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Saúde auditiva no agro: Fonoaudiologia UPF orienta produtores rurais

10/03/2023

12:00

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Carla Vailatti | Camila Guedes

Oficina realizada na Expodireto apresentou os cuidados necessários para evitar perdas auditivas

Um lugar calmo, onde só se ouve o som do vento e dos pássaros: muita gente se engana ao pensar que trabalhar no meio rural é essa calmaria. Pelo menos, não o tempo todo, uma vez que o ruído de máquinas e veículos, entre outras situações que podem ser prejudiciais à audição, fazem parte da rotina, seja na lavoura, na criação de animais ou na agroindústria. Foram justamente os cuidados necessários para proteger a audição em momentos como esses o tema de uma oficina realizada pelo curso de Fonoaudiologia da Universidade de Passo Fundo (UPF) durante a Expodireto Cotrijal.

A ação ocorreu na Casa UPF, espaço onde a Universidade apresenta o conhecimento produzido na Instituição de diversas formas, como oficinas e o Espaço do Conhecimento. Na tarde de quinta-feira, 09 de março, a coordenadora, Luciana Ardenghi, e acadêmicas de Fonoaudiologia compartilharam informações que ajudam os trabalhadores rurais a preservarem a audição e a saúde como um todo.

Oficina contou com a participação de produtores rurais

Exemplos do dia a dia

Nosso ouvido tem a capacidade limitada de suportar barulhos muito altos: quanto mais elevado o som, menor deve ser a exposição. Por exemplo, um caminhão agrícola emite, em média, 83 a 88 decibéis. A exposição diária máxima permissível para esse nível de ruído é de 5 a 8 horas. Já no manejo de suínos o nível de ruído pode chegar a 109 decibéis, quantidade de ruído suportável apenas durante 15 a 20 minutos. Existem equipamentos de proteção individual, os EPIs, que protegem a audição e possibilitam o trabalho em atividades como essas de forma saudável e por mais tempo. 

Sinais de que o ruído está sendo prejudicial

Zumbido nos ouvidos, dor de cabeça, dificuldades de compreensão da fala, irritabilidade, problemas digestivos: os sinais dos prejuízos auditivos podem comprometer a saúde de forma global. “Não é normal ter dor de cabeça todos os dias, nem zumbido nos ouvidos”, alerta a professora Luciana. “Nosso ouvido tem a capacidade de se regenerar, mas, com o passar do tempo, e se você vai se expondo a ruídos todos os dias, o ouvido não consegue mais se recuperar”, complementa.
Mesmo que já existam prejuízos auditivos, no momento em que a pessoa começa a usar a proteção adequada, essa perda auditiva estabiliza. “Por isso é muito importante que as pessoas identifiquem esses sintomas e façam os exames para adotar as condutas adequadas”, destaca Luciana.

Exames e orientações gratuitos na UPF

Fazer exames periodicamente e usar os equipamentos adequados de proteção: para evitar perdas auditivas, essas são as recomendações dos profissionais da Fonoaudiologia, que estão previstas inclusive na legislação trabalhista. 
 
Segundo a professora Luciana, é comum o trabalhador rural adiar a busca por diagnóstico por ter receio de alguma complicação legal, mas ela explica que isso não acontece. “Quanto antes o trabalhador mantiver em dia os exames e os cuidados, menos complicações ele vai ter, além de estar cuidando da sua saúde e de seus funcionários”, explica. Outra situação comum é o produtor rural levar os funcionários para fazerem os exames, e ele próprio não fazer. “É importante que ele também faça, porque, muitas vezes, ele é quem está exposto por mais tempo”, lembra a professora.

Clínica de Fonoaudiologia oferece atendimento gratuito à comunidade

Na UPF, toda a região encontra atendimento gratuito na Clínica de Fonoaudiologia, espaço no qual a comunidade tem à disposição, além de diagnósticos, orientações e diversos tratamentos. 
O atendimento abrange questões relacionadas a trabalhadores expostos a ruídos, além de diversas outras possibilidades da fonoaudiologia. A clínica oferece avaliações auditivas (Vectonistagmografia, Imitanciometria, Audiometria tonal liminar adulto e infantil, Audiometria comportamental, Teste da orelhinha, Bera, Avaliação do processamento auditivo central), tratamento para problemas de linguagem e fala adulto e infantil, problemas com a musculatura orofacial, alterações de deglutição, mastigação e respiração, tratamento para o ronco; teste da linguinha, problemas de voz e disfagia.

A Clínica de Fonoaudiologia da UPF fica no Campus I, em Passo Fundo, e atende nos turnos da tarde e da noite. Você pode saber mais sobre os atendimentos pelo telefone 54 3316 8498.