Dissertações defendidas
2012
187 - Título: “A Guerra do Paraguai na Imprensa do Rio Grande do Sul: apoio e crítica nos discursos sobre a guerra”
Autor: Gabriel Schäfer
Orientador: Prof. Dr. Adelar Heinsfeld
Banca: Ceres Moraes (UFGD), Eduardo Munhoz Svartman (UFRGS)
Defesa: 12/04/2012
Resumo: No decorrer do século XIX, a sociedade sul-rio-grandense conviveu intensamente com as ambições do governo imperial na região platina e foi profundamente marcada pela freqüência com que esteve envolvida em conflitos militares. Durante a década de 1860 de maneira especial, as disputas entre o Império do Brasil e as Repúblicas do Prata se acentuaram de forma irreversível. Interesses conflitantes e a impossibilidade de entendimento acabaram tendo como resultado final a conhecida e discutida Guerra do Paraguai, na qual, mais uma vez, o desempenho da província do Rio Grande do Sul, tanto por sua posição geográfica como pelo seu efetivo militar, teve grande significado. A guerra, de proporções até então desconhecidas no continente sul-americano, exigiu uma mobilização que não passava somente pelas esferas política e militar. Nesse esforço, sabe-se que a imprensa foi amplamente utilizada como verdadeira ferramenta de combate no sentido de legitimar o discurso articulado pelo governo, baseado na defesa da honra e no dever do Brasil de retirar Solano Lopez do poder. Já estabelecida como meio de interação social e assumindo a missão de conservar a história, a imprensa foi rica em detalhar os acontecimentos da guerra sendo hoje uma interessante alternativa para observarmos, de outro modo, o desempenho do Rio Grande do Sul e de sua sociedade no conflito contra os paraguaios. A forma como a elite sul-rio-grandense se inseria na região da fronteira e a instabilidade na relação entre a província e o Império, marcante durante o século XIX, poderiam a qualquer momento tornar incerto o comportamento do Rio Grande do Sul. Nos registros levantados em 18 periódicos que circularam pela província entre 1865 e 1870 e que reunidos somam 67 exemplares, notamos uma clara divisão no comportamento da imprensa diante do confronto. Apesar de o apoio dado a luta do Império ter sido nítido e quase permanente, se manifestando na desqualificação do inimigo e na exaltação das forças brasileiras, também houve espaço para contestações e críticas nas folhas sul-rio-grandenses. Assim, nos momentos em que a província se sentia a maior prejudicada ou não tinha seu empenho devidamente reconhecido, claros desentendimentos, novos ou antigos, pautavam a discussão. Lutando contra a implacável ação do tempo, a presente dissertação consiste num estudo a respeito da imprensa sul-rio-grandense e seu envolvimento na Guerra do Paraguai. Além de contribuir com o resgate de parte do valioso patrimônio histórico e social contido nos jornais da época, o trabalho busca compreender e analisar as distintas impressões dos mesmos diante do longo conflito levando em conta as diversas forças políticas e sociais que podiam atuar sobre elas.
Palavras-chave: Guerra do Paraguai; imprensa; Rio Grande do Sul; sociedade.
188 - Título: “Cooperativismo e crédito na região colonial do RS: convergências e contradições”
Autor: Josei Fernandes Pereira
Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos Tau Golin
Banca: Paulo Afonso Zarth (UFFS), Álvaro Antônio Klafke (UPF/PPGH)
Defesa: 13/04/2012
Resumo: O cooperativismo tem suas raízes históricas fincadas na Revolução Industrial. Nasce, portanto, indissociavelmente ligado a ascensão do sistema capitalista na sociedade européia do século XIX. Propunha-se inicialmente como um caminho alternativo ao liberalismo econômico, defendendo a auto-ajuda (-mútua) como instrumento para atingir o que chamamos de uma “economia moral”. A grande questão que se criava era como ser cooperativo sem ser competitivo. Paralelamente, a imigração européia para a América oferece um modelo de transposição de um conjunto de estruturas sócio-econômicas, dentro das quais o próprio cooperativismo fez parte, sendo utilizado na auto-organização das colônias de imigrantes, especialmente no sul do Brasil. Neste trabalho, ambos os processos serão analisados como modelos de reação não-governamental dos camponeses. O esforço da pesquisa dá-se no sentido de analisar ambas as experiências a partir do contexto regional da região noroeste do RS. Habitada primordialmente por indígenas, lusos e caboclos, esta região foi colonizada a partir de 1890 por imigrantes europeus em busca de terras para exploração agrícola. Utilizou-se inicialmente o modo de divisão familiar do trabalho, orientado para a obtenção da propriedade da terra, mesclado com atividades de subsistência. Contudo, a inevitabilidade da mercantilização da produção, para a quitação da dívida e melhorias nos lotes, necessitava a inserção na economia regional. A ausência de bancos no RS pré-1930, oferecia condições para que comerciantes locais submetessem estes imigrantes à usura, um procedimento imoral para os costumes camponeses. A análise das fontes documentais assinala que o cooperativismo surgiu como um mecanismo adaptativo à economia liberal de mercado. A Colônia Serra Cadeado (objeto referência desta análise) auto-ordenou-se a partir de formas de organização socioeconômicas como o cooperativismo de crédito que, capitalizando coletivamente as economias coloniais, interferiu na vida pública comunitária, financiando e mercantilização a produção, defendendo os interesses dos colonos associados e até executando obras de infra-estrutura locais.
