Extensão

Um ano atípico, mas de muito compartilhamento

07/01/2021

14:28

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Divulgação

Projeto Residências Compartilhadas precisou se reinventar em 2020 e aprender novas formas de interagir e trocar experiências

Um tem a moradia. O outro a vontade de colocar em prática o que aprende em sala de aula. Os dois dão forma ao Projeto Residências Compartilhadas, parceria entre a Universidade de Passo Fundo (UPF) e a Fundação Beneficente Lucas Araújo. Em funcionamento desde 2019, o Projeto precisou se reinventar em 2020. Com a pandemia do Coronavírus, a suspensão das atividades do Lar da Menina Pe. Paulo Farina e as restrições de contato com os atendidos na Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) São João XXIII e São José impediram que diversas ações fossem feitas. Contudo, a nova realidade não impediu que os acadêmicos e colaboradores desistissem de partilhar, aprender e ensinar.

A iniciativa tem como objetivo ampliar as condições de permanência e de conclusão da educação superior, por meio da viabilização de moradia, aos estudantes regularmente matriculados e frequentes dos cursos de graduação da UPF, no campus de Passo Fundo. Isso ocorre com a oferta, aos selecionados, de apartamentos e/ou quitinetes, disponibilizados pela Fundação Lucas Araújo, uma vez que a Entidade tira boa parte da sua subsistência por meio de locações residenciais.

Aprender para além da formação acadêmica

Com a chegada da pandemia e o cancelamento de ações, os acadêmicos envolvidos, bem como a direção da Fundação e a coordenação do Projeto pela UPF, precisaram pensar novas possibilidades. Foi assim que os estudantes buscaram em outras ferramentas o caminho para continuar prestando serviços em troca do compartilhamento das residências. 

Cursando Odontologia, Patrick Augusto Lima da Silva, conta que o Projeto foi uma oportunidade para que ele pudesse ter o suporte para morar em Passo Fundo e também para vivenciar o convívio social. “Foi e tem sido uma experiência muito boa. Acredito que a pandemia tenha dificultado um pouco nossas atividades, mas seguimos realizando o que foi possível com as restrições sanitárias adequadas”, observa.

Como nem sempre as atividades permitiam o contato, no Lar da Meninas eles aproveitaram para realizar pinturas, deixando o ambiente mais acolhedor. Na ILPI, além de auxiliar em ações externas, ele pode atuar no consultório odontológico, auxiliando na limpeza oral dos pacientes.

Pinturas foram feitas pelos acadêmicos integrantes do projeto

Para Gabriela Marques Lara, acadêmica de Psicologia, a experiência tem sido desafiadora, mas gratificante. Nos momentos em que não é permitido o contato com os idosos e, enquanto as crianças não retornam, eles já colocaram a mão na massa para realizar a revitalização dos parquinhos, organização dos jardins e pinturas. Para ela, uma troca rica que só traz aspectos positivos. “O programa é a garantia da minha permanência na Universidade, por justamente proporcionar a moradia. Nesse sentido tem total importância na minha vida acadêmica”, frisa.

Construção coletiva e apoio mútuo

O diretor da Entidade, Luiz Costella, destaca que, de maneira geral, 2020 foi um ano bastante difícil para a Fundação. Ele pontua que, ao atender um dos públicos mais sensíveis da pandemia, os idosos, a Entidade precisou repensar processos, estratégias, procedimentos e regras. Contudo, ao contar com parcerias como as firmadas com a UPF, os desafios foram aos poucos sendo vencidos. “Esse projeto, em especial, é uma ação de apoio mútuo entre as instituições, permitindo aos estudantes uma oportunidade de colocar em prática o conteúdo aprendido em sala de aula e, com isso, ter um auxílio financeiro para residir. Não foi fácil incluí-los nas novas rotinas, mas tivemos a sorte de contar com estudantes com o espírito de solidariedade e humanidade tão importantes neste momento”, destaca.

Troca de afeto e experiências com cuidado redobrado

Para Silvana Ribeiro, responsável pela permanência estudantil na UPF, o Projeto visa facilitar o acesso e a continuidade da vida acadêmica na UPF e, mesmo em situações atípicas, como a vivida em 2020, cumpriu seu objetivo. “Temos vários estudantes que moram em outras cidades e que estudam aqui. Além disso, vários estudantes relatam os desafios de morar de aluguel. Por isso, pensamos em oportunizar essa parceria, uma vez que a Fundação trabalha com aluguel de apartamentos e precisa, em suas ações, de ajuda e parcerias”, relata.
 

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