Acadêmicos da UPF se preparam para competição de AeroDesign

A equipe Aerocócus da Universidade de Passo Fundo (UPF) já começou a construção do avião radiocontrolado para disputar a 18ª Competição SAE Brasil AeroDesign, baseada em desafios reais enfrentados pela indústria aeronáutica. Participam da competição de engenharia 95 equipes de 77 instituições de ensino brasileiras e estrangeiras. As provas acontecem entre os dias 3 e 6 de novembro de 2016, no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP).

A equipe da UPF, formada por 14 acadêmicos do curso de Engenharia Mecânica da Faculdade de Engenharia e Arquitetura (Fear), participa na categoria Classe Regular, que tem sessenta equipes inscritas. Nessa categoria, pela primeira vez, os aviões deverão ter dimensões compatíveis com o espaço definido por um cone com base de 2,5 metros de diâmetro e altura de 75 centímetros. “Dentro dessas limitações, tivemos que projetar um avião com grande área de asa e superfícies de controle para garantir uma boa carga útil e também boa manobrabilidade e estabilidade da aeronave”, revela o coordenador da equipe, professor da Fear, Rodrigo Santana.

Estão sendo construídas três aeronaves: duas competem na Classe Regular e uma terceira, que participará de um torneio de acesso para a competição do próximo ano. Os estudantes da UPF já participaram dessa competição em anos anteriores. Os aviões, que estão em fase de construção, são feitos com madeira balsa, fibra de carbono, e, nesta edição, também agregaram o nylon, estruturas em colmeia, espuma de alta resistência, entre outros materiais. “Este ano, estamos competindo, novamente, na Classe Regular. Precisamos ter um avião leve que possa carregar um peso máximo de 196 N (Newton). O avião deve entrar em um cone. Nossa meta é carregar 12 quilos de massa, o que equivale a uma carga útil de 117,72 N, mais o peso do avião, estimado em 2,6 quilos”, explica o coordenador da equipe. 

Expectativas
No ano passado, a equipe conquistou o 38º lugar na competição e, neste ano, a expectativa é estar, pelo menos, entre as 25 primeiras posições. “Na verdade, esse é um grande desafio, tendo em vista que muitas equipes estão na competição há mais de dez anos e este será nosso segundo ano sob minha coordenação. Ainda estamos na fase de cautela com nossas tomadas de decisões para conseguirmos, pelo menos, voar e ter uma classificação que garanta nossa participação para o próximo ano”, comenta Santana.

Para alcançar as posições desejadas, o coordenador do projeto ressalta que a estrutura de fuselagem está renovada, com um motor mais forte e um trem de pouso com uma maior capacidade de carregamento. “As regras para a construção do avião mudam todo ano. Em termos de aprimoramento, melhoramos em vários aspectos, desde a estrutura física até a qualidade dos cálculos realizados na fase de projeto. Além disso, também arriscamos trabalhar com materiais que ainda não tínhamos utilizado até então. Também dedicamos bastante tempo para projetos de ensaios estruturais, o que vai nos ajudar muito para o próximo ano”, enfatiza o professor.

Provas
Na Competição SAE Brasil AeroDesign, as avaliações são realizadas em duas etapas: competição de projeto e competição de voo, conforme regulamento. Ao final do evento, duas equipes da Classe Regular, uma da Advanced e uma da Classe Micro, que obtiverem as melhores pontuações, ganharão o direito de representar o Brasil na SAE Aerodesign East Competition, em 2017, nos EUA, onde equipes brasileiras acumulam histórico expressivo de participações: oito primeiros lugares na Classe Regular, quatro na Classe Advanced e um na Classe Micro. A SAE Aerodesign East Competition é realizada pela SAE International, da qual a SAE BRASIL é afiliada.

O projeto AeroDesign
Organizado pela Seção Regional São José dos Campos, da SAE Brasil, o Projeto AeroDesign é um programa de fins educacionais que tem como principal objetivo propiciar a difusão e o intercâmbio de técnicas e conhecimentos de engenharia aeronáutica entre estudantes e futuros profissionais da engenharia da mobilidade, por meio de aplicações práticas e da competição entre equipes, formadas por estudantes de graduação e pós-graduação de Engenharia, Física e Tecnologia relacionada à mobilidade. 

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