Extensão

Projeto de Alternativas à Violência (PAV) desenvolve ação extensionista no estado de Goiás

07/08/2018

11:10

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Divulgação

Acadêmicos da UPF e de outras instituições foram facilitadores em oficinas

O Projeto de Alternativas à Violência (PAV), que, na Universidade de Passo Fundo (UPF), está vinculado ao projeto de extensão da Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários e da Faculdade de Educação (Faed) “Observatório da Juventude” e é promovido pela Ong Ecopaz, está sendo expandido para além do estado do Rio Grande do Sul. Sob a coordenação do professor licenciado Dr. Silvio Antônio Bedin, desde fevereiro deste ano o projeto vem sendo implementado em terras goianas, em  Itapuranga, e na cidade histórica de Goiás.

A promoção é de iniciativa da Diocese de Goiás e se dá no contexto da Campanha da Fraternidade, com o propósito de sensibilizar e capacitar educadores para o protagonismo de ações na prevenção/superação das violências, resolução/mediação de conflitos e no empenho coletivo na construção de ambientes educativos fundados nos valores da cultura de paz. O projeto congrega gestores educacionais e professores que atuam nas redes municipais e estaduais daqueles municípios, bem como professores universitários e acadêmicos de Instituições de Ensino Superior (IES) de Goiás. Da UPF, participam, na condição de facilitadores do PAV, os acadêmicos Geisi Decarli (Artes Visuais), Elizandro Baccin (Pedagogia - Campus Carazinho), Cleverson Alves (Direito - Campus Lagoa Vermelha) e Franciele Talian (Pedagogia), além de Jessica Parisotto (Geografia/UFSM) e outros facilitadores.  

Oficinas possibilitam a descoberta e a valorização de si e dos outros
O PAV se constitui como uma filosofia e prática educativa que intenciona despertar o poder transformador de cada pessoa e constituir comunidades que possam agir frente à realidade das violências e na resolução dos conflitos que eclodem nos espaços de convivência social. O processo formativo é desenvolvido sob a forma de oficinas, em diferentes graus e com pequenos grupos, fundamentadas numa pedagogia que intenciona a descoberta e a valorização de si e dos outros, promovendo relações saudáveis e fraternais/sororais na convivência.

Num processo gradativo e sequencial de formação e de capacitação, centradas numa metodologia de reflexão sobre as emoções que geram conflitos e violências no cotidiano, as oficinas (de sensibilização, básicas, avançadas, treinamento e manutenção) são estratégias alternativas que promovem a vivência dos valores de humanização nos ambientes sociais. Com dinâmicas que proporcionam a efetiva participação, elas potencializam o diálogo e a comunicação, fortalecendo relações baseadas na autoestima, autorrespeito, autoconfiança, autonomia, gratuidade, cooperação, solidariedade, gratidão, entre outras características, incidindo na criação de vínculos interpessoais e na formação de comunidades afetivas de vida. Dessa forma, o PAV contribui para a disseminação dos valores que promovem culturas de paz.

Participantes da Oficina em Itapuranga (GO)

Em Itapuranga, a primeira oficina básica foi realizada nos dias 24 e 25 de fevereiro, contemplando 20 horas seguidas de atividades, com um grupo de 19 participantes, os quais atuam na área da educação, com envolvimento em pastorais, igrejas e movimentos. Em seguida, no dia 27 de fevereiro, no Centro de Pastoral da Diocese, realizou-se uma sensibilização de educadores da Secretaria Municipal de Educação e da Coordenadoria Regional de Educação de Goiás. Com uma avaliação extremamente positiva, os participantes solicitaram a continuidade do projeto. Assim, em Itapuranga, realizou-se, nos dias 27 e 28 de abril, mais uma oficina básica com 19 educadores, e, na cidade de Goiás, nos dias 2 e 3 de maio, a primeira oficina básica, que contou com a representação de 20 educadores indicados pela Coordenadoria Regional de Educação e pela Secretaria Municipal de Educação de Goiás.
 
Na continuidade da implementação do projeto, nos dias 23, 24, 26 e 27 de julho, foram realizadas, também em Itapuranga, duas oficinas avançadas do Projeto, contemplando a participação de 34 educadores. Em seguida, a oficina avançada ocorreu nos dias 31 de julho e 1º de agosto, em Goiás, com 9 educadores. Prevê-se, para o mês de setembro, a realização da última fase das oficinas: as de treinamento de facilitadores. Assim, conclui-se a fase da constituição de dois núcleos de facilitadores que passarão a contribuir para ampliar o projeto em outros espaços e instituições da comunidade local e regional. Esses núcleos se propõem a promover estudos e outras ações que aprofundem a perspectiva humanizadora da educação, buscando criar alternativas para a superação das violências e a promoção da cultura de paz.

Professores da cidade de Goiás, participantes da oficina avançada

O professor Silvio comenta o reconhecimento do projeto. “É com grande satisfação que vejo o Projeto de Alternativas à Violência sendo reconhecido e acolhido em outras extensões territoriais deste imenso país, onde também imperam questões que afrontam nossa inteligência, desafiando a ações coletivas que promovem culturas de paz. Intercâmbios interinstitucionais como esse em Goiás proporcionam partilhas de saberes e experiências que fortalecem a extensão universitária, bem como enriquecem e entusiasmam os atores acadêmicos que a ela se dedicam”, disse.

Enriquecedoras experiências
O acadêmico Elizandro Baccin destaca o que agregou ao vivenciar as atividades do PAV. “Após visitar Goiás e participar de formações para uma Cultura de Paz através do PAV, retorno para casa com uma bagagem repleta de novas experiências que afirmam ainda mais que a educação é um dos meios mais eficazes que podem mudar as realidades do nosso Brasil. Hoje, por todos os lugares, é disseminada uma cultura de raiva, ódio e opressão, deixando as pessoas com medo de serem elas mesmas e de expressarem os seus sentimentos e emoções para os outros, fazendo uma violência interna, que rasga a alma.  E o PAV, além de mostrar alternativas de combate às múltiplas violências, faz com que sejamos empoderados de nós mesmos, pois começa por dentro a mudança que queremos ver no mundo”, relata.

Para a estudante Geisi Decarli, estar envolvida nas ações do PAV proporcionou uma experiência inesquecível. “As diferenças culturais, sociais, econômicas e gastronômicas foram nítidas. O jeito daquele povo, diferente do meu, fez com que eu me encantasse cada dia mais pela cultura goiana. Estive por lá realizando estágios, a fim de me tornar uma facilitadora do PAV, e o que vi e vivi vão além das palavras. O que posso dizer é que foi muito prazeroso conhecer cada novidade e engrandecedor facilitar as oficinas avançadas, pois ver, ouvir e conhecer pessoas, na sua maioria professores, que querem, como eu, transformar, fazer diferente, quebrar paradigmas e evoluir enquanto ser humano, fez crescer ainda mais a esperança de uma Cultura de Paz”, menciona.

Na opinião do acadêmico Cleverson Alves, a experiência de ter estado em Goiás o fez sentir desbravador. “Descobri novas geografias: de lugar, do outro, de mim. Explorei novos territórios: de sabores, de olhares, de amores. Me possibilitei transcender e percebi ainda mais de perto o quanto a nossa geografia é tão singular, mas, ao mesmo tempo, tão plural. Goiás me fez sentir goiano mesmo sendo gaúcho, e que fronteiras são apenas adjetivos de territórios sempre possíveis, o humano”, salienta.