Palavras-chaves: cooperativismo, crédito, imigração
189-Título: “Metamorfoses na cultura cabocla: a inserção do lavrador nacional no ciclo da madeira em Chapecó (1930-1965)”
Autor: Leonardo Dlugokenski
Orientador: Prof. Dr. João Carlos Tedesco
Banca: Arlene Anelia Renk (UNOCHAPECÓ), Telmo Marcon (UPF/PPGEDU)
Defesa: 16/04/2012
Resumo: O presente trabalho discute as transformações ocorridas na cultura do caboclo residente na região de Chapecó a partir do ciclo da madeira (1930 – 1965), onde estes interagiram mais intensamente com os colonos durante as atividades ligadas a extração da madeira e a prestação de serviços. O trabalho tem inicio a partir da discussão sobre a formação política da região de Chapecó passando pelas primeiras ocupações da mesma (indígenas e caboclos) até a chegada das colonizações. A partir da colonização temos o advento da indústria da madeira que coloca em interação intensa caboclos e colonos, gerando conflitos de ordem simbólica que vão influenciar na modificação da cultura do lavrador nacional, mudando o seu jeito de ser, sua cosmovisão. As alterações citadas são sutis, porém importantes, dado que a forma de trabalho, a religiosidade, as relações familiares e a sua identidade são alteradas com o objetivo de adaptar-se ao novo ciclo econômico que se instalava em Chapecó.
Palavras-chaves: caboclos, colonos, cultura, mudança.
190-Título: “Aspectos Históricos e Jurídicos do Segurado Especial “Trabalhador Rural”: na microrregião de Getúlio Vargas/RS”
Autor: Lilian Hanel Lang
Orientador: Profª. Drª. Janaína Rigo Santin
Banca: Orides Mezzaroba (UFSC), João Carlos Tedesco (UPF/PPGH)
Defesa: 27/04/2012
Resumo: A previdência social nasceu da preocupação do Estado em garantir o sustento do trabalhador e seus dependentes nos casos de incapacidade ou morte. Entretanto, foi somente com o advento da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 que os direitos previdenciários foram estendidos aos trabalhadores do meio rural. Cabe verificar se este público-alvo tem usufruído desta legislação e de que maneira a percepção de um benefício previdenciário pode vir a garantir sua dignidade.
Palavras-chaves: Benefícios, dignidade, Previdência Social, trabalhador rural.
191-Título: “A Primeira Guerra do Paraguai: a expedição naval do Império do Brasil a Assunção [1854-5]”
Autor: Fabiano Barcellos Teixeira
Orientador: Prof. Dr. Mário Maestri
Banca: Alejandro Miguel Schneider (UBA-ARG), Ana Luiza Setti Reckziegel (UPF/PPGH)
Defesa: 10/05/2012
Resumo: Analisamos a missão diplomática enviada pelo império do Brasil a Assunção entre 1854-55 e suas possíveis relações com o maior conflito sul-americano, a “guerra do Paraguai”, ocorrido entre 1864-70. Em 10 de dezembro de 1854, o império do Brasil despachou à capital do Paraguai mais de 30 navios de guerra, entre dois a três mil soldados, para executar essa operação. A expedição tinha por objetivo a livre navegação do rio Paraguai, importante meio de comunicação do Rio de Janeiro com a província do Mato Grosso, e a definição dos limites territoriais entre as duas nações. Por seu turno, o Paraguai mobilizou cerca de seis mil homens para a sua defesa e construiu fortalezas nas margens do rio Paraguai – Humaitá – para repelir a então iminente agressão imperial. Pedro Ferreira de Oliveira, chefe-de-esquadra imperial, foi designado a comandar a expedição. A esquadra não entrou em combate. Em 27 de abril de 1855, Pedro Ferreira de Oliveira assinou tratado de amizade, comércio e navegação com o governo do Paraguai. No entanto, o referido acordo foi rechaçado pelo parlamento imperial, pois a livre navegação pelo rio Paraguai não foi obtida. A missão não alcançou seus principais objetivos, mas pode ter garantido o relativo êxito das tropas aliadas nas batalhas ocorridas na década posterior à citada operação. Apesar de vitorioso, ao menos taticamente, o governo do Paraguai não conseguiu ajustar acordo diplomático duradouro com o Império, e na década seguinte a grande guerra sul-americana explodiu. A expedição pode ter tido importante significado ao contexto que culminou com a “guerra do Paraguai”, ou da Tríplice Aliança de 1864-70. Apesar da sua relevância, a referida expedição não teve o destaque merecido pela historiografia e ainda está por ser mais bem compreendida.
