Dissertações defendidas

2012

187 - Título: “A Guerra do Paraguai na Imprensa do Rio Grande do Sul: apoio e crítica nos discursos sobre a guerra”

Autor: Gabriel Schäfer
Orientador: Prof. Dr. Adelar Heinsfeld
Banca: Ceres Moraes (UFGD), Eduardo Munhoz Svartman (UFRGS)
Defesa: 12/04/2012
Resumo: No  decorrer  do  século  XIX,  a  sociedade  sul-rio-grandense  conviveu  intensamente  com  as ambições do governo imperial na região platina e foi profundamente marcada pela freqüência com que  esteve  envolvida  em  conflitos  militares.  Durante a década  de  1860  de  maneira  especial,  as disputas entre o  Império do Brasil e as Repúblicas do Prata se acentuaram de forma irreversível. Interesses conflitantes e a impossibilidade de entendimento acabaram tendo como resultado final a conhecida e discutida Guerra do Paraguai, na qual, mais uma vez, o desempenho da província do Rio Grande do Sul, tanto  por  sua  posição  geográfica  como  pelo  seu  efetivo  militar,  teve  grande significado. A guerra, de proporções até então desconhecidas no continente sul-americano, exigiu uma mobilização que não passava somente pelas esferas política e militar. Nesse esforço, sabe-se que a  imprensa  foi  amplamente  utilizada  como  verdadeira  ferramenta  de  combate  no  sentido  de legitimar o discurso articulado pelo governo, baseado na defesa da honra e no dever do Brasil de retirar  Solano  Lopez  do  poder.  Já estabelecida  como  meio  de  interação  social  e  assumindo  a missão de conservar a história, a imprensa foi rica em detalhar os acontecimentos da guerra sendo hoje uma interessante alternativa para observarmos, de outro modo, o desempenho do Rio Grande do Sul e de sua sociedade no conflito contra os paraguaios. A forma como a elite sul-rio-grandense se  inseria  na  região  da  fronteira  e  a  instabilidade  na  relação  entre  a  província  e  o  Império, marcante durante o século XIX, poderiam a qualquer momento tornar incerto o comportamento do Rio Grande do Sul. Nos registros levantados em 18 periódicos que circularam pela província entre 1865 e 1870 e que reunidos somam 67 exemplares, notamos uma clara divisão no comportamento da imprensa diante do confronto. Apesar de o apoio dado a luta do Império ter sido nítido e quase permanente, se manifestando na desqualificação do inimigo e na exaltação das forças brasileiras, também  houve  espaço  para  contestações  e  críticas  nas  folhas  sul-rio-grandenses.    Assim,  nos momentos  em  que  a  província  se  sentia  a  maior  prejudicada  ou  não  tinha  seu  empenho devidamente  reconhecido,  claros  desentendimentos,  novos  ou  antigos,  pautavam  a  discussão.  Lutando contra a implacável ação do tempo, a presente dissertação consiste num estudo a respeito da imprensa sul-rio-grandense e seu envolvimento na Guerra do Paraguai. Além de contribuir com o resgate de parte do valioso patrimônio histórico e social contido nos jornais da época, o trabalho busca compreender e analisar as distintas impressões dos mesmos diante do longo conflito levando em conta as diversas forças políticas e sociais que podiam atuar sobre elas. 
 Palavras-chave: Guerra do Paraguai; imprensa; Rio Grande do Sul; sociedade.

188 - Título: “Cooperativismo e crédito na região colonial do RS: convergências e contradições”

