Cultura

Arte por todos os lados

07/12/2018

17:33

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Camila Guedes e Gui Benck

Acadêmicos do curso de Artes Visuais da UPF promovem uma série de exposições que poderão ser visitadas até janeiro de 2019

Basta olhar com atenção para ver que as obras de arte estão por todos os lados. Desde a última semana, o curso de Artes Visuais Bacharelado da Universidade de Passo Fundo (UPF) tem colorido a Instituição com uma série de exposições. Com diferentes técnicas e temas, as exposições fazem parte do trabalho dos acadêmicos da disciplina de Curadoria, ministrada pela professora e coordenadora do curso, Me. Mariane Loch Sbeghen. Pelo menos cinco exposições do curso estão abertas à comunidade acadêmica até janeiro de 2019. 

O desafio dos estudantes ao longo do semestre foi criar uma proposta expositiva individual e apresentá-la à comunidade com todos os elementos que uma exposição deve ter, como catálogo, convite, texto de apresentação e vernissage. “Eles têm que fazer todo o processo de criação de uma exposição, desde trazer comida, fazer a cerimônia de abertura, toda a formalidade como uma exposição exige. Eles montam e depois nós, professores, fazemos a crítica. Eles são avaliados por tudo que é apresentado”, explicou Mariane. 

De acordo com a coordenadora, o bacharel em Artes Visuais tem uma carreira diferente do licenciado. “A carreira dele é de um profissional liberal, então, ele tem de ter esse cuidado se ele for trabalhar como um curador de um museu, de uma galeria, ou mesmo de um acervo. Ele tem que saber construir a proposta expositiva. O exercício de fazer algo sozinho o faz saber como lidar com esse desafio depois, no dia a dia, fora da universidade”, ressaltou.  

Saiba mais sobre as exposições: 

O pulsar respir(ar)
Criada pela acadêmica Greyce Kaiser, a exposição “O pulsar respir(ar)” trata da relação da aluna com as árvores. A instalação, exposta no átrio da Faculdade de Artes e Comunicação (FAC) até 19 de dezembro, apresenta produções que materializam memórias, conceitos, simbologias, crenças, conhecimentos, sabedorias que foram sendo tecidas desde a infância da artista acerca das árvores. Filha de madeireiros, Greyce conta que viveu todos os processos de rompimento da vida de uma árvore, desde a derrubada, o corte, o aplainamento até a finalização e se sentia péssima e impotente por não poder fazer nada para salvá-las. Assim, a exposição é um convite para refletir sobre a forma com que cada pessoa participa do rompimento dos ciclos de vidas de suas árvores. 

Infidelidades
O acadêmico do curso de Artes Visuais Hector Manuel Rodríguez Tesut, o Tuset, apresenta a exposição Infidelidades, na Casa de Cultura Vaca Profana. Manuel é espanhol e desde a metade do ano está na UPF como intercambista. Antes de retornar à sua terra natal, no entanto, ele presenteia a comunidade passo-fundense com sua arte. A exposição reúne desenho, pintura, fotografia e gravura, tendo o abstracionismo como principal arma para manifestar o que o artista sente em relação às coisas vividas desde que chegou ao Brasil.

Ao todo, são mais de 150 obras resultantes de mais de 68 projetos, todas criadas no período em que esteve em Passo Fundo. Em seu trabalho, Tuset explora as relações familiares e, com elas, todo o peso da ancestralidade e o mister de manter viva a cultura de uma aldeia praticamente isolada no norte da Espanha. Essa proximidade com a natureza e o isolamento o despertou para uma arte voltada para si. As obras ficam em exposição até 15 de fevereiro de 2019. 

Momento de criação
Em “Momento de criação”, exposta na Sala de Artes Laura Borges Felizardo, na FAC, Campus I da UPF, até 30 de janeiro, a acadêmica Luciane Belon apresenta esculturas em gesso branco do rosto de artistas locais. Ao participarem do processo de criação da exposição, os artistas foram instigados pela acadêmica a pensarem em seus próprios momentos de criação. Assim, além de reconstruir a geografia da alma com um tipo peculiar de ser humano – o artista –, a exposição de Luciane também é um convite para que, ao olhar para cada uma das faces expostas, o visitante olhe também para dentro de si para buscar o que existe do lado de dentro, que está silencioso e esperando por ser descoberto. Através de suas linhas, a artista guia o visitante com maestria, não para universos alheios, mas para o reconhecimento de suas próprias máscaras em busca de sua verdadeira face. 

Latente: a poética do sonho na fotografia
Nessa exposição, a acadêmica Luiza Schaullenberger reúne uma série de fotografias que materializam a subjetividade do onírico. A artista, ao se ocupar do sonho, não se preocupa propriamente com o conhecimento da vida onírica, mas em materializar, pelo olhar da lente fotográfica, a subjetividade e a poética da mente humana. A série revela o onírico sob o olhar da lente fotográfica, privilegiando uma forma de ver o inconsciente, eternizando, assim, aquele momento, aquele estágio mental em uma fotografia. As obras estão expostas na Biblioteca Central, também no Campus I, até 30 de janeiro. 

Do sonoro ao visual: atribuindo formas e matéria ao invisível 
Única mostra que não faz parte da disciplina de Curadoria, a exposição “Do sonoro ao visual: atribuindo formas e matéria ao invisível” é resultado do trabalho desenvolvido em sala de aula pela professora do curso de Artes Visuais Licenciatura Me. Ivana Tisott, na disciplina de Fundamentos das Linguagens Visuais II. Ao longo do semestre, os acadêmicos experimentaram diferentes propostas de trabalho com relação aos desdobramentos de elementos visuais e os novos planos e espaços que podem ser ocupados. Os estudantes tiveram o desafio de criar objetos escultóricos somente a partir do uso de linhas (unidimensional), ou então, criar um objeto escultórico a partir de uma folha A4 (bidimensional), modificando, dessa forma, as características formais e conceituais do material e do significado empregado. 

A criação foi embalada por uma música. Saindo de um plano sem dimensão mensurável visualmente – que são as ondas e as frequências sonoras da voz e dos instrumentos musicais –, com a modificação dada pelos estudantes, a música passa a ocupar um lugar no campo visual, revelando, através desse fazer artístico, novos elementos e significados atribuídos. O resultado dessa experimentação pode ser conferido no Centro de Convivência até o dia 20 de dezembro.