Palavras-chaves: Diplomacia, Expedição, Guerra, Império, Paraguai
192 - Título: “Violência conjugal contra a mulher: estudo realizado em Cruz Alta-RS no período de 1987-1988”
Autor: Ieda Maria Rieger Pires
Orientador: Prof. Dr. Janaína Rigo Santin
Banca: Marli Marlene Moraes da Costa (UNISC), Adelar Heinsfeld (UPF/PPGH);
Defesa: 06/06/2012
Resumo: Este estudo se detém na temática ‘violência conjugal contra a mulher’. Para adentrar aspectos teóricos elaborou-se o referencial bibliográfico sobre a década de 1980-1989. Delimitou-se o tema à questões da realidade da violência conjugal no contexto em Cruz Alta - RS nos anos de 1987/1988. A problematização insere-se no constante noticiário sobre a violência contra a mulher, nesta direção apresenta-se o problema: - Como era a assistência pelo poder público às mulheres vítimas de violência em Cruz Alta no período pesquisado? Após a fundamentação teórica foram realizadas técnicas de pesquisa documental e entrevistas com agressores e vítimas de violência na relação amorosa sobre amostragens com casos de violência conjugal contra a mulher na cidade de Cruz Alta, nos anos de 1987 a 1988. Para a pesquisa documental, buscaram-se informações nos registros do POEDEM - Posto de Orientação e Defesa dos Direitos da Mulher de Cruz Alta e reportagens de jornais do período pesquisado. A interpretação dos dados obtidos realizou-se com enfoque qualitativo como forma de valorizar as concepções pessoais dos entrevistados. Para se manter a cientificidade foi realizada a análise por categorização, isto é, concepções e tipologias elaboradas pelos autores referenciados sobre aspectos gerais em relação às informações específicas obtidas no contexto pesquisado. Ao se relacionar os dados obtidos em Cruz Alta com as informações anteriores elaboradas pelos autores pesquisados, indica-se que as mulheres sofrem as mesma agressões, em intensidade e em circunstâncias semelhantes, embora os contextos sociotemporais sejam diferentes. Os indicativos do perfil do agressor encontram-se nas referências citadas por diversos autores, ao afirmarem que os espancadores de esposas podem ser homens aparentemente amáveis, que se tornam violentos por diversos fatores, como questões culturais, frustrações e perturbações psíquicas. Os agressores da amostra pesquisada ficaram impunes pela aceitação da violência entre o casal como noção cultural dominante daquela época e pela ausência de legislação penal mais rigorosa. Esta lacuna seria preenchida com a Constituição de 1988 e pela Lei 11.340/ 2006, conhecida como Maria da Penha. Porém, a violência permanece como um estigma a marcar mulheres-vítimas, enquanto o homem-agressor surge em todas as camadas sócio-econômicas em todos os contextos históricos.
Palavras-chave: violência conjugal – caracterização da vítima e do agressor - Cruz Alta - RS
193 - Título: “Transformações para uns, desocupação para outros: as reclamações da população nos jornais Correio do Povo e Diário de Notícias em Porto Alegre, 1928-1935”
Autor: Alexandre Pena Matos
Orientador: Prof. Dr. Gerson Luís Trombetta
Banca: Haroldo Loguercio Carvalho (UFRN), Álvaro Antônio Klafke (UPF/PPGH)
Defesa:22/06/2012
Resumo: O presente trabalho traz a Porto Alegre do período de 1928 a 1935, com suas especificidades que acarretaram transformações para uns e desocupações para outros. O objetivo é expor o cotidiano da população, através das reivindicações, das necessidades e das sugestões que estamparam a seção Queixas e Reclamações, durante o processo de urbanização, parcelamento do solo e embelezamento do espaço da urbs. Os jornais pesquisados apresentaram por vezes uma linearidade na publicação de tal coluna, existindo sim, diferenças em suas linhas jornalísticas e editoriais. Ou seja, em geral, os temas não se alteram entre si, apenas encontram-se, por vezes, evidências na composição e exposição destas queixas. O universo das reclamações totalizaram 2.494, sendo analisados 599, correspondente ao jornal Correio do Povo, através das colunas Caixa Urbana, Microscopio e As Queixas do Público e, 1.895 do Diário de Notícias, com as seções A Cidade, O Publico Reclama, Ecos & Notas, Pontos de Vista, Queixas e Reclamações, Crônica do Dia e Carta á Direção. Os queixosos são moradores ou transeuntes expostos às ações do dia a dia, vítimas das más condições dos serviços públicos, de empresas ou companhias, assim como, de outros indivíduos, que não dispunham de outro canal de comunicação para manifestarem suas insatisfações nos casos de omissão ou arbítrio destes agentes. A mídia impressa teve um peso substancial, visto que em suas folhas as narrativas da cidade tomam forma. Alimentando-se do substrato da ocorrência, seja ela pública ou privada, ela narra, em suas linhas, uma espécie de realidade a partir de textos e imagens, provocando práticas e representações que se desenrolam em novas realidades. A História e a Comunicação guardam cada uma suas especificidades, seus métodos e suas técnicas, que são utilizadas nas análises das mais diversas formas de discursos, em contra partida, o foco de ambas permanece o mesmo, as ações humanas e os acontecimentos por elas implicados.