Autor: Josei Fernandes Pereira
Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos Tau Golin
Banca: Paulo Afonso Zarth (UFFS), Álvaro Antônio Klafke (UPF/PPGH)
Defesa: 13/04/2012
Resumo: O  cooperativismo  tem  suas  raízes  históricas  fincadas  na  Revolução  Industrial.  Nasce, portanto,  indissociavelmente  ligado  a  ascensão  do  sistema  capitalista  na  sociedade européia  do  século  XIX.  Propunha-se  inicialmente  como  um  caminho  alternativo  ao liberalismo  econômico,  defendendo  a  auto-ajuda  (-mútua)  como  instrumento  para atingir o que chamamos de uma “economia moral”. A grande questão que se criava era como ser cooperativo sem ser competitivo. Paralelamente, a imigração européia para a América  oferece  um  modelo  de  transposição  de  um  conjunto  de  estruturas  sócio-econômicas,  dentro  das  quais  o  próprio  cooperativismo  fez  parte,  sendo  utilizado  na auto-organização  das  colônias  de  imigrantes,  especialmente  no  sul  do  Brasil.  Neste trabalho,  ambos  os  processos  serão  analisados  como  modelos  de  reação  não-governamental  dos  camponeses.  O  esforço  da  pesquisa  dá-se  no  sentido  de  analisar ambas as experiências a partir do contexto regional da região noroeste do RS. Habitada primordialmente  por  indígenas,  lusos  e  caboclos,  esta  região  foi  colonizada  a  partir  de 1890 por imigrantes europeus em busca de terras para exploração agrícola. Utilizou-se inicialmente  o  modo  de  divisão  familiar  do  trabalho,  orientado  para  a  obtenção  da propriedade  da  terra,  mesclado  com  atividades  de  subsistência.  Contudo,  a inevitabilidade  da  mercantilização  da  produção,  para  a  quitação  da  dívida  e  melhorias nos lotes, necessitava a inserção na economia regional. A ausência de bancos no RS pré-1930, oferecia condições para que comerciantes locais submetessem estes imigrantes à usura,  um  procedimento  imoral  para  os  costumes  camponeses.  A  análise  das  fontes documentais  assinala  que  o  cooperativismo  surgiu  como  um  mecanismo  adaptativo  à economia liberal de mercado. A Colônia Serra Cadeado (objeto referência desta análise) auto-ordenou-se  a  partir  de  formas  de  organização  socioeconômicas  como  o cooperativismo  de  crédito  que,  capitalizando  coletivamente  as  economias  coloniais, interferiu  na  vida  pública  comunitária,  financiando  e  mercantilização  a  produção, defendendo  os  interesses  dos  colonos  associados  e  até  executando  obras  de  infra-estrutura locais.
Palavras-chaves: cooperativismo, crédito, imigração

189-Título: “Metamorfoses na cultura cabocla: a inserção do lavrador nacional no ciclo da madeira em Chapecó (1930-1965)”

Autor: Leonardo Dlugokenski
Orientador: Prof. Dr. João Carlos Tedesco
Banca: Arlene Anelia Renk (UNOCHAPECÓ), Telmo Marcon (UPF/PPGEDU)
Defesa: 16/04/2012
Resumo: O presente trabalho discute as transformações ocorridas na cultura do caboclo residente na região de Chapecó a partir do ciclo da madeira (1930 – 1965), onde estes interagiram mais intensamente  com  os  colonos  durante  as  atividades  ligadas  a  extração  da  madeira  e  a prestação de serviços. O trabalho tem inicio a partir da discussão sobre a formação política da  região  de  Chapecó  passando  pelas  primeiras  ocupações  da  mesma  (indígenas  e caboclos)  até  a  chegada  das  colonizações.  A  partir  da  colonização  temos  o  advento  da indústria da madeira que coloca em interação intensa caboclos e colonos, gerando conflitos de  ordem  simbólica  que  vão  influenciar  na  modificação  da  cultura  do  lavrador  nacional, mudando  o  seu  jeito  de  ser,  sua  cosmovisão.  As  alterações  citadas  são  sutis,  porém importantes,  dado  que  a  forma  de  trabalho,  a  religiosidade,  as  relações  familiares  e  a  sua identidade  são  alteradas  com  o  objetivo  de  adaptar-se  ao  novo  ciclo  econômico  que  se instalava em Chapecó.
Palavras-chaves: caboclos, colonos, cultura, mudança.

190-Título: “Aspectos Históricos e Jurídicos do Segurado Especial “Trabalhador Rural”: na microrregião de Getúlio Vargas/RS”

Autor: Lilian Hanel Lang
Orientador: Profª. Drª. Janaína Rigo Santin
Banca: Orides Mezzaroba (UFSC), João Carlos Tedesco (UPF/PPGH)
Defesa: 27/04/2012
Resumo: A  previdência  social  nasceu  da  preocupação  do  Estado  em  garantir  o  sustento  do trabalhador  e seus dependentes nos casos de incapacidade ou morte. Entretanto, foi somente com  o  advento  da  Constituição  da  República  Federativa  do  Brasil  de  1988  que  os  direitos previdenciários  foram  estendidos  aos  trabalhadores  do  meio  rural.  Cabe  verificar  se  este público-alvo  tem  usufruído  desta  legislação  e  de  que  maneira  a  percepção  de  um  benefício previdenciário pode vir a garantir sua dignidade.
Palavras-chaves: Benefícios, dignidade, Previdência Social, trabalhador rural.

