Exposição “Cheias de Silêncios” abre programação da Semana das Artes 2025 no MAVRS
25/09/2025
14:28
Por: Assessoria de Imprensa
A partir do dia 1º de outubro, a comunidade poderá conferir no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider (MAVRS) a nova exposição “Cheias de Silêncios”, que inaugura a programação da Semana das Artes 2025 da Universidade de Passo Fundo (UPF). A mostra reúne obras das artistas Val Schneider e Marcela Alvares Maciel, convidando o público a uma experiência estética e sensível em torno da escuta, do silêncio e das urgências ambientais e digitais do nosso tempo.
Um convite a escutar o que se cala
A exposição aproxima duas pesquisas poéticas que, em registros distintos, convergem na necessidade de escutar o silêncio em meio às transformações contemporâneas. Em um gesto ético, estético e político, as obras deslocam o olhar para o campo sonoro e suas ausências, convidando a perceber o que resta, o que resiste e o que se cala nas paisagens humanas e mais-que-humanas.
Em “Cheia”, Val Schneider parte de suas memórias de infância junto ao Rio Uruguai, hoje submerso pela barragem de Itá. A instalação combina vídeo e pequenos cenários líquidos compostos de matérias orgânicas e artificiais, como água, ossos, terra, pedras e resíduos. O trabalho evoca um rio desaparecido e propõe uma ecologia da escuta que ultrapassa o poético, despertando sensibilidades para os rios e ecossistemas silenciados pelas ações humanas.
Já em “Jardim de Silêncios”, Marcela Alvares Maciel propõe uma intervenção in-sonora: pequenos jardins em caixas de vidro, com grama sintética, resíduos eletrônicos e elementos naturais, onde o público é convidado a mapear e compartilhar seus próprios silêncios por meio de QR-codes. Entre o analógico e o digital, o natural e o artificial, a obra provoca reflexão sobre a saturação tecnológica e a necessidade de pausas críticas diante do ruído contemporâneo.
Silêncio como experiência estética e crítica
No espaço expositivo, as duas propostas se encontram: de um lado, a memória íntima e ecológica de um rio submerso; de outro, a reflexão coletiva sobre como escutamos (ou deixamos de escutar) em um mundo saturado de sinais. Entre ausência e excesso, natureza e artifício, as instalações oferecem ao público a experiência de habitar o silêncio – como possibilidade de reconexão e novas formas de estar no mundo.
Um trabalho coletivo e interdisciplinar
As obras integram o Ponto de Cultura Sinfonia na Cidade (2015), certificado pela Rede Cultura Viva do Ministério da Cultura em 2024, em parceria com a Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Erechim (RS). A iniciativa conecta ciência, arte e cultura em pesquisas interdisciplinares do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, com ressonância também no PROEXT-PG/CAPES. O projeto compreende a paisagem sonora como patrimônio imaterial e campo fértil de experimentação artística, ecológica e crítica.
A mostra abre ao público no dia 1º de outubro de 2025, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider (MAVRS), localizado no prédio D3 do Campus I da UPF. A visitação é gratuita, e grupos interessados podem agendar previamente pelo e-mail mavrs@upf.br
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