Palavras–chave: Porto Alegre. Queixas e reclamações. Transformações urbanas. Jornais.
194 - Título: “Flores da Cunha: relação política administrativa com Passo Fundo e Região Norte do RS, nas páginas de O Nacional (1930-1937)”
Autor: Alexandre Ortiz Aguirre
Orientador: Prof. Dr. Adelar Heinsfeld
Banca: Haroldo Loguercio Carvalho (UFRN), Ana Luíza Setti Reckziegel (UPF/PPGH)
Defesa:22/06/2012
Resumo: Esta pesquisa tem como foco principal analisar o governo de Flores da Cunha e as relações político-administrativas com o município de Passo Fundo e região norte do Rio Grande do Sul, no período em que o mesmo governou o Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1930-1937, primeiro como interventor federal nomeado pelo chefe do Governo Provisório Getúlio Vargas e, posteriormente, eleito governador pela Assembléia Constituinte em 1934. O ponto de partida de nossa investigação é o rompimento da política do café-com-leite, predominante durante todo o período da República Velha (1889-1930). A partir desse contexto político, procuramos compreender a nova conjuntura política que se instalava no país e, ao mesmo tempo, a ascensão dos políticos riograndenses no Governo Federal, bem como os reflexos que a nova ordem política causaria no contexto nacional e regional, pois o personagem central de nossa pesquisa, Flores da Cunha, tornar-se-ia o fiel escudeiro de Getúlio Vargas, tendo em vista sua participação destacada no movimento armado de 1930 e na Revolução Constitucionalista de 1932. Para realização desta dissertação, utilizamos como fonte de pesquisa básica a imprensa local, dando destaque para as leituras realizadas nas páginas já envelhecidas do jornal O Nacional de Passo Fundo, além de autores que tratam do tema em questão.
Palavras-chave: Governo. Política. Revolução. Oligarquia. História Regional. Imprensa.
195 - Título: “Sedução e casamentos nos processos-crime na comarca de Soledade (1942-1969)”
Autor: Emannuel Henrich Reichert
Orientador: Prof. Dr. Gizele Zanotto
Banca: Cristina Scheibe Wolff (UFSC), Ironita A. P. Machado (UPF/PPGH)
Defesa:05/07/2012
Resumo: Esta dissertação busca analisar, contextualizar e compreender os crimes de sedução, outrora entre os mais frequentemente julgados pelo Judiciário brasileiro, com base na análise de casos ocorridos na comarca rio-grandense de Soledade em meados do século 20. A sedução ocorria, segundo a lei, quando um homem seduzia uma moça menor de idade, inexperiente, e com ela mantinha relações sexuais. Em geral, os “sedutores” eram namorados que se negavam a casar com as meninas, levando os parentes desta a recorrer às autoridades em busca de providências. Apesar de haver uma pena de prisão prevista para os sedutores, era raro um deles passar muito tempo no cárcere, pois a lei também previa que o casamento entre as partes extinguia a pena, mesmo que ocorresse após a condenação. Graças a essa medida, os processos quase não terminavam em absolvição ou condenação, mas em absolvição ou casamento, indicando que o propósito por trás da criminalização da sedução não era punir os réus, mas estimulá-los a aceitarem o matrimônio. Ao perseguir suas metas casamenteiras, contudo, o Judiciário esbarrava-se com um obstáculo grave. O modelo de união que ele buscava promover, e o único legalmente aceito, era o casamento civil, indissolúvel, chefiado pelo homem provedor, enquanto a mulher se restringia ao espaço doméstico. Esse modelo era comum entre as classes média e alta, mas em meio à população pobre, mais comumente envolvida nos casos de sedução, as uniões eram diferentes, com maior número de mulheres trabalhando e chefiando famílias, o casamento civil sendo uma opção entre outras, e os cônjuges tendo a possibilidade de romper relacionamentos insatisfatórios, mesmo que a lei dissesse o contrário. Diante desses contrastes, os esforços para disseminar entre os pobres um modelo pouco apropriado à sua realidade não podiam ter mais do que um sucesso limitado. A pesquisa baseou-se no estudo de quarenta processos ocorridos entre 1942, ano em que entrou em vigor o atual Código Penal, e 1969, ano imediatamente anterior à década de 70, em que se intensificaram transformações culturais, legais e sociais, como a legalização do divórcio e o avanço do trabalho feminino, que levaram a um declínio da importância do crime de sedução, até sua revogação em 2005, quando já era uma relíquia do passado.