191-Título: “A Primeira Guerra do Paraguai: a expedição naval do Império do Brasil a Assunção [1854-5]”

Autor: Fabiano Barcellos Teixeira
Orientador: Prof. Dr. Mário Maestri
Banca: Alejandro Miguel Schneider (UBA-ARG), Ana Luiza Setti Reckziegel (UPF/PPGH)
Defesa: 10/05/2012
Resumo: Analisamos  a  missão  diplomática  enviada  pelo  império  do  Brasil  a  Assunção entre  1854-55  e  suas  possíveis  relações  com  o  maior  conflito  sul-americano,  a “guerra  do  Paraguai”,  ocorrido  entre  1864-70.  Em  10  de  dezembro  de  1854,  o império do Brasil despachou à capital do Paraguai mais de 30 navios de guerra, entre dois a três mil soldados, para executar essa operação. A expedição tinha por objetivo a  livre  navegação  do  rio  Paraguai,  importante  meio  de  comunicação  do  Rio  de Janeiro com a província do Mato Grosso, e a definição dos limites territoriais entre as duas nações. Por seu turno, o Paraguai mobilizou cerca de seis mil homens para a sua defesa e construiu fortalezas nas margens do rio Paraguai – Humaitá – para repelir a então  iminente  agressão  imperial.  Pedro  Ferreira  de  Oliveira,  chefe-de-esquadra imperial, foi designado a comandar a expedição. A esquadra não entrou em combate. Em  27  de  abril  de  1855,  Pedro  Ferreira  de  Oliveira  assinou  tratado  de  amizade, comércio e navegação com o governo do Paraguai. No entanto, o referido acordo foi rechaçado pelo parlamento imperial, pois a livre navegação pelo rio Paraguai não foi obtida.  A  missão  não  alcançou  seus  principais  objetivos,  mas  pode  ter  garantido  o relativo  êxito  das  tropas  aliadas  nas  batalhas  ocorridas  na  década  posterior  à  citada operação.  Apesar  de  vitorioso,  ao  menos  taticamente,  o  governo  do  Paraguai  não conseguiu ajustar acordo diplomático duradouro com o Império, e na década seguinte a  grande  guerra  sul-americana  explodiu.  A  expedição  pode  ter  tido  importante significado  ao  contexto  que  culminou  com  a  “guerra  do  Paraguai”,  ou  da  Tríplice Aliança  de  1864-70.  Apesar  da  sua  relevância,  a  referida  expedição  não  teve  o destaque merecido pela historiografia e ainda está por ser mais bem compreendida. 
Palavras-chaves: Diplomacia, Expedição, Guerra, Império, Paraguai

192 - Título: “Violência conjugal contra a mulher: estudo realizado em Cruz Alta-RS no período de 1987-1988” 

