Pesquisa e Inovação

Brinquedos, jogos, novas metodologias: você sabia que todos eles são produtos educacionais?

11/12/2020

14:07

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Divulgação

Construídos e pensados dentro de mestrados e doutorados profissionais, os produtos educacionais são ferramentas de ensino. No PPGECM da UPF, eles recebem destaque e são apresentados à comunidade

Os mestrados e doutorados profissionais, como o caso do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PPGECM) da UPF, tem como objetivos a criação de produtos educacionais. Voltados para a educação básica ou para o ensino superior, eles são ferramentas que auxiliam professores e estudantes na aprendizagem. Como forma de mostrar para a comunidade os produtos construídos, a coordenação do Programa tem feito encontros virtuais. Os webinários ocorrem às quintas-feiras e tem como foco aproximar a pesquisa da sociedade.

De acordo com a coordenadora do Programa, professora Dra. Cleci Werner da Rosa, ao concluir o mestrado ou doutorado, os pesquisadores apresentam, em suas dissertações e teses, como esses produtos podem ser aplicados na prática e explicam a pesquisa por trás dos processos. 

Ao apresentarem suas dissertações, eles colocam à disposição da comunidade novas ferramentas

Ela ressalta que um produto educacional pode ser um software, um simulador, um material de apoio, um protótipo de atividades experimentais, ou seja, um conjunto de materiais que podem ser utilizados pelos professores e que deve ser replicável nos mais variados contextos. “Nosso grande objetivo é mostrar o que é um produto educacional e que impactos eles têm na comunidade em que estão inseridos. Queremos com isso motivar as escolas, professores e a comunidade a dialogar com a Universidade, utilizando os produtos e, com isso, melhorando a sala de aula”, pontua.

Para fazer essa aproximação, os mestrandos e doutorandos do PPGECM têm feito encontros. São dois eventos para apresentar esses produtos: a Mostra Gaúcha de Produtos Educacionais, com troca de experiências entre instituições gaúchas, e os Webinários, promovendo eventos on-line todas as quintas-feiras, para apresentar esses resultados para a comunidade

Ideias que ajudam no processo ensino-aprendizagem

Por meio de pesquisas, observações e análises, os mestrandos e doutorandos buscam soluções e possibilidades para desafios nascidos em sala de aula. Licenciado em Matemática pela Universidade Estadual de Goiás e especialista em Docência em Metodologia da Matemática pela Faculdade Alfa América, Luis Duarte Vieira, está em fase de conclusão do mestrado no PPGECM

Luis está em fase final do Mestrado

Suas ações estão dentro da linha de pesquisa Práticas Educativas no ensino de Ciências e Matemática. Orientado pelo professor Dr. Luiz Marcelo Darroz, ele desenvolveu uma sequência didática, com o roteiro de 11 aulas sobre Probabilidade à luz da Teoria da Aprendizagem Significativa Crítica (Tasc). “A ideia nasceu da necessidade de oferecer materiais para os professores abordarem esse importante conteúdo (Probabilidade) nas turmas de sexto ano de maneira significativa e crítica. Por isso, a proposta foi construída assumindo os princípios da Teoria da Aprendizagem Significativa Crítica (Tasc)”, explica.

Para Vieira, a formação e o conhecimento gerados são fundamentais, uma vez que têm o olhar voltado para a prática. “No PPGECM, a formação visa transformar a realidade concreta da sala de aula dos/as professores/as, melhorando-a em vista de contribuir para que a educação de fato seja significativa, crítica e de qualidade. De modo particular, o Programa alterou minha prática como docente. Me deu fundamentos teóricos e ferramentas pedagógicas e metodológicas. Ajudou a gestar um docente mais preparado para acompanhar os processos de ensino aprendizagem que realizo em minhas turmas. Ou seja, mudou minha prática como docente, qualificando-a muitíssimo”, pontua o futuro mestre.

Já formado, o agora mestre Cristian da Costa e Silva é licenciado em Física pela UPF, com especialização em Ensino de Física, também pela Universidade. Como acadêmico no Instituto de Ciências Exatas e Geociências (Iceg) sempre teve um contato próximo com a realidade das salas de aulas e com os desafios vivenciados pelos professores. 

Ela atuou dentro da linha de pesquisa Práticas Educativas em ensino de Ciências e Matemática, utilizando referencial teórico relativo a prática docente no Ensino de Física na Educação de Jovens e Adultos (EJA). De acordo com ele, a pesquisa retratou um estudo investigativo partindo da necessidade de implementação e análise de uma proposta didática que favoreça a alfabetização científica dos estudantes no âmbito da EJA. 

Partindo das dificuldades encontradas pelos estudantes da EJA, principalmente no entendimento de que ensinar Ciências está atrelado à busca de respostas aos problemas

Cristian já concluiu o mestrado e seu produto é usado no EJA

do cotidiano dos estudantes, ele formulou a questão que norteia a investigação: em que medida uma abordagem didática apoiada na perspectiva dos 3MP (Momentos Pedagógicos) favorece o envolvimento dos estudantes da EJA com conceitos físicos? E a partir dessa pergunta, foram utilizados referenciais teóricos que pudessem responder tal questionamento.

O produto educacional gerado a partir de sua pesquisa foi uma sequência didática pautada nos três momentos pedagógicos, para aplicação na EJA. A sequência didática aborda conceitos da eletricidade no cotidiano dos estudantes, partindo dos conhecimentos prévios dos próprios sujeitos.

De acordo com Silva, a ideia surgiu através da prática de sala de aula com a EJA. Ele frisa que grande parte dos estudantes que procuram a EJA necessita de tal formação para ingressar ou dar continuidade às suas carreiras no mercado de trabalho, tendo a possibilidade de concluir o ensino médio de forma mais rápida do que de forma regular. No entanto, fatores como a faixa etária diferenciada em cada turma, o tempo em que os estudantes ficaram afastados da escola e o período reduzido de aulas em relação ao ensino médio regular são alguns dos obstáculos encontrados na EJA. “Tendo em vista que as disciplinas e os conteúdos a serem trabalhados no ensino médio regular e na EJA são as mesmas, as dificuldades aumentam devido à grande quantidade de disciplinas a serem abordadas em curto período de tempo. Por consequência dessas dificuldades, o conteúdo abordado deve ser adequado ao público, que varia muito de turma para turma. Então, a busca por uma abordagem significativa para os estudantes”, destaca.

Para Cristian, o Mestrado Profissional abre possibilidades. “O mestrado permitiu que eu trouxesse as minhas angústias enquanto professor, trabalhá-las com a finalidade de aplicar diretamente em sala de aula, podendo ver os resultados da aplicação. Nessa busca por respostas, a pesquisa auxiliou, tanto na construção da dissertação e do produto didático, quanto no cotidiano das aulas”, compartilha o professor.