Pesquisa e Inovação

Pesquisa da UPF desvenda curiosidades sobre as borboletas da Floresta Nacional de Passo Fundo

01/06/2022

09:36

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Pedro Bregolin

Dissertação feita no mestrado do Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais analisou o comportamento de quase 6 mil borboletas frugívoras de 45 espécies

Com uma diversidade de espécies, cores, tamanhos e formas, as borboletas são insetos importantes para manter o equilíbrio da natureza. Sabendo dessa importância e buscando entender ainda mais sobre elas, a bióloga e agora mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade de Passo Fundo (PPGCiamb/UPF), Caroline da Silva Ribeiro, realizou um estudo sobre as borboletas frugívoras da Floresta Nacional de Passo Fundo (Flona).

O grupo de frugívoras tem como principais características não se alimentar de néctar, mas, sim, de frutos fermentados, animais em decomposição, fezes e seiva de plantas. “Durante a pesquisa fizemos um levantamento da riqueza e abundância dessas espécies de borboletas, assim como seu comportamento, levando em consideração a estratificação vertical, borda de floresta e sazonalidade. E, ainda, graças à atividade de marcação-recaptura, registramos também informações biológicas importantes como longevidade e deslocamento dos indivíduos”, conta Caroline.

O local escolhido para a pesquisa foi a Flona de Passo Fundo, um espaço gerido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com mais de 1,3 mil hectares, e voltado para a realização de inúmeras pesquisas para conhecimento da biodiversidade regional. A mestre, que defendeu a dissertação no mês de abril, conta que, para a amostragem das borboletas frugívoras, foram instaladas iscas com banana fermentada com caldo de cana em cinco pontos da Floresta. “No período de 12 meses foram amostrados mais de 5,8 mil indivíduos de 45 espécies de borboletas frugívoras na Flona. Com a marcação-recaptura, registramos algumas espécies que percorrem mais de 1,5 km do local da marcação ou que tiveram mais de 200 dias de longevidade, o que podemos classificar como uma das mais longevas que conhecemos”, comenta.

Uma curiosidade observada pela autora da pesquisa é da espécie Morpho epistrophus, uma borboleta branca, de porte grande, que apresenta um crescimento populacional na Flona em meados de fevereiro e março. “Ele ocorre num período bem curto, entre um a dois meses da forma adulta, e dá uma explosão populacional muito grande. Conseguimos amostrar 600 indivíduos só dessa espécie em questão de dois meses”, destaca a mestre.

Interesse por estudar os insetos não é de agora

Foi no período em que estagiou no Laboratório de Entomologia do Museu Zoobotânico Augusto Ruschi (Muzar) que o interesse da bióloga em estudar os insetos nasceu. Ela aproveitou o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) para fazer um levantamento das espécies de borboletas frugívoras. 

Caroline afirma que, mesmo após se formar, sabia que ainda tinha muito mais a aprender e crescer dentro da Universidade. “O PPGCiamb foi uma escolha natural para mim, já que estaria próxima da minha área, mas ao mesmo tempo teria o desafio da multidisciplinaridade”, afirma ela, que já havia entrado em contato com mestrandos do PPGCiamb para conhecer outras alternativas envolvendo meio ambiente e conservação que o programa oferece. “Isso tudo despertou meu interesse e não pensei duas vezes assim que as inscrições para uma nova turma abriram”, disse. 

Para ela, a UPF sempre foi um local acolhedor e que abriu muitas portas. “Não tenho como mensurar o quanto de UPF existe no que sou hoje, foi dentro da Universidade que mais cresci nos últimos anos, seja no âmbito profissional ou pessoal. Foi graças aos professores e à infraestrutura da UPF que a Carol adolescente de sete anos atrás se tornou a Carol pesquisadora dos dias atuais. Certamente, saio do PPGCiamb como uma profissional mais madura e capacitada para os desafios da minha área, que não são poucos, por sinal”, observa.

A dissertação intitulada “Borboletas frugívoras (Lepidoptera: Nymphalidae) da Floresta Nacional de Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil" ainda originou uma exposição, um guia online das espécies encontradas e alguns artigos científicos que serão publicados nos próximos meses.

Muzar terá exposição sobre as borboletas

A partir desta quarta-feira, 1º de junho, quem quiser conhecer mais sobre a pesquisa feita pela mestre Caroline Ribeiro pode conferir a exposição “Desvendando as Borboletas da Floresta Nacional de Passo Fundo”, que estará à mostra no Museu Zoobotânico Augusto Ruschi (Muzar) da UPF. “Mesmo com todos os desafios e receios da pandemia da covid-19 conseguimos manter nosso cronograma e os resultados da pesquisa foram espetaculares”, comemorou a mestre.

Inscrições abertas para mestrados e doutorados da UPF

Buscando contemplar diversas áreas do conhecimento, os cursos de mestrado e doutorado da UPF contribuem com a atualização do profissional no mercado de trabalho, preparam para a carreira docente e abrem portas para quem deseja evoluir e crescer. Atualmente, 13 programas estão com inscrições abertas até o dia 10 de junho. Saiba mais AQUI.