Palavras-chave: sedução, crimes sexuais, casamento, família, história do direito
196 - Título: Uma Educação moral cristã: atuação da Congregação das Irmãs de Notre Dame em Maravilha-SC (1954-1975)
Autor: Vitor Marcelo Vieira
Orientador: Prof. Dr. Gizele Zanotto
Banca: Claricia Otto (UFSC), Adelar Heinsfeld (UPF/PPGH)
Defesa:13/08/2012
Resumo: Este trabalho analisa a atuação da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora - Notre Dame (SND - Sisters of Notre Dame), em Maravilha – SC, cidade localizada no extremo Oeste Catarinense. A SND esteve à frente da educação formal implementada na localidade, inicialmente na Escola Reunidas Vera Gomes de Miranda e depois Grupo Escolar Nossa Senhora da Salete entre 1954 e 1976. Analisando a chegada da SND ao local com suas atividades, percebe-se que este evento se caracteriza como um dos elementos preponderantes, empreendidos pelo processo de colonização. Não obstante, tal evento não se caracteriza como fato isolado, mas como integrante de um mesmo processo com direção bem definida, ou seja, o desejo governamental de estabelecer o “progresso” e o “desenvolvimento” na região. Esse desejo de ocupar o espaço tem suas raízes ainda na política empreendida pelo Estado, delegando às colonizadoras, a empresa de comercializar as terras. Além de analisar a atuação da SND em Maravilha, este trabalho considerou os momentos iniciais da constituição do espaço e a importância da presença da instituição religiosa no local. As fontes empregadas nesta pesquisa derivam da própria SND e constituem-se de documentos e publicações produzidas pela instituição como, por exemplo, relatórios anuais, ata de reuniões pedagógicas e livros de correspondências. Para analisar tal aparato documental nos pautamos na categoria de poder disciplinar de Foucault (1997). Junto a isso, entender como foram se configurando as relações no espaço da colonização, com as ações do Estado, com seu interesse no povoamento da região e conseqüente incentivo às colonizadoras, foi um dos objetivos. Não obstante, identificar a disciplina empreendida pela SND na sala de aula e nas reuniões pedagógicas foi, sobretudo o fundamento deste texto. Assim, através da análise de fontes primárias interpretaram-se as ações moralizantes e a difusão de princípios cristãos empreendidos pela SND no espaço escolar e comunitário.
Palavras-chave: educação, moral cristã, disciplina, colonização.
197 - Título: “A mobilização política do discurso do “herói” pioneiro da luta social de 1957 no Sudoeste do Paraná”
Autor: Leomar Rippel
Orientador: Prof. Dr. João Carlos Tedesco
Banca: Carlos Antônio Bonamigo (UNIPAR), Gizele Zanotto (UPF/PPGH)
Defesa:15/08/2012
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar as políticas de memória voltadas à exaltação e à institucionalização do pioneiro como herói regional no Sudoeste do Paraná. O poder público instituído esforçou-se ao máximo em constituir um imaginário social do migrante proveniente de Santa Catarina e Rio Grande do Sul como símbolo do labor, do progresso e da prosperidade. Para tanto, as representações de um passado laborioso e heróico estão influenciando na naturalização dos discursos, em que a noção de sociedade não é sempre considerada como produção humana, fazendo com que haja um processo de afastamento dessa percepção pelos sujeitos que a vêem como realidade exterior ao indivíduo, onde o sujeito e sociedade são vistos de forma dicotômica. Através das fontes analisadas nessa pesquisa como jornais, revistas, peça teatral, obras literárias, monumentos e discursos políticos, possibilitaram compreender as diversas formas utilizadas para criar e galvanizar uma representação coletiva do migrante sulista como sendo o único capaz de conduzir o Sudoeste do Paraná rumo ao progresso. Percebeu-se dessa forma, que para constituir tais representações, houve a necessidade de silenciar a memória dos grupos indígenas e caboclos, primeiros habitantes da Região Sudoeste. Sendo assim, os discursos enaltecendo as conquistas do Sudoeste paranaense, principalmente, a partir de 1970, contribuíram, sobremaneira, para a constituição desta representação coletiva, forjando referências identitárias na tentativa de produzir um conjunto de valores e comportamentos homogêneos, e no controle tempo coletivo. A partir das categorias de análise como memória coletiva, imaginário social, representações sociais, capital simbólico e análise do discurso, o presente trabalho procura compreender essa discursividade, que serviu como forma de utilizar e representar o passado em função de um presente e de um futuro, todavia, percebeu-se que quem melhor mobilizou os recursos simbólicos pioneirista foram os que mais se projetaram e perpetuaram-se na cena política regional, estadual e federal.