Autor: Ieda Maria Rieger Pires
Orientador: Prof. Dr. Janaína Rigo Santin
Banca: Marli Marlene Moraes da Costa (UNISC), Adelar Heinsfeld (UPF/PPGH);
Defesa: 06/06/2012
Resumo: Este  estudo  se  detém  na  temática  ‘violência  conjugal  contra a mulher’.  Para adentrar aspectos teóricos elaborou-se o referencial bibliográfico sobre a década de 1980-1989.  Delimitou-se  o  tema  à  questões  da  realidade  da  violência  conjugal  no contexto em Cruz Alta - RS nos anos de 1987/1988. A problematização insere-se no constante noticiário sobre a violência contra a mulher, nesta direção apresenta-se o problema:  -  Como  era  a  assistência  pelo  poder  público  às  mulheres  vítimas  de violência em Cruz Alta no período pesquisado? Após a fundamentação teórica foram realizadas técnicas de pesquisa documental e entrevistas com agressores e vítimas de  violência  na  relação  amorosa  sobre  amostragens  com  casos  de  violência conjugal contra a mulher na cidade de Cruz Alta, nos anos de 1987 a 1988. Para a pesquisa  documental, buscaram-se informações nos registros do POEDEM  - Posto de Orientação e Defesa dos Direitos da Mulher de Cruz Alta e reportagens de jornais do período pesquisado. A interpretação dos dados obtidos realizou-se com enfoque qualitativo como forma de valorizar as concepções pessoais dos entrevistados. Para se  manter  a  cientificidade  foi  realizada  a  análise  por  categorização,  isto  é, concepções  e  tipologias  elaboradas  pelos  autores  referenciados  sobre  aspectos gerais em relação às informações específicas obtidas no contexto pesquisado. Ao se relacionar os dados obtidos em Cruz Alta com as informações anteriores elaboradas pelos autores pesquisados, indica-se que as mulheres sofrem as mesma agressões, em  intensidade  e  em  circunstâncias  semelhantes,  embora  os  contextos sociotemporais  sejam diferentes.  Os  indicativos  do  perfil do agressor  encontram-se nas referências citadas por diversos autores, ao afirmarem que os espancadores de esposas podem ser homens aparentemente amáveis, que se  tornam violentos por diversos fatores, como questões culturais, frustrações e perturbações psíquicas.  Os agressores  da  amostra  pesquisada  ficaram  impunes  pela  aceitação  da  violência entre  o  casal  como  noção  cultural  dominante  daquela  época  e  pela  ausência  de legislação penal mais rigorosa. Esta lacuna seria preenchida com a Constituição de 1988 e pela Lei 11.340/ 2006, conhecida como Maria da Penha. Porém, a violência permanece  como  um  estigma  a  marcar  mulheres-vítimas,  enquanto  o  homem-agressor  surge  em  todas  as  camadas  sócio-econômicas  em  todos  os  contextos históricos.
Palavras-chave: violência conjugal – caracterização da vítima e do agressor -  Cruz Alta - RS

193 - Título: “Transformações para uns, desocupação para outros: as reclamações da população nos jornais Correio do Povo e Diário de Notícias em Porto Alegre, 1928-1935” 

Autor: Alexandre Pena Matos
Orientador: Prof. Dr. Gerson Luís Trombetta
Banca: Haroldo Loguercio Carvalho (UFRN), Álvaro Antônio Klafke (UPF/PPGH)
Defesa:22/06/2012 
Resumo: O presente trabalho traz a Porto Alegre do período de 1928 a 1935, com suas especificidades que  acarretaram  transformações  para  uns  e  desocupações  para  outros.  O  objetivo  é  expor  o cotidiano  da  população,  através  das  reivindicações,  das  necessidades  e  das  sugestões  que estamparam  a  seção  Queixas  e  Reclamações,  durante  o  processo  de  urbanização, parcelamento  do  solo  e  embelezamento  do  espaço  da  urbs.  Os  jornais  pesquisados apresentaram por vezes uma linearidade na publicação de tal coluna, existindo sim, diferenças em suas linhas jornalísticas e  editoriais. Ou seja, em  geral, os temas não  se alteram entre si, apenas  encontram-se,  por  vezes,  evidências  na  composição  e  exposição  destas  queixas.  O universo  das  reclamações  totalizaram  2.494,  sendo  analisados  599,  correspondente  ao  jornal Correio do Povo, através das colunas Caixa Urbana, Microscopio e As Queixas do Público e, 1.895  do  Diário  de  Notícias,  com  as  seções  A  Cidade,  O  Publico  Reclama,  Ecos  &  Notas, Pontos  de  Vista,  Queixas  e  Reclamações,  Crônica  do  Dia  e  Carta  á  Direção.  Os  queixosos são moradores ou transeuntes expostos às ações do dia a dia, vítimas das más condições dos serviços  públicos,  de  empresas  ou  companhias,  assim  como,  de  outros  indivíduos,  que  não dispunham de outro canal de comunicação para manifestarem suas insatisfações nos casos de omissão ou arbítrio destes agentes. A mídia impressa teve um peso substancial, visto que em suas folhas as narrativas da cidade tomam forma. Alimentando-se do substrato da ocorrência, seja  ela  pública  ou  privada,  ela  narra,  em  suas  linhas,  uma  espécie  de  realidade  a  partir  de textos  e  imagens,  provocando  práticas  e  representações  que  se  desenrolam  em  novas realidades.  A  História  e  a  Comunicação  guardam  cada  uma  suas  especificidades,  seus métodos  e  suas  técnicas,  que  são  utilizadas  nas  análises  das  mais  diversas  formas  de discursos,  em  contra  partida,  o  foco  de  ambas  permanece  o  mesmo,  as  ações  humanas  e  os acontecimentos por elas implicados. 
Palavras–chave: Porto Alegre. Queixas e reclamações. Transformações urbanas. Jornais.

