Extensão

Os bastidores de um museu zoobotânico

06/08/2019

18:57

Por: Natália Fávero - Assessoria de Imprensa UPF

Fotos: Natália Fávero

Estudantes da rede municipal visitam as exposições e os bastidores do acervo do Museu Zoobotânico Augusto Ruschi (Muzar), mais visitado no interior do Estado

Adivinhe a charada: “De cera, faz a casinha / Onde ela vive só há doçura / Das flores, é companheira / Esta loira criatura”. É dessa forma, por meio de charadas, que os estudantes do Museu Zoobotânico Augusto Ruschi (Muzar), do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Passo Fundo (ICB/UPF), conhecem os “habitantes” do lugar. Essa interação com a riqueza e a diversidade de acervo podem ser a razão de o Muzar ser o museu mais visitado no interior do estado, de acordo com uma pesquisa de visitação realizada pelo Sistema Estadual de Museus. No ranking estadual, o espaço ocupa a 10ª posição

Nesta semana, entre 6 e 9 de agosto, em comemoração aos 162 anos de Passo Fundo, o Muzar promove um encontro ainda mais próximo com os seus visitantes, que podem acessar as exposições e conhecer os bastidores de um museu zoobotânico. Por meio da ação educativa “Conhecendo os bastidores”, estão sendo realizadas oficinas nos laboratórios de Botânica e Zoologia sobre como é feita a conservação do material biológico que compõe cada acervo. Na Sala Verde, a oficina é sobre “Acidentes e identificação de aranhas” e a visita na exposição tem a atividade “Encontre as espécies através de charadas”.

“Qual é a aranha mais venenosa? Como os animais são empalhados? O sapo é mesmo venenoso?”. Essas são algumas das indagações e curiosidades dos estudantes da Escola Municipal Zeferino Demétrio Costi, que foi a primeira escola a visitar a programação do Muzar nesta semana comemorativa. “Aprendi várias coisas que eu não sabia sobre as aranhas. Quanto menor elas são, mais veneno elas têm. A Caranguejeira, por exemplo, é a maior e a que tem menos veneno. Já a Marrom é a menor e a mais venenosa. Conhecer esses animais ajuda a proteger a natureza. Devemos preservar os animais. Eles são seres vivos também”, salientou a estudante Eduarda Machado, 12 anos.

Conhecendo os bastidores
O Muzar tem como finalidade valorizar o patrimônio natural, por meio da preservação dos recursos naturais e da integração dos seres vivos e do conhecimento, mantendo suas coleções didáticas e científicas. 

Possui acervo de coleções de zoologia, botânica, paleontologia e geologia, somando aproximadamente 30 mil exemplares. Uma das “estrelas” do acervo é o leão Oliver, que permaneceu no zoológico da UPF durante sete anos e morreu em 2016. O processo de taxidermização (empalhamento) levou três meses. “A ideia da programação, além de visitar as exposições, é fazer com que os visitantes participem de oficinas e aprendam como é feita a conservação do nosso acervo, tanto dos animais quanto das plantas. Como esse material vem parar no museu, como é conservado, como é organizado e como influencia para exposições e para as pesquisas. Essa é uma das maiores curiosidades dos alunos”, observou a responsável técnica do Muzar, bióloga Flávia Biondo.

Além dos estudantes da Escola Zeferino Demétrio Costi, o Muzar também receberá, nesta semana, turmas das escolas Gervásio Lucas Annes, Professora Lucille Fragoso de Albuquerque e Arlindo de Souza Matos.

Conhecer para preservar
Muitos estudantes visitam o museu desde pequenos. E para eles, conhecer as plantas e os animais é uma das maneiras de ajudar a proteger a natureza. “Acho o museu muito legal, até porque gosto muito dos animais. Gosto de ver a variedade de peixes que tem aqui e dos macacos também. Venho desde pequeno, desde o segundo ano da escola. Temos muitos animais no museu, como os papagaios Charão, presentes na nossa região, que estão ameaçados de extinção. Muitas pessoas caçam eles e fazem isso a troco de nada, às vezes, só para ter uma lembrança. Isso não é justo. Não podemos matar os animais de jeito nenhum, porque eles também contribuem pra gente de alguma maneira”, declarou o aluno Eduardo Dalmaso Correa, 12 anos. 

Resposta da charada
A resposta da charada no início do texto é fácil. É sobre uma das principais responsáveis para o equilíbrio dos ecossistemas, que poliniza e promove a reprodução de diversas espécies de plantas: a abelha, que também parece estar sendo ameaçada, especialmente pelos agrotóxicos.

Saiba mais sobre o museu no site www.upf.br/muzar.