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“A questão emocional é a que mais me preocupa em relação aos jovens”

22/03/2019

18:52

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Natália Fávero

Dr. Jairo Bouer palestrou na UPF, na quinta-feira, 22 de março

O médico psiquiatra Dr. Jairo Bouer, com mais de 20 anos trabalhando com a comunicação e com vários livros voltados para a prevenção, saúde e sexualidade, palestrou, na quinta-feira, 22 de março, no Centro de Eventos da Universidade de Passo Fundo (UPF). A palestra integra a programação da “Calourada”, promovida pelo Diretório Central de Estudantes (DCE), para integração dos acadêmicos veteranos e dos ingressantes no primeiro semestre da Universidade.

Falar a língua dos jovens é uma das características principais de Bouer. “Acho que não tem uma fórmula para falar com o jovem. Tento trabalhar uma linguagem que ele consiga acessar e entender o que estou falando. Toda vez que você entra com um discurso muito pronto, estruturado, você acaba afastando o jovem, em vez de trazê-lo para o diálogo”, enfatizou o médico.

Bouer abordou as principais mudanças que ocorrem no comportamento, na emoção e na saúde do jovem universitário e sobre quais as melhores formas dele curtir, dosar e achar um equilíbrio para esse momento da vida, sem arriscar e se expor a uma série de situações que possam fazer mal à vida dele. “Esta geração de jovens está mais exposta a uma série de pressões, comparações, muito por conta dos impactos que a tecnologia e, fundamentalmente, as redes sociais, têm na vida deles. Percebemos uma geração com mais depressão, ansiedade, automutilação, tentativa de suicídio. Isso é uma resposta a essas demandas que temos aí. Uma demanda por padrão de beleza, pressão por se dar bem, por aparecer, por ser curtido, por ter seguidores”, observou o especialista.

Uma das principais preocupações do médico em relação a atual geração é a questão emocional. “A questão emocional é a que mais me preocupa em relação aos jovens e, principalmente, em relação as meninas, porque são elas que são as mais pressionadas por essas questões todas. Quando esses jovens entram para uma universidade estão longe dos pais, dos amigos, das redes de apoio, da sua história e, ao mesmo tempo, têm uma tremenda liberdade pela frente e sentem dificuldade em saber como tocar isso, como dosar a vida acadêmica e como se divertir. Eles precisam achar um equilíbrio”, declara Bouer.

A reitora da UPF, professora Dra. Bernadete Maria Dalmolin, ressaltou a importância de discutir o tema na Universidade. “É o momento da adolescência e início da idade adulta, por tanto uma fase delicada da vida, de muitas indefinições e, por isso, de muita angústia. Poder conversar sobre isso neste momento que os jovens ingressam na Universidade, que deixam a casa dos pais, que começam a tomar conta da própria vida e de suas rotinas, é muito importante”, enfatiza Bernadete, destacando que a Universidade tem setores especializados para atender os acadêmicos e que os professores também estão preparados para amparar os estudantes, que ingressam na UPF.