Ensino

Erva-mate: para além do chimarrão

09/05/2018

17:32

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Gelsoli Casagrande

Universidade de Passo Fundo promoveu I Oficina Erva-Mate, discutindo as potencialidades do produto com pesquisadores, produtores, ervateiras e acadêmicos

A “Percepção do uso da erva-mate no desenvolvimento de processos e produtos alimentares”, foi tema da I Oficina Erva-Mate, promovida pela Universidade de Passo Fundo (UPF). A atividade é um pré-evento do X Simpósio de Alimentos (Sial), realizado pelo curso de Engenharia de Alimentos e pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA). A Oficina ocorreu no auditório do prédio da Pós-Graduação em Agronomia (PPGAgro). 

O evento contou com a participação do vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Leonardo José Gil Barcellos; da coordenadora do Projeto Erva-Mate UPF, professora Dra. Telma Elita Bertolin; além de gestores, pesquisadores, produtores de erva-mate e representantes da Emater/RS e de entidades e associações de erva-mate.  “É muito importante essa integração entre a academia e o mercado. Procuramos fomentar pesquisas que promovem a transversalização do conhecimento em diferentes contextos, e o Sial promoverá esse debate da ciência, tecnologia e os alimentos”, disse Barcellos. 

Após a abertura do evento, lideranças de entidades explanaram suas visões sobre as dificuldades e as potencialidades para a produção de erva-mate. Destacaram problemas enfrentados pelo valor comercializado pelo produto, assim como a necessidade de divulgação dos benefícios para a saúde proporcionado pela erva-mate, cujo consumo muitas vezes se restringe à região Sul do Brasil, pela tradição do chimarrão. 

De acordo com a professora Telma, a UPF desenvolve uma pesquisa intitulada “Erva-mate como componente funcional no desenvolvimento de processos e produtos alimentares”, com o objetivo de conhecer as propriedades benéficas da erva-mate para produção de alimentos, com a pesquisa desenvolvendo um pão de queijo contendo as funcionalidades da erva-mate. “Foi um desafio desenvolver um processo capaz de preservar as propriedades funcionais da erva-mate, por esse motivo, reunimos todos para que possamos ouvir suas demandas e trabalhar para o desenvolvimento de novas potencialidades para a utilização da folha, claro, sempre aliado à comprovação científica das propriedades mantidas”, explicou. 

Erva-mate 
A erva-mate é conhecida por suas propriedades funcionais, que atuam no combate ao colesterol ruim e aos triglicerídeos, tendo a função antioxidante e anti-inflamatória. Além disso, além de ser utilizada pela indústria dos cosméticos, tem potencialidades para exploração em produtos alimentícios, não somente em bebidas como chimarrão e chás. A Oficina contou com a apresentação de três pesquisas desenvolvidas por acadêmicos da UPF sobre a Ilex paraguariensis (nome científico da erva-mate) como componente funcional no desenvolvimento de processos e produtos alimentares. 

Além disso, o evento contou com uma palestra com o professor do Departamento de Biofísica da Faculdade de Medicina da Universidad de La Republica – Udelar/Uruguay, Nelson Bracesco; e com o professor da Faculdade de Ciencias Medicas - Universidad Nacional de La Plata – Argentina, Guillermo Schinella, que atuam em parceria com a UPF em pesquisas e que debateram sobre a utilização da erva-mate em seus países de origem.  

O evento contou ainda com a degustação de chás da Inovamate, empresa incubada no Parque Científico e Tecnológico UPF Planalto Médio (UPF Parque) e que desenvolve produtos ligados à erva-mate. “Desenvolvemos produtos naturais com a erva-mate, como a linha Matequero, que são chás mesclados com ingredientes de cada região do país, como nordeste, sudeste, sul, norte e centro-oeste, esta última ainda em desenvolvimento”, disse a sócia da empresa, Ariana Maia. 

No X Simpósio de Alimentos, que inicia nesta quarta-feira, 10 de maio, e segue até sexta-feira, 11 de maio, serão discutidas a produção de alimentos com uso da erva-mate e a sustentabilidade da indústria de alimentos, na perspectiva de apresentar o conceito de refinarias para um aproveitamento máximo da matéria prima, insumos e resíduos.

Os trabalhos relacionados nesta reportagem tiveram apoio financeiro do projeto aprovado pelo CNPq /MCTI nº 0162016 - Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), no âmbito do Programa de Desenvolvimento de Estratégias de Caráter Socioeducativas e Sociotécnicas em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional para os países da União das Nações Sul Americanas (UNASUL).