Palavras-chaves: Sudoeste do Paraná, pioneiro, memória e imaginário social.
198 - Título: “Visitantes Indesejados: os pedidos de extração de Franz Stangl e Gustav Wagner em uma análise histórico jurídica”
Autor: Felipe Cittolin Abal
Orientador: Prof. Dr.Janaína Rigo Santin
Banca: Arno Dal Ri Junior (UFSC), Ana Luiza Setti Reckziegel (UPF/PPGH)
Defesa:17/08/2012
Resumo: O presente trabalho se foca no estudo acerca de dois criminosos nazistas encontrados no Brasil: Franz Stangl e Gustav Wagner, com o anseio de pesquisar quem eram estes nazistas, quais crimes cometeram e como chegaram ao Brasil, além de analisar os processos de extradição realizados contra eles e de que forma a descoberta destes nazistas no país e os resultados dos processos de extradição impactaram na imprensa do sudeste. Stangl foi Comandante dos campos de extermínio de Sobibor e Treblinka, além de ter trabalhado anteriormente no Instituto de eutanásia de Hartheim, sendo que, desta forma, participou ativamente do assassinato de milhares de pessoas, em especial judeus. Wagner, que também havia laborado em Hartheim, foi sub-comandante do campo de extermínio de Sobibor, sendo conhecido por sua crueldade e tendo assassinado pessoalmente dezenas de pessoas de origem hebraica. Ambos, após o fim da guerra, fugiram da Europa com auxílio de membros da igreja católica e, após um período na Ásia Ocidental, acabaram por se refugiar no Brasil. Stangl foi encontrado no país em 1967 e sofreu pedidos de extradição da República Federal da Alemanha, Áustria e Polônia, sendo que, após o julgamento destes pedidos pelo Supremo Tribunal Federal, o nazista foi entregue à Alemanha. Wagner foi encontrado no Brasil onze anos depois e também teve sua extradição solicitada pelos governos da República Federal da Alemanha, Áustria, Polônia e Israel. O entendimento do Supremo Tribunal Federal no caso Wagner, porém, foi diferente, sendo que a extradição do nazista foi negada. A pesquisa se concentrou, em um primeiro momento, na análise de ambos os sujeitos e seus crimes, assim como os locais onde cometeram os delitos de que foram acusados para, posteriormente, abordar como os nazistas foram encontrados no Brasil e o impacto destes fatos nos jornais do sudeste. No último momento do trabalho, passou-se a estudar o tratamento dado ao instituto da extradição no ordenamento pátrio vigente à época dos julgamentos, os processos em si e seus resultados, finalizando com uma análise acerca da repercussão do resultado dos julgamentos nos jornais de São Paulo e Rio de Janeiro. Para a realização da pesquisa foi utilizada bibliografia específica, entrevistas realizadas com sobreviventes dos campos de extermínio de Treblinka e Sobibor, os processos de extradição na íntegra e jornais da época. Estas etapas foram realizadas para buscar subsídios para se responder o problema principal da pesquisa: Quais foram os motivos jurídicos que embasaram os resultados diferentes nos dois julgamentos naquele momento histórico, diante da aparente equidade dos casos? Chegou-se, então, à conclusão de que isto ocorreu em virtude da análise estritamente legalista realizada pelo Supremo Tribunal Federal do caso Wagner, em detrimento das normas internacionais de repressão aos criminosos que participaram de genocídio e da própria justiça.
Palavras-chaves: Extradição, Imprensa, Nazistas no Brasil
199 - Título: “Crimes Sexuais no Sudoeste do Paraná: as contravenções morais dos migrantes na comarca de Clevelândia (1953-1979)”
Autor: Denilson Sumocoski
Orientador: Prof. Dr. Adelar Heinsfeld
Banca: Ismael Vannini (UNIPAR), Gizele Zanotto (UPF/PPGH)
Defesa:29/08/2012
Resumo: A região Sudoeste do Paraná deve ser entendida como uma preocupação do Estado brasileiro desde o período imperial, quando ocorreram as instalações das colônias militares Chapecó e Chopim. Esse fenômeno repetiu-se quando foram criadas, em meados do século XX, colônias agrícolas sendo a principal expoente a CANGO (Colônia Agrícola Nacional General Osório), tendo como função específica, o povoamento e a proteção da área de fronteira com a Argentina. Nesse período que correspondia a inicio da década de 30, o Brasil era chefiado pela Era Vargas, sendo que o mesmo estende a ocupação da região Sudoeste com a política denominada “Marcha para Oeste”. Relevante ressaltar que a região Sudoeste teve o seu espaço geográfico ocupado com maior intensidade após as primeiras décadas do século passado, isso devido o deslocamento de imigrantes europeus que haviam ocupado a região da Serra Gaúcha e foram assim deslocados em um processo de migração interna para o Sudoeste paranaense. Porem não é correto afirmar que a região, antes disso, era um imenso vaziodemográfico como a historiografia tradicional existente entre as décadas de 70-80 relatam. Os migrantes e seus descendentes, que ocuparam a região, são os protagonistas diretos dessa pesquisa, pois as análises dos crimes sexuais ocorrem em torno desse grupo. Crimes de estupro e defloramento foram analisados, tendo, como referência jurídica, o código penal de 1940. A pesquisa tem como objetivo analisar as contradições existentes entre o discurso oficiais moralizador apregoada pela Igreja Católica e pelo Estado, tendo, como contraponto, os processos de crimes sexuais cometidos na região entre os anos de 1953-1979. A analise maior de pano de fundo é a de compreender a contradição existente entre o perfil idealizado pelas forças governamentais e religiosas e as praticas não condizentes comprovadas através da existência de processos crimes que denunciavam as ações reprovadas judicialmente e moralmente pela sociedade local.
