Extensão

UPF recebe debate sobre raça, racismo e correção das desigualdades raciais

23/10/2017

16:21

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Gelsoli Casagrande

O projeto de extensão UPF e Movimentos Sociais: desafio das Relações Étnico-raciais da Faculdade de Educação da Universidade de Passo Fundo (FAED/UPF) e o curso de Especialização em Ciências Sociais, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UPF (IFCH) promoveram, na sexta-feira, dia 20 de outubro, a palestra “Debates contemporâneos sobre raça, racismo e correção das desigualdades raciais”, com o professor Dr. José Carlos Gomes dos Anjos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A atividade foi realizada no Centro de Eventos da UPF e contou com a presença de professores da universidade, professores de escolas públicas, alunos dos cursos de graduação e pós-graduação da UPF, comunidades quilombolas, representantes das religiões de matriz africana e movimento negro da região. O público foi recepcionado por toques de atabaques realizados pelos alagbês do terreiro Egbé Asè Akinele. O Grupo Alforria Confraria de São Miguel realizou uma apresentação artística a partir de um repertório afim com a temática, abrindo o evento.

Conforme o professor Frederico Santos dos Santos, coordenador do curso de Especialização em Ciências Sociais, a palestra sobre raça e racismo na universidade, com uma temática recheada de conflitos, foi fundamental no contexto atual, no qual políticas públicas conquistadas com muita luta estão sendo questionadas. “Dos Anjos, como um intelectual negro, afetou o público ao analisar o racismo e as desigualdades raciais, com uma lente sensível ao dialogar com os movimentos sociais. Sua palestra permitiu repensar o conceito de raça, como uma dimensão socio-histórica que se faz nos corpos”, avalia Santos.

Em sua explanação, o palestrante ressaltou que todos devem lutar para que negros, com sua subjetividade diminuída reiteradamente, possam reconstituir-se na condição de maioria. “Raça se inscreve no corpo da gente. Na sociedade brasileira temos instaurado o processo de racialização, no qual segmentos não-brancos possuem corpos destituídos de direitos”, disse aos ouvintes presentes.

A palestra contou com o apoio do Núcleo de Estudos de Identidades e Movimentos Sociais (IFCH/UPF), Sociedade Recreativa Garotos da Batucada, Associação Cultural das Mulheres Negras, Ilê Asè Alafim Oba Aganju Jetioká, Egbé Asè Akinele, Grupo Alforria Confraria de São Miguel, Coordenadoria da Promoção da Igualdade Racial, Associação dos Remanescentes dos Quilombos de Mormaça e Arvinha.