Ensino

Medicina Digital: UPF tem disciplina com modelo diferenciado no país

23/09/2022

08:30

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Caroline Lima

Nova disciplina explora diferentes atuações dos médicos no futuro

O curso de Medicina da Universidade de Passo Fundo (UPF) oferece, a partir do segundo semestre, a disciplina de Medicina Digital. A disciplina aborda as tecnologias atuais e as tendências na área da saúde que visam proporcionar mais qualidade nos serviços prestados pelos futuros médicos.

O professor Francisco Madalosso Bittencourt coordena a implementação, com compilação de alguns currículos de São Paulo, Rio de Janeiro e inspirações do Vale do Silício.

“É uma disciplina que atende um novo método de ensino, denominado Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), no qual o acadêmico é o protagonista da aula”, explica. No método, os estudantes tentam resolver problemas que enfrentarão no dia a dia, com a orientação do professor. 

Os estudantes têm aulas com professores de outras áreas de ensino e em diversos espaços da Universidade, como laboratórios das engenharias, da ciência da computação, além do Centro de Simulação Realística (CSR), que é modelo no país.

Demanda por conhecimento sobre tecnologias

A pandemia de COVID-19 fez com que o atendimento médico por teleconsulta fosse regulamentado de forma emergencial no Brasil. De acordo com a Federação Brasileira de Hospitais, entre 2020 e 2021, foram realizadas mais de 7,5 milhões de consultas on-line, sendo que 87% delas foram primeiras consultas.

Em maio de 2022, a regulamentação definitiva da telemedicina foi publicada no Diário Oficial da União (Resolução CFM n. 2,314/22). As normas da prática, elaboradas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), já estão vigentes em todo o país.

O cenário demanda o conhecimento de aplicação de novas tecnologias. É por isso que a disciplina Medicina Digital foi idealizada — não só pela regulamentação da telemedicina, mas também devido à inserção de inteligência artificial, impressão 3D de órteses e próteses, realidade virtual aumentada, medicina de precisão e edição genética, entre outras áreas que fazem parte do dia a dia médico.

“As tecnologias não estão vindo para substituir os médicos e a medicina. Estão vindo para nos auxiliar. Por isso, a importância de o especialista estar sempre atualizado”, ressalta Madalosso.

A aproximação pode resultar, acredita o professor Madalosso, na criação de novas especialidades médicas — algo como médico programador ou médico analista de dados —, que consiga trabalhar com inteligência de dados e algoritmos. “O profissional não precisa ter medo de perder o lugar para uma máquina. Mas sim de ficar ultrapassado e ser substituído pelos que sabem usar a tecnologia a favor da saúde”, conclui.