Extensão

Mediajur nas escolas: a cultura de paz no ambiente escolar

20/08/2019

13:01

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Divulgação

Conversa, debate e dinâmicas movimentaram estudantes da Escola São Luiz Gonzaga

Aproximar as relações com a comunidade e permitir um espaço de diálogo são alguns objetivos do Núcleo de Mediação e Justiça Restaurativa (Mediajur), programa de extensão da Faculdade de Direito da UPF. No mês de aniversário de Passo Fundo, a equipe realiza diversas ações em escolas públicas, permitindo que os estudantes possam vivenciar experiências, trocar informações e aprender sobre a cultura da paz.

Uma das atividades foi desenvolvida com estudantes e professores da Escola Municipal São Luiz Gonzaga. De acordo com o professor Me. Vinícius Toazza, com os jovens, foi possível vivenciar um círculo de construção de paz sobre desafios e novas etapas. A ação foi proporcionada para o 9°ano, fase em que os adolescentes encerram os estudos nessa escola e buscam por um novo ciclo, com a realização do ensino médio. “Já com os professores, foi possível desenvolver um trabalho em forma de círculo de construção de paz, no qual se refletiu a respeito do papel da educação e da incidência de práticas restaurativas no ambiente escolar como meio de projetar uma cultura de paz na escola”, explicou, pontuando que o trabalho contou com a participação da extensionista Daiane Hórlle, do curso de Serviço Social.

Para o diretor do educandário, professor Sírio Chies, o trabalho foi excelente e trouxe questões importantes para o debate. “A partir de um trabalho dinâmico, a equipe trouxe questões pertinentes ao cotidiano dos professores e da escola. Podemos, a partir desse trabalho, refletir sobre nossas práticas de sala de aula e sobre como lidamos com as situações que se apresentam no dia a dia da escola. Esse trabalho irá corroborar muito para a transformação da prática de cada professor. Muito obrigado", destacou.

Segundo a professora Luana Teixeira, que acompanhou as turmas, a iniciativa foi bastante positiva. “A atividade proposta pela UPF em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SME) foi muito importante para o cotidiano de sala de aula, uma vez que sempre há conflitos e falta de diálogo entre os alunos nas suas relações de amizade e afetividade. É uma iniciativa positiva, pois oportuniza aos alunos a interação que não há em casa, tampouco na escola”, ressaltou.

Ao todo, 40 estudantes participaram das atividades.

Reflexões que motivam e incitam à mudança
Já na adolescência e em fase de tomada de decisões, os conflitos internos e externos são uma constante na vida dos estudantes. Colocá-los frente a frente e tirá-los da zona de conforto para que pudessem se ver e também ver o outro foi um dos desafios das atividades desenvolvidas. 

Eles se sentiram motivados e abraçaram o desafio de vencer as inseguranças. Para Diênifer da Silveira Daniel, a atividade foi diferente de tudo o que já havia feito. “Foi algo que me deixou muito reflexiva sobre as questões da vida. Quando começamos as gincanas, eu estava sentindo-me um pouco descontente, porém, depois que acabou, fiquei emotiva com as palavras do professor Vinícius. Chamou-me atenção o que ele disse ‘Nós podemos ser tudo o que queremos’. Isso me trouxe uma motivação muito grande para que eu possa ter força de vontade para alcançar e conquistar meus sonhos e objetivos. Eu acho muito importante ter uma conversa com seus amigos, colegas, conhecidos, ou até mesmo com os familiares, para que possamos falar sobre as diferenças, dificuldades que cada um de nós enfrenta. Às vezes, tudo que uma pessoa precisa é de um abraço e alguém para lhe ouvir, sem julgamentos”, pontuou.

Já para Emmanoelly Melo, as dinâmicas ajudaram a compreender melhor o outro. “Gostei muito porque nos deu a oportunidade de ouvir mais os outros, de compreendê-los. Gostei também das dinâmicas, que não foram tão sérias, o que tornou tudo mais leve e nos deixou mais tranquilos. Foi uma experiência maravilhosa, apesar da vergonha, e vou levar para a vida toda”, destacou a estudante.

Júlio Cesar Santos achou a aula diferente e produtiva. Para ele, a ação representou uma oportunidade de pensar de outra forma. “Nós tivemos uma aula diferente, que foi muito produtiva, na qual tivemos a oportunidade de experimentar novas experiências e de nos comunicar com os colegas. Foi um momento também de experiências e sentimentos com nós mesmos, e de também ouvir os sentimentos dos nossos colegas”, frisou.

A abordagem de temas difíceis e o diálogo entre os colegas foram pontos de destaque para Larissa da Silva dos Santos. Em sua opinião, no dia a dia, nem sempre é possível abrir esses espaços. “A dinâmica que nos foi proporcionada foi algo muito interessante. Em meio a brincadeiras, conseguimos abordar alguns assuntos importantes, também, em meio a elas, consegui conhecer um pouco mais de cada colega e aluno do nono ano. Em minha opinião, essa dinâmica foi algo bom e que deveria acontecer mais vezes para que as pessoas possam interagir mais umas com as outras”, disse.

Lhaurem de Araújo gostou da oportunidade de ouvir outras pessoas. Para ela, além de interessante, a atividade foi também divertida. “Gostei bastante de ouvir as outras pessoas com quem eu não tinha muito contato, pois é importante escutar as pessoas ao nosso redor. Também gostei das atividades e brincadeiras que o professor Vinícius e a Daiane nos proporcionaram, me diverti bastante, apesar de ser extremamente tímida”, confessou a jovem.

Para Pietra Miranda, a experiência com a dinâmica foi ótima, pois permitiu que ela soubesse um pouco sobre o que seus colegas pensam e quais são as atitudes que eles tomam em situações diferentes. “Foi ótimo ouvir os colegas, trocar ideias, brincar e falar o que penso e o que sinto e faço em algumas situações. A parte que eu mais gostei foi jogar a linha para alguém e falar o que oferece para ela (valores) e também quando falamos sobre o que mais marcou na escola, pois assim todos nós dialogamos. No começo, eu estava bem ansiosa, com medo, vergonha e nervosa, pois sou muito tímida, mas conforme as atividades passaram, a minha timidez e ansiedade foram diminuindo”, manifestou.

Perder o medo e enfrentar seus receios foram os motivos que fizeram com que a estudante Nalanda Graeff Teixeira gostasse da atividade. Apesar da timidez e da vergonha em falar em público, ela se viu desafiada a superar e a conversar com todos. “Eu gostei muito da palestra. Sempre sinto esses sentimentos quando somos informados sobre alguma palestra, por causa da minha timidez e preocupação de ter que falar ou fazer algo. Foi o que aconteceu, porém, mesmo assim, eu gostei de contar para os outros o que eu achava, mesmo falando muito baixo e com vergonha. No entanto, eu percebi que não sou só eu que fico desse jeito, todos ficaram, mas todos tivemos que enfrentar isso. Eu saí bem pensativa e feliz. Guardei muitas coisas ditas por eles e pelos meus colegas, além de me sentir muito incentivada para não desistir dos meus sonhos, focar no que eu quero, ter coragem e ânimo, pois isso é essencial”, expressou.