação, especialmente, professores da educação básica. “De certa forma, os professores da educação básica têm poucas possibilidades de fazer o seu processo formativo. Assim, os trabalhos foram direcionados para os interessados que estão lá no ‘chão da escola’, para que eles tivessem algum lugar na universidade para discutir suas práticas e socializar as suas preocupações”, revela a professora Eliara.

Os encontros presenciais ocorrem a cada 15 dias, aos sábados, na Faed, Campus I da UPF. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (54) 3316-8290 

O Grupo também é composto por estudantes da graduação e pós-graduação e do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) e por gestores da educação, como diretores, coordenadores pedagógicos e secretários de Educação. Um dos projetos que promove são as Salas Temáticas, que consistem em um processo formativo gratuito que proporciona o debate de temas prioritários na gestão escolar e na educação. Também fomenta a produção de artigos científicos. Seus integrantes têm várias produções aprovadas e apresentadas em eventos e participam de comitês científicos nacionais e internacionais, tais como comitês da Inglaterra e Espanha. “Procuramos fazer pesquisa e, ao mesmo tempo, práticas de extensão. O grupo colabora com o curso de Pedagogia no campo das políticas de gestão, abrange processos de assessoria do Centro Regional de Educação (CRE), impulsiona demanda e traz elementos de aproximação com a região, trazendo parcerias com prefeituras, como cursos de especialização. Costumo dizer que esse projeto é um ‘polvo pedagógico’. É uma via de mão dupla, entre ensino, pesquisa e extensão, contribuindo para a curricularização”, destaca a coordenadora do projeto.