Palavras-chaves: Crimes sexuais; migrantes, Comarca de Clevelândia, protagonistas; discurso moralizador
200 - Título: “Dueto em três vozes: discursos historiográficos e estéticos do gaúcho em “O Laçador” E “El Gaucho Oriental”
Autor: Henrique Pereira Lima
Orientador: Prof. Dr. Gerson Luís Trombetta
Banca: César Augusto Barcellos Guazzelli (UFRGS), Luiz Carlos Tau Golin (UPF/PPGH)
Defesa:18/09/2012
Resumo: A estética do gaúcho, produzida pelo imaginário rio-grandense e uruguaio ao longo dos séculos XIX e XX, insere o agente histórico e social, dentro outra estrutura – a simbólica. O tempo histórico, nesse sentido, entrecruza-se com o tempo simbólico, na construção de uma terceira dimensão, o tempo do sentido, dentro do qual, o gaúcho insere-se e, a partir do qual, relaciona-se com as demandas mais amplas destas sociedades. A fluidez das fronteiras políticas instaladas no Prata, cobrou do processo de consolidação das nacionalidades argentina, brasileira e uruguaia ao longo dos séculos XIX e XX mecanismos que viabilizassem a delimitação de suas soberanias. Nesse sentido, a construção de imaginários, nacionalismos e de historiografias, ao ocuparem-se desta tarefa, convergiram para a construção de uma estética particularizadora deste agente e deste espaço que desde a época colonial, apresentava sinais de convergência. Ainda que os aspectos históricos não tenham sido abandonados, sua apropriação guiou-se por interesses sociais contemporâneos, dando contornos míticos e idealizados aos “gaúchos nacionais”, tidos então, como promotores da ocupação do espaço e fundadores de uma historia pátria. Identidades culturais e identidades políticas eram por esses critérios estruturados. À história, este contexto já amplamente pesquisado e debatido, revela novos aspectos, sobretudo quando as lentes pelo qual a formação das nações da região platina são cotejadas, são plurais. As diferentes manifestações artísticas destas sociedades apresentam-se como terreno exemplar de ação e a interação dos diferentes elementos e diferentes sujeitos sociais, deu forma a um variado sistema de representações do gaúcho. Essa capacidade de a arte expressar um conteúdo objetivo atribui aos monumentos “El Gaucho Oriental” e “O Laçador”, instalados em Porto Alegre – RS a função de apresentar o discurso – de forma cognoscível – das diferentes identidades culturais que as modelaram – uruguaia e rio-grandense, respectivamente. Estes monumentos, vinculados a diferentes discursos acerca do gaúcho expressam imaginários comprometidos com distintas demandas que, mesmo vinculadas a estética, não perdem sua eficácia discursiva na sociedade que as gestas ou as acolhem.
