Universidade

Hospital Veterinário qualifica o setor de grandes animais

27/09/2019

14:53

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Camila Guedes

Salas de indução anestésica e bloco cirúrgico passaram por reformas para garantir o conforto e a segurança de veterinários e pacientes em procedimentos

Os mais de 220 quilos de um equino que realizou um procedimento cirúrgico há poucos dias no Hospital Veterinário da Universidade de Passo Fundo (UPF) não foram um problema para médicos-veterinários e acadêmicos que atuam no setor de grandes animais do Hospital. Isso porque, recentemente, o espaço passou por reformas que resultaram na melhoria da sala de indução anestésica e no bloco cirúrgico, facilitando o trabalho dos profissionais e futuros profissionais, oferecendo aos donos dos animais um serviço ainda melhor. 

A cirurgia para tratar o criptorquidismo – quando os testículos do animal não descem – realizada no cavalo oriundo do município de Mato Castelhano foi uma das primeiras feitas com a nova estrutura. Entre as melhorias realizadas, estão a reestruturação da sala pré e pós-operatória, que ganhou colchões no chão e nas paredes e uma estrutura de cabos que ajudam a erguer o animal e colocá-lo com facilidade na mesa cirúrgica, algo que antes era feito pelos próprios profissionais. 

Além disso, o bloco cirúrgico também passou por uma desinfecção que atende rigorosamente às normas de assepsia relativas a esse trabalho. “Essas foram as principais mudanças que nós tivemos aqui para poder oferecer à comunidade e aos nossos estudantes uma nova alternativa, uma alternativa ainda melhor para o trato do paciente, principalmente para quem trabalha diretamente com ele, que agora passa a ter um certo conforto agora para trabalhar”, explicou o professor do curso de Medicina Veterinária Dr. Leonardo Porto Alves.

Mais de 370 cirurgias 
De acordo com o professor, que atua no hospital na área de Clínica Médica, Reprodução e Cirurgia de Equinos, o setor de grandes animais do hospital tem uma casuística muito grande, especialmente equinos. Além deles, o hospital também atende a bovinos, suínos e ovinos. “Já há algum tempo nós vínhamos planejando essa reestruturação para procedimentos cirúrgicos, algo que nós fazemos frequentemente. Nós precisamos reestruturar e cada vez mais oferecer à comunidade e aos nossos acadêmicos de graduação e de pós-graduação a melhor prestação de serviço, o melhor ensino”, observou. 

Segundo Alves, entre 2018 e 2019, o setor já realizou mais de 440 consultas a grandes animais e mais de 370 cirurgias. Entre os pacientes, estão principalmente equinos, que chegam até o hospital vindos de municípios de toda a região de abrangência da UPF.  “Nós recebemos animais de toda a região, de proprietários, da própria prefeitura, temos também um convênio com a Brigada Militar e ainda prestamos assistência aos animais que estão envolvidos no projeto de equoterapia da UPF”, explicou.

O espaço é também um suporte para exames laboratoriais e diagnósticos que ocorrem 24 horas por dia, com o envolvimento de quatro médicos-veterinários residentes e cerca de 20 estagiários. O hospital ainda presta atendimento aos animais do Centro de Extensão e Pesquisa Agropecuária (Cepagro), vinculado ao curso de Agronomia da Instituição. 

Mais segurança para veterinários e pacientes
Responsável pela área de anestesiologia do Hospital Veterinário, o professor Dr. Carlos Bondan explica que a nova estrutura da sala possibilita que o animal seja induzido à anestesia sem que haja perigo para ele e para quem está trabalhando. “A queda descontrolada de um animal desse porte pode trazer prejuízos, tanto para as pessoas quanto para ele mesmo. Então, a sala possibilita uma estratégia de cordas e paredes acolchoadas, sem a necessidade de pessoas ficarem diretamente em contato com animal. E mesmo que ele tenha uma queda mais violenta, vai encontrar tanto paredes como o chão protegidos com colchões, evitando, portanto, esses problemas”, contou, acrescentando que a nova sala também é importante durante a recuperação do animal. “Isso foi um grande avanço”, completou. 

Na opinião do diretor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMV), professor Dr. Eraldo Zanella, a segurança é fundamental para a profissão. “Ser médico-veterinário é uma profissão de risco, por isso, é importante que nós tomemos os cuidados necessários para evitar acidentes e prejudicar o exercício da profissão. E uma das coisas que a gente tem que ensinar para os acadêmicos é que algumas dessas cirurgias podem ser feitas a campo, com o mínimo necessário de instrumentação, mas outras têm que ser levadas para um hospital veterinário”, frisou. 

Estrutura completa
Além das reformas estruturais, recentemente, o bloco também passou por atualizações na área anestésica. “Nós estamos com um aparelho de anestesia moderno, sofisticado, que proporciona uma anestesia muito mais tranquila para o anestesista e para o animal. Temos monitores multiparamétricos que possibilitam acompanhar em tempo real as funções cardio, respiratórias e vasculares. Isso torna muito seguros esses procedimentos, que antigamente eram de risco”, disse Bondan.

Essa infraestrutura oferecida pelo hospital, segundo Zanella, torna o espaço adequado para manter a casuística e, a partir disso, desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão. “Acho que essa é a grande diferença do Hospital Veterinário da UPF. Agora, nós temos uma estrutura com anestesia inalatória para grandes animais, com o bloco cirúrgico e com salas de indução e recuperação que estão, talvez, entre as melhores, se não a melhor da região. Nós temos profissionais capacitados e estudantes motivados. Era apenas isso que nos faltava. Acho que os nossos ganhos são enormes e logo estaremos colhendo esses frutos”, finalizou.