194 - Título: “Flores da Cunha: relação política administrativa com Passo Fundo e Região Norte do RS, nas páginas de O Nacional (1930-1937)”

Autor: Alexandre Ortiz Aguirre
Orientador: Prof. Dr. Adelar Heinsfeld
Banca: Haroldo Loguercio Carvalho (UFRN), Ana Luíza Setti Reckziegel (UPF/PPGH)
Defesa:22/06/2012
Resumo: Esta pesquisa tem como foco principal analisar o governo de Flores da Cunha e as relações político-administrativas com o município de Passo Fundo e região norte do Rio Grande do Sul, no período em que o mesmo governou o Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1930-1937, primeiro como interventor federal nomeado pelo chefe do Governo Provisório Getúlio Vargas e, posteriormente, eleito governador pela Assembléia Constituinte em 1934. O  ponto  de  partida  de  nossa  investigação  é  o  rompimento  da  política  do  café-com-leite, predominante  durante  todo  o  período  da  República  Velha  (1889-1930).  A  partir  desse contexto político, procuramos compreender a nova conjuntura política que se instalava no país e, ao mesmo tempo, a ascensão dos políticos riograndenses no Governo Federal, bem como os reflexos que a nova ordem política causaria no contexto nacional e regional, pois o personagem  central  de  nossa  pesquisa,  Flores  da  Cunha,  tornar-se-ia  o  fiel  escudeiro  de Getúlio Vargas, tendo em vista sua participação destacada no movimento armado de 1930 e na  Revolução  Constitucionalista  de  1932.  Para  realização  desta  dissertação,  utilizamos como fonte de pesquisa básica a imprensa local, dando destaque para as leituras realizadas nas  páginas  já  envelhecidas  do  jornal  O  Nacional  de  Passo  Fundo,  além  de  autores  que tratam do tema em questão.  
Palavras-chave: Governo. Política. Revolução. Oligarquia. História Regional. Imprensa.

195 - Título: “Sedução e casamentos nos processos-crime na comarca de Soledade (1942-1969)”

Autor: Emannuel Henrich Reichert
Orientador: Prof. Dr. Gizele Zanotto
Banca: Cristina Scheibe Wolff (UFSC), Ironita A. P. Machado (UPF/PPGH)
Defesa:05/07/2012 
Resumo: Esta dissertação busca analisar, contextualizar e compreender os crimes de sedução, outrora entre  os   mais  frequentemente   julgados  pelo   Judiciário   brasileiro,  com  base  na  análise  de  casos ocorridos   na   comarca   rio-grandense   de   Soledade   em   meados   do   século   20.  A  sedução   ocorria, segundo  a lei,  quando  um homem  seduzia  uma  moça  menor  de idade,  inexperiente,  e  com ela mantinha relações sexuais. Em geral, os “sedutores” eram namorados que se negavam a casar com as meninas, levando os parentes desta a recorrer às autoridades em busca de providências. Apesar de haver uma pena de prisão prevista para os sedutores, era raro um deles passar muito tempo no cárcere, pois a lei também previa que o casamento entre as partes extinguia a pena, mesmo que ocorresse   após   a   condenação.   Graças   a   essa   medida,   os   processos   quase   não   terminavam   em absolvição ou condenação, mas em absolvição ou casamento, indicando que o propósito por trás da criminalização da sedução não era punir os réus, mas estimulá-los a aceitarem o matrimônio. Ao perseguir suas metas casamenteiras, contudo, o Judiciário esbarrava-se com um obstáculo grave. O modelo de união que ele buscava promover, e o único legalmente aceito, era o casamento civil, indissolúvel, chefiado pelo homem provedor, enquanto a mulher se restringia ao espaço doméstico. Esse  modelo  era   comum  entre  as  classes  média   e  alta,   mas  em  meio   à  população  pobre,  mais  comumente   envolvida   nos   casos   de   sedução,   as   uniões   eram   diferentes,   com   maior   número   de mulheres trabalhando e chefiando famílias, o casamento civil sendo uma opção entre outras, e os cônjuges tendo a possibilidade de romper relacionamentos insatisfatórios, mesmo que a lei dissesse o contrário. Diante desses contrastes, os esforços para disseminar entre os pobres um modelo pouco apropriado à sua realidade não podiam ter mais do que um sucesso limitado. A pesquisa baseou-se no estudo de quarenta processos ocorridos entre 1942, ano em que entrou em vigor o atual Código Penal, e 1969, ano imediatamente anterior à década de 70, em que se intensificaram transformações culturais, legais e sociais, como a legalização do divórcio e o avanço do trabalho feminino, que levaram a um declínio da importância do crime de sedução, até sua revogação em 2005, quando já era uma relíquia do passado.
Palavras-chave: sedução, crimes sexuais, casamento, família, história do direito 

