Geral

Os efeitos da pandemia na qualidade do sono

29/04/2020

17:32

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Divulgação

Ansiedade causada pela Covid-19 pode estar causando distúrbios no sono

Desde que a pandemia da Covid-19 chegou ao Brasil, milhares de pessoas passaram a voltar suas atenções as notícias, bem como ao cuidado e a prevenção ao Coronavírus. Contudo, alguns efeitos desse período podem estar afetando algumas pessoas, por meio de dores de cabeça, sonhos perturbados e insônia.

De acordo com o médico neurologista e coordenador de Pesquisa e Pós-Graduação da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (FM/UPF), Dr. Cassiano Mateus Forcelini, a insônia é o distúrbio do sono mais comum na população mundial, afetando entre 30 a 35% da população. “ Nesses dados estão englobados tanto os casos em que insônia é um sintoma de outro problema, por exemplo, ansiedade, apneia obstrutiva do sono, quanto aqueles em que a pessoa tem a doença insônia. Por isso, sim a insônia pode ser tanto um sintoma, quanto uma doença” diz.

A Covid-19 mudou a rotina da grande maioria da população, fazendo com que todos precisassem fazer adaptações no modo de viver. “O que se tem notado na prática clínica, ainda sem estudos específicos sobre o tema, é que as pessoas têm sofrido mais de insônia nos últimos dois meses. Seja aquelas que já tinham essa queixa, notando um agravamento da intensidade da dificuldade para dormir ou aumento da frequência de noites mal dormidas, seja em pessoas que não costumavam ter insônia e que passaram a sofrer disso”, explicou.

Conforme o professor, percebe-se, mesmo sem embasamento em estudos, pois ainda não foram concluídos e publicados, dado o recente início da pandemia, dois fatores podem estar atuando nesse sentido. “Primeiro fator é a apreensão com relação à própria saúde e de seus familiares, bem como manutenção de emprego e renda, além de revisão dos objetivos desejados para o ano. Segundo, a inatividade. Sabe-se que a atividade física e convivência social (trabalho, lazer, escola) melhoram a qualidade do sono. Nesse aspecto, a quarentena em si seria um indutor de insônia, ainda que para outras pessoas a possibilidade de dormir mais acaba se concretizando. Mas, mesmo assim, a qualidade desse sono segue sendo dependente de atividade física e convívio social”, relatou.

Segundo o médico psiquiatra, também professor da UPF, André Gonzales Real, é importante encontrarmos alternativas para desviarmos desses problemas. “Devemos saber utilizar apropriadamente as tecnologias, redes sociais e grupos de conversa. Precisamos manter nossas relações sociais e ver como estão as pessoas que são relevantes para nós, mesmo que estejam fisicamente distantes, pode ser uma forma de poder dividir nossas angústias e medos. Estes sentimentos devem ser reconhecidos e não ignorados. Por outro lado, as redes sociais e os canais de notícias podem nos sobrecarregar com o bombardeio de informações, portanto filtrar o que vamos ler e assistir (conferindo a fonte da informação) pode auxiliar a não alimentarmos o sentimento de pânico”, destacou o psiquiatra.

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