Ensino

Encontro marca o encerramento de mais uma edição do Programa Residência Pedagógica

29/02/2024

09:50

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Filippe de Oliveira Martins

Participantes se reuniram para compartilhar experiências vivenciadas nas escolas

O Programa Residência Pedagógica da Universidade de Passo Fundo (UPF) promoveu, nessa quarta-feira, 28 de fevereiro, um encontro para marcar o encerramento das atividades de sua 3ª edição. O evento, realizado no auditório do prédio B3, Campus I, reuniu residentes e preceptores em diversas ações, como a palestra “A relação teoria e prática na formação inicial dos professores: contribuições da Residência Pedagógica”, proferida pelo diretor do Instituto de Humanidades, Ciências, Educação e Criatividade (IHCEC), professor Dr. Luiz Marcelo Darroz.

Desenvolvido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Programa insere os estudantes das licenciaturas e futuros professores no dia a dia das escolas públicas, contribuindo, dessa forma, para as suas atuações profissionais e com a qualidade da Educação Básica. Essa última edição foi composta por quatro subprojetos, que envolveram os cursos de Letras, Pedagogia, Educação Física, História e Artes, além de 76 residentes, entre bolsistas e voluntários.

Uma dessas estudantes é Cristiane Socoloski. Acadêmica do curso de História, ela atuou nas escolas Eeenav e Anna Willig, onde preparou aulas e planos de aula, por exemplo. “Vamos realmente para o fronte de como é ser professor. O Programa é muito importante para a UPF e para o curso de História porque é um momento no qual o professor, de fato, atua muito antes de se formar. E as contribuições são inúmeras, então eu já vou ter essa experiência após a minha formação, já terei uma aprendizagem maior. A Universidade indo para essas escolas acaba contribuindo também para os novos professores, os novos alunos que se inspiram em nossa trajetória”, relatou.

A estudante do curso de Letras – Português e Espanhol, Franciele Paza, participou da Residência Pedagógica na Escola Prestes Guimarães. Na instituição, realizou atividades de planejamentos de aula e participou de reuniões de estudo e planejamento, aprimorando a sua habilidade docente. “Eu tinha muita dúvida se eu queria mesmo seguir a carreira de professor, porque eu nunca tinha estado em uma sala de aula. O diferencial do Programa é o apoio que temos de uma orientadora da faculdade e de uma preceptora, que é uma professora mais experiente lá da escola. Todas as situações pelas quais você passa, você tem o apoio de alguém mais experiente. O Programa me conquistou porque eu comecei a ver uma magia no ensinar Literatura. Trabalhamos principalmente com práticas leitoras, de obras clássicas da literatura e de obras contemporâneas, e isso despertou uma paixão em mim. Aos poucos foi me conquistando, tanto que mudou o rumo da minha vida. Estou decidida a seguir essa carreira”, comentou.

A professora Tatiane Silveira foi uma das preceptoras na Escola São Luiz Gonzaga. Para ela, na experiência houve muita troca. “Tive a oportunidade de ensinar um pouquinho para as meninas da Pedagogia, e elas também acabaram me ensinando, me auxiliando nos meus planejamentos com os alunos, que tinham algum problema de aprendizagem, alunos incluídos na escola com deficiência, todos puderam aprender muitas coisas. Acredito que esse Programa tem uma importância gigantesca para a educação, porque os alunos acompanham a turma há mais tempo do que um estágio, que dura dois, três meses. Eles acompanham praticamente uma turma o ano todo, conhecem melhor o estudante e acompanham o desenvolvimento da sua aprendizagem”, afirmou.

Presente no encontro, a diretora da Escola Anna Willig, Ana Maria da Rosa Prates, destacou que o Residência Pedagógica é um programa muito importante para que os acadêmicos possam desenvolver a docência, trocar experiências com os estudantes e com os professores. “Foi uma vivência muito significativa e cheia de aprendizagens. Tanto os professores quanto os alunos da nossa escola aprenderam muito”, disse.

Foco na formação de professores 
O Programa Residência Pedagógica existe desde 2018 e objetiva fomentar a formação inicial dos professores. Segundo a sua coordenadora, professora Dra. Elisa Mainardi, a inserção dos acadêmicos nas escolas oportuniza aos licenciandos acompanhar e perceber o cotidiano da escola, se inserir nos mais diversos espaços do ambiente escolar e acompanhar o professor preceptor no processo de planejamento, do exercício da docência, chamado de docência compartilhada. “A Universidade se aproximou mais das escolas e os estudantes tem a possibilidade de, enquanto formação, ir percebendo as inquietações, os desafios e a potencialidade da educação, botando, enfim, aquilo que o fazer pedagógico, o fazer docente vai revelando no seu fazer”, ressaltou.

O diretor do IHCEC, professor Luiz Marcelo, contextualizou o trabalho do Instituto na formação de professores. “O IHCEC congrega um coletivo de licenciaturas. A formação de professores é a essência. Formar professores hoje não é simplesmente preparar profissionais para recitar com todos. Formar professores é dar suporte para que esses novos profissionais possam seguir no mercado de trabalho e conseguir transformar uma sociedade. Programas como o Residência Pedagógica e o Pibid buscam inserir no contexto escolar desde o início da graduação esse sujeito que lá na frente vai ser o professor, que vai tomar a regência de classe e conseguir construir com as crianças que lá estão um novo ambiente capaz de proporcionar situações que promovam aprendizagens, que levem as crianças a interferir criticamente no contexto em que elas estão inseridas”, enfatizou.

O secretário de Educação de Passo Fundo e professor da UPF, Dr. Adriano Canabarro Teixeira falou sobre o Programa a partir de duas perspectivas. “Uma, primeiro, de professor de Residência Pedagógica. A possibilidade de você poder estar na escola, fazendo Residência Pedagógica, vivenciando o dia a dia da escola, com supervisão de um professor já experiente, com um grupo de alunos, ou seja, num contexto real, é muito potente do ponto de vista de formação do nosso licenciado. E, enquanto secretário, a gente vem num contexto em que a educação pública tem avançado bastante, mas é claro que ela tem também as suas demandas e desafios. Temos um conjunto de professores suficientes do ponto de vista de execução da atividade, mas quanto mais pessoas a gente vê dentro da escola, principalmente pessoas com a formação que a Universidade dá, por exemplo, melhor podemos atender e prestar esse serviço para a população”, pontuou, complementando que com o Residência Pedagógica todos ganham. “Ganha a rede, os alunos, a universidade, os alunos das escolas públicas, da Pedagogia e das licenciaturas também. É um projeto que, sem dúvida alguma, já deu certo e precisa se potencializar”, finalizou.