Palavras-chaves: Arte Pública, “El Gaucho Oriental”, Gaúcho, Historiografia, “O Laçador”, Representação
201 - Título: “Tendeiros de “Beira de Estrada”: caboclos – pluriativos de Fontoura Xavier”
Autor: Joseandra Sanderson da Cruz
Orientador: Prof. Dr. João Carlos Tedesco
Banca: Joel João Carini (IFF), Humberto José da Rocha (UPF)
Defesa:19/09/2012
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo mostrar a ocupação e a colonização da região de Soledade, aprofundando o estudo no município de Fontoura Xavier, com concentração nas tendas à beira da rodovia. Os agentes centrais são os comerciantes tendeiros que têm às margens da BR 386 no Km 273, suas tendas, local onde comercializam produtos e artigos produzidos e elaborados por eles mesmos. Trata-se de uma vida dedicada à agricultura e ao comércio, atividades desenvolvidas pelos moradores da comunidade de Vila Assis, tendo como fornecedores os pequenos agricultores. Estes cultivam suas lavouras e o produto era (é) comercializado nas tendas. Os produtos são característicos do cultivo de suas lavouras, como feijão, abóbora, amendoim, pinhão, entre outros, expandindo-se hoje para mercadorias trazidas de outros locais, como os tapetes de couro. As tendas surgiram como forma de ter um emprego e renda para o sustento das famílias. São trinta tendas cadastradas e estabelecidas naquele local. O caboclo é o elemento que ocupa destaque nelas, por ter sido marginalizado durante o processo da colonização. Exerceu atividades extrativas para os grandes proprietários, especialmente a erva-mate, alguns tinham pequena área cedida ou ocupada de onde retirava seu sustento na condição de explorado e subjugado. Encontrou a saída nas tendas como alternativa para sua subsistência. Sem organização no início, hoje, porém, em condições melhores. As primeiras tendas construídas foram em 1935, à beira da estrada, e de madeira. O caboclo comerciante hoje está numa situação melhor, mais organizada, em virtude dos incentivos liberados pelo governo Federal e Estadual e Municipal. A fundação da Associação dos Tendeiros foi de fundamental importância para essas melhorias. Nessa prática os tendeiros atuam desde longa data, passaram de geração a geração a prática, os saberes, os conhecimentos da lida com o comércio. É importante destacar o trabalho (agricultura) do caboclo comerciante, bem como do artesanato feito por eles mesmos. Ênfase maior é dada ao evento que acontece a cada ano: a Festa do Pinhão. Pelo fato de esse produto encontrar-se em abundância na região, denunciando uma vasta conservação de floresta araucária nativa.
Palavras-chaves: Caboclos. Comerciantes. Às Margens da Br 386
202 - Título: “RELAÇÕES DO IMPÉRIO DO BRASIL E DOS FARROPILHAS COM O PRATA (1835-1852)”
Autor: Janaíta da Rocha Golin
Orientador: Prof. Dr. Adelar Heinsfeld
Banca: André Atila Fertig (UFSM), Álvaro Antônio Klafke (UPF/PPGH)
Defesa:30/10/2012
Resumo: As relações do Império do Brasil e dos farroupilhas com o Prata efetivaram-se com os objetivos contrários de contenção e prolongamento da guerra civil farroupilha, ocorrida entre os anos de 1835 a 1845 na província do Rio Grande do Sul. Os contatos estabelecidos pelo Império do Brasil com os líderes platinos justificavam-se pelo propósito de obstar os auxílios provenientes daquela região, os quais davam fôlego aos rebeldes. As comunicações dos farroupilhas com o Prata se davam pelo interesse de adquirir cavalhada e artigos de guerra, principalmente. O desfecho da insurreição farroupilha, em 1845, não assegurou a pretendida hegemonia brasileira na região do Prata, ambicionada pelo Gabinete Imperial. Ela seria obtida com a ajuda dos ex-inimigos do Império de 1835, que no contexto de 1852, reconciliados e reincorporados ao exército do Brasil, marcharam contra Juan Manuel de Rosas, líder da Confederação Argentina, derrotado na batalha de Monte Caseros, em 3 de fevereiro daquele ano. As fontes utilizadas para a confecção deste trabalho foram a Coleção Varela, Arquivo Pessoal do Barão de Caxias, Revistas do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Cadernos do Centro de História e Documentação Diplomática e os Relatórios da Repartição dos Negócios Estrangeiros do Império do Brasil.
Palavras-chaves: Império do Brasil, farroupilhas, Prata
203 - Título: Política, repressão e nacionalismo: o cotidiano da comunidade alemã do Vale do Iguaçu durante a Era Vargas
Autor: Wanilton Tadeu Dudek
Orientador: Prof. Dr. Adelar Heinsfeld
Banca: Dennison de Oliveira (UFPR), Rosane Márcia Neumann (UPF/PPGH)
Defesa:31/10/2012
Resumo: O estudo das estruturas políticas e sociais do cotidiano está relacionado à compreensão dos fenômenos que vinculam as instituições públicas do Estado ao campo da vida privada, estabelecendo novas relações de poder. O objetivo geral da pesquisa é analisar como a política nacionalista de Getúlio Vargas alterou o cotidiano da região do Vale do Iguaçu, enfatizando as ações públicas direcionadas à comunidade alemã, e como a população civil atuou neste processo. Para dar conta dos objetivos, utilizamos as seguintes fontes: recortes do periódico O Comércio, que circulava na região de União da Vitória e Porto União, disponíveis na atual redação do jornal, e documentos da extinta Delegacia de Ordem Política e Social dos Estados do Paraná e Santa Catarina, separados por pastas e eixos temáticos no Arquivo Público do Paraná. Através destas fontes, foi possível observamos a atuação policial que, por meio de ações legitimadas pela legislação do Estado Novo, e da participação da sociedade civil, sistematizou uma política de vigilância aos imigrantes alemães e seus descendentes.
Palavras-chaves: Vale do Iguaçu, alemães, autoritarismo e Era Vargas