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Reportagens revelam perfil dos eleitores e dos candidatos da região

27/10/2022

10:27

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Carla Vailatti | Assessoria de Imprensa

Estudantes do Núcleo Experimental de Jornalismo realizam trabalho de jornalismo de dados publicado em diversos veículos de comunicação

Mulher, com mais de 40 anos e ensino fundamental incompleto: essas são características predominantes entre os eleitores de Passo Fundo, Erechim, Carazinho, Soledade e Marau. Por sua vez, os candidatos a deputado estadual e federal por esses mesmos municípios foram, na maioria, homens, advogados, com mais de 45 anos e ensino superior completo. Esses dados foram levantados pelos estudantes de jornalismo da Universidade de Passo Fundo (UPF) que fazem parte do Núcleo Experimental de Jornalismo (Nexjor). No período pré-eleitoral, eles produziram reportagens que, a partir de um trabalho de jornalismo de dados, revelam várias camadas de informação. 

O conteúdo repercutiu regionalmente, e foi publicado na imprensa por jornais, portais de notícias e discutido em programas de rádio. Os futuros jornalistas têm, em experiências como essa, a vivência de coberturas jornalísticas de acontecimentos de grande relevância social.  “Mais do que trazer o tema para a cobertura, promovemos uma discussão sobre o papel do jornalismo em uma eleição marcada pela polarização”, destaca a professora Me. Nadja Hartmann, supervisora geral do Nexjor. 

Entendendo o jornalismo de dados

A busca por informações é uma tarefa geralmente associada aos jornalistas. Mas, nos últimos anos, a grande quantidade de informações disponíveis abriu uma nova possibilidade: a de organizar esse volume de dados. Isso possibilita que, em vez de considerar cada informação isoladamente, elas sejam organizadas em conjuntos, o que traz contextos mais amplos e reveladores.

Nas reportagens feitas pelo Nexjor, dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foram coletados e processados. A escolha por essa abordagem, segundo a professora Nadja, foi pensada para gerar conteúdos diferentes das coberturas dos veículos tradicionais da região. “Optamos pelo jornalismo de dados, com o uso de estatísticas e infográficos, o que auxilia na formação de nossos estagiários nessa área do jornalismo, infelizmente pouco explorada, devido ao enxugamento das redações, principalmente no interior do Estado. Esse tipo de conteúdo exige muita pesquisa, cruzamento e interpretação dos dados”, explica.

“Nunca pensei que usaria matemática no jornalismo”

Alexandre Marcheze está no segundo semestre de Jornalismo e é um dos estagiários responsáveis pelas reportagens. A primeira coisa que pensou ao visualizar os números no site do TSE foi: “como vou fazer isso aqui?”. Esse susto foi se dissipando quando ele começou a associar as informações. “Quando você relaciona os números entre si, vê que eles representam alguma coisa.  Por exemplo, na região, a gente percebe que a maioria do eleitorado não tem o ensino médio completo, não tem ensino superior. Com o olhar de jornalista, a gente pergunta: por que essa população não tem um ensino completo? A gente questiona o porquê do sistema educacional da região não proporcionar a essas pessoas chegarem ao ensino superior”, reflete o estudante.

Para Hana Backes, também estudante do segundo semestre de Jornalismo e estagiária do Nexjor, o apoio dos professores e funcionários do Núcleo trouxe a segurança necessária para enfrentar esse desafio. “Foi muito importante ter vivido essa experiência aqui dentro, porque me sinto preparada para, se um dia eu precisar fazer algo semelhante no mercado de trabalho, eu já vivi isso aqui, onde estou mais amparada”, conta.

Reflexões sobre quem somos e quem são os candidatos

“Sabemos que os dados revelados serviram de subsídios para discussões em sala de aula na Universidade e, inclusive, serviram de subsídios para candidatos e partidos políticos, principalmente a primeira parte do Especial, onde traçamos o perfil do eleitorado da região”, conta a professora Nadja. Para ela, a repercussão foi a mais positiva possível: “conseguimos dar a nossa contribuição no sentido de promover uma reflexão mais aprofundada sobre quem somos como eleitores e quem são os nossos candidatos”, destaca.

O interesse nas reportagens, tanto por parte da imprensa quanto da população regional, foi recompensador para os estudantes. “Sentimos o nosso trabalho valorizado, e nos inspiramos a fazer mais. Para mim, o jornalismo é um serviço da democracia, então, principalmente em época eleitoral, a gente tem que dar voz para aquilo que o pessoal precisa saber”, acredita Alexandre.

As reportagens foram publicadas na versão impressa do jornal O Nacional, de Passo Fundo; no site da Rádio Alvorada, de Marau, na qual os alunos participaram da programação com uma entrevista ao vivo; nos sites da Rádio Gazeta, de Carazinho, Rádio Uirapuru, Rádio Planalto e Rádio UPF, de Passo Fundo.

Confira os conteúdos

As reportagens foram produzidas pelos estagiários Alexandre Marcheze, Hana Backes e Marlusa Oliveira, com infografia do funcionário e jornalista Marcus Freitas, sob supervisão da professora Nadja. Além desse trabalho, o Nexjor realizou a cobertura do primeiro turno das eleições, com envolvimento de todos os estagiários, professores e funcionários do Núcleo. Veja as reportagens:

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