Egressa da UPF transforma tese de doutorado em solução para eficiência energética de edifícios
29/10/2025
10:59
Por: Assessoria de Imprensa
Fotos: Caroline Lima
Contemplada pelo edital Doutor Empreendedor, Bianca Rebelatto vai desenvolver uma plataforma que conecta ciência e mercado na busca por edificações mais sustentáveis
Com forte atuação na pesquisa científica, a Universidade de Passo Fundo (UPF) se destaca pela formação de profissionais comprometidos com o desenvolvimento sustentável. A trajetória da egressa do curso de Arquitetura, Bianca Gasparetto Rebelatto, é um exemplo de conexão entre ciência e conhecimento que gera impacto positivo na sociedade. Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental (PPGEng) da UPF, ela desenvolveu uma ferramenta de certificação energética para edifícios comerciais que busca tornar a certificação ambiental mais acessível e adaptada à realidade brasileira.

O modelo de avaliação combina indicadores sociais, ambientais e econômicos e estabelece níveis de desempenho que variam de inicial a exemplar, incentivando a melhoria contínua e o reconhecimento das melhores práticas. “Hoje, poucas edificações comerciais alcançam certificação, em grande parte, devido aos altos custos, à burocracia e à falta de conhecimento técnico no setor. Minha proposta busca simplificar esse processo, oferecendo critérios claros e objetivos, conectados às metas da Agenda 2030 e a diferentes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, explica Bianca, ao destacar que a proposta também está alinhada ao Pacto RS 2025, iniciativa estadual que estimula a inovação e a sustentabilidade como motores do desenvolvimento regional.
Transformando pesquisa em realidade
Os próximos passos envolvem a estruturação da ferramenta como um produto dentro da empresa na qual Bianca é sócia-fundadora, a Greena Soluções em Sustentabilidade. Para isso, ela irá utilizar recursos do edital Doutor Empreendedor, iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e do Sebrae/RS, que ela foi contemplada recentemente. “Queremos transformar o modelo teórico em uma solução digital acessível e escalável, que possa ser utilizada tanto por construtoras quanto por gestores públicos e privados”, comenta Bianca.
Ela destaca que a empresa já atua em projetos de sustentabilidade e a ferramenta virá para ampliar esse portfólio. “Vamos iniciar testes em empreendimentos comerciais no Rio Grande do Sul, fortalecer parcerias estratégicas e buscar conexões com políticas de eficiência energética e transição climática”, afirma Bianca.
O caminho até essa conquista começou ainda na graduação, quando teve o primeiro contato com o tema da eficiência energética. No mestrado, Bianca pesquisou universidades como espaços-modelo de sustentabilidade e, no doutorado, aprofundou o estudo em edificações comerciais, com direito a um intercâmbio na Alemanha e entrevistas com especialistas nacionais e internacionais. “Defender o doutorado e, ao mesmo tempo, ser contemplada com o edital representa a união de duas conquistas que se complementam: a validação acadêmica de anos de pesquisa e o reconhecimento da relevância prática do trabalho”, relata.
Essa trajetória, construída ao longo de anos de dedicação à pesquisa, hoje se reflete no modelo de negócio da Greena Soluções em Sustentabilidade. Incubada no UPF Parque Científico e Tecnológico, a startup integra o ecossistema de inovação da Universidade, que conecta ensino, pesquisa e mercado. Para Bianca, esse ambiente é fundamental no processo de amadurecimento da ideia e de transformação da pesquisa em produto. “A incubadora oferece mentorias, suporte jurídico e de gestão, e aproxima pesquisadores de investidores e empresas. É um espaço que acelera o processo de transformar pesquisa em negócio, com base sólida e orientada ao impacto real”, destaca.
A empresa se consolida como uma deep tech, termo usado para definir startups que surgem a partir de pesquisas científicas de base tecnológica. “Isso significa que nosso produto é resultado de anos de investigação acadêmica, testes e validação científica. É uma solução de alto impacto e difícil de ser replicada, porque nasce do conhecimento gerado dentro da Universidade”, ressalta Bianca.
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