Geral

Projeto Charão realiza mais uma edição do curso Resgate do Pinheiro-Brasileiro

27/08/2014

16:20

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Divulgação

Com o objetivo de realizar um resgate sobre a importância da Floresta com Araucárias para as comunidades do sul do Brasil, através de uma ação pedagógica multidisciplinar, foi realizada a segunda edição do curso Resgate do Pinheiro-Brasileiro. O curso integra as atividades do Projeto Charão e suas ações na conservação da natureza, sendo um dos projetos do Paidex, ligado ao Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e à Vice Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade de Passo Fundo (UPF). O evento tem o apoio do Fundo Brasileiro para a Conservação da Biodiversidade, através do Acordo TFCA entre Brasil e Estados Unidos e também, do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí (Coaju).

O curso aconteceu em duas etapas, sendo a primeira realizada em agosto de 2013 no Centro de Eventos da UPF, quando 112 professores oriundos de escolas de ensino fundamental de 32 municípios receberam capacitação para trabalharem em atividades multidisciplinares envolvendo as Florestas com Araucárias. Naquele momento, foi realizado um resgate histórico, econômico, ambiental, social, cultural e gastronômico do pinheiro-brasileiro, também conhecido por araucária, e discutida as possibilidades de utilizá-lo como tema transversal na prática pedagógica de diversas áreas e disciplinas do ensino fundamental.

Dentro das atividades de resgate, alunos e professores procuraram pelas maiores araucárias remanescentes em cada município. Visitaram madeireiras ainda em operação, e trouxeram para uma conversa na escola antigos madeireiros para um relato histórico do ciclo da madeira em cada município. Os professores também foram orientados para a realização de um seminário com a finalidade de socializar, para toda comunidade escolar, as atividades desenvolvidas com o pinheiro-brasileiro nas diferentes disciplinas.

A ocupação humana nas terras do norte e nordeste do Rio Grande do Sul aconteceu sobre áreas de florestas com araucárias, primeiramente pelos índios, depois portugueses, alemães e italianos, gerando toda uma cultura e uma economia relacionada à araucária, principalmente entre os anos de 1910 a 1940. Após trabalharem com seus alunos a importância da araucária para essas comunidades, compreendendo sua importância na alimentação do homem e para diversas espécies de animais silvestres, alunos e professores realizaram uma atividade concreta para a conservação da araucária, com a instalação de viveiros escolares. Cada escola instalou um pequeno viveiro florestal escolar, onde os alunos coletaram sementes nativas nas florestas de cada município e realizaram a produção de mudas do pinheiro-brasileiro. Neste ano, com as mudas de araucária já crescidas, as escolas buscaram junto ao poder público municipal e proprietários de terras um local para o plantio definitivo. Assim, milhares de mudas do pinheiro-brasileiro foram plantadas, esperando melhorar a paisagem futura de cada comunidade, e a situação de oferta de alimento para a fauna silvestre relacionada às florestas com araucárias.

Todas as atividades foram apresentadas pelas escolas no último dia 21 de agosto, tendo como local o Campus Carazinho. O coral do Campus, sob a regência do professor Ademir Camargo, recepcionou os participantes do encontro. Segundo o Professor Jaime Martinez, coordenador do Projeto Charão, todos os professores que participaram desse resgate do pinheiro-brasileiro, dessa iniciativa da educação pela conservação da natureza, demonstraram interesse em continuar o projeto em suas escolas. Assim, são promissores os horizontes futuros para a conservação de um ecossistema único no mundo, as Florestas com Araucárias e sua rica diversidade biológica.