Curso de Ciências Biológicas realiza aula no Parque Nacional da Serra Geral

A grande diversidade de tipos de ecossistemas protegidos pelo Parque Nacional da Serra Geral, no município de Cambará do Sul, no nordeste do estado, serviu de sala de aula para os acadêmicos do curso de licenciatura em Ciências Biológicas da UPF. No período de 7 a 9 de outubro, os alunos da disciplina de Biologia da Conservação realizaram estudos sobre a importância das áreas naturais protegidas, seu papel para a qualidade de vida das pessoas, em especial pela conservação dos recursos hídricos. Além desta importante unidade de conservação, a turma do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) também contemplou em sua viagem de estudos áreas naturais privadas no município de Canela, e propriedade rural em São Francisco de Paula.

No parque nacional, os acadêmicos estudaram a vegetação típica dos ecossistemas de Floresta Ombrófila Densa, localizada no interior dos cânyons, de Floresta Ombrófila Mista, que se localiza nas florestas em meio ao campo, e no ecossistema de Estepe, mais conhecido como campos-de-altitude. Acompanhados pelo professor Jaime Martinez, os estudantes conheceram plantas e animais típicos de cada um desses ambientes, e observaram fenômenos naturais climáticos, como o processo de viração, quando a umidade do mar se transforma em densa neblina ao resfriar nas grandes altitudes. Essa condensação do vapor de água garante o abastecimento hídrico de plantas presas aos paredões de pedra dos aparados da serra, permitindo o desenvolvimento de uma vegetação de pequeno porte conhecida como mata nebular.

Em área natural privada no município de Canela, conhecida como Ecoparque Sperry, a turma da UPF estudou espécies vegetais arbóreas típicas da Floresta Estacional Semi-Decidual, a exemplo do catiguá, do cincho, do mata-olho e da canela-fogo. Nesta propriedade, também orientados pelo professor Martinez, os futuros professores de ciências biológicas planejaram o traçado, os objetivos e as metodologias para o estabelecimento de uma trilha interpretativa. Essa prática busca subsidiar os acadêmicos que estão realizando o planejamento de trilhas interpretativas em seus municípios de origem, para depois serem aplicadas para a comunidade local.

A viagem de estudos também passou por uma típica fazenda serrana de criação de gado bovino e ovino, no município de São Francisco de Paula, onde a turma conheceu ambientes que são mantidos pelas atividades de pastoreio, e em alguns casos manejados pelo uso do fogo, como é o caso do campo nativo. A fazenda explora atividades de turismo rural, e em parceria com profissionais da região, como o biólogo Vitor Hugo Travi, realiza programas educativos na área da conservação da natureza. A biodiversidade identificada na área da fazenda foi bastante significativa, como o bugio-ruivo, a seriema, o papagaio-charão, o maçarico-preto, entre tantas espécies da fauna, e a bracatinga, o pinho-bravo, a criúva, a araucária, entre as espécies da flora nativa.

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