196 - Título: Uma Educação moral cristã: atuação da Congregação das Irmãs de Notre Dame em Maravilha-SC (1954-1975)

Autor: Vitor Marcelo Vieira
Orientador: Prof. Dr. Gizele Zanotto
Banca: Claricia Otto (UFSC), Adelar Heinsfeld (UPF/PPGH)
Defesa:13/08/2012
Resumo: Este trabalho analisa a atuação da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora - Notre Dame (SND - Sisters of Notre Dame), em Maravilha – SC, cidade localizada no extremo Oeste Catarinense. A SND esteve à frente da educação formal implementada na localidade, inicialmente na Escola Reunidas Vera Gomes de Miranda e depois Grupo Escolar Nossa Senhora da Salete entre 1954 e 1976. Analisando a chegada da SND ao local com suas atividades, percebe-se que este evento se caracteriza como um dos elementos preponderantes, empreendidos pelo processo de colonização. Não obstante, tal evento não se caracteriza como fato isolado, mas como integrante de um mesmo processo com direção bem definida, ou seja, o desejo governamental de estabelecer o “progresso” e o “desenvolvimento” na região. Esse desejo de ocupar o espaço tem suas raízes ainda na política empreendida pelo Estado, delegando às colonizadoras, a empresa de comercializar as terras. Além de analisar a atuação da SND em Maravilha, este trabalho considerou os momentos iniciais da constituição do espaço e a importância da presença da instituição religiosa no local. As fontes empregadas nesta pesquisa derivam da própria SND e constituem-se de documentos e publicações produzidas pela instituição como, por exemplo, relatórios anuais, ata de reuniões pedagógicas e livros de correspondências. Para analisar tal aparato documental nos pautamos na categoria de poder disciplinar de Foucault (1997). Junto a isso, entender como foram se configurando as relações no espaço da colonização, com as ações do Estado, com seu interesse no povoamento da região e conseqüente incentivo às colonizadoras, foi um dos objetivos. Não obstante, identificar a disciplina empreendida pela SND na sala de aula e nas reuniões pedagógicas foi, sobretudo o fundamento deste texto. Assim, através da análise de fontes primárias interpretaram-se as ações moralizantes e a difusão de princípios cristãos empreendidos pela SND no espaço escolar e comunitário. 
Palavras-chave: educação, moral cristã, disciplina, colonização.

197 - Título: “A mobilização política do discurso do “herói” pioneiro da luta social de 1957 no Sudoeste do Paraná”

Autor: Leomar Rippel
Orientador: Prof. Dr. João Carlos Tedesco
Banca: Carlos Antônio Bonamigo (UNIPAR), Gizele Zanotto (UPF/PPGH)
Defesa:15/08/2012
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar as políticas de memória voltadas à exaltação e  à  institucionalização  do  pioneiro  como  herói  regional  no  Sudoeste  do  Paraná.  O  poder público  instituído  esforçou-se  ao  máximo  em  constituir  um  imaginário  social  do  migrante proveniente de Santa Catarina e Rio Grande do Sul como símbolo do labor, do progresso e da prosperidade.  Para  tanto,  as  representações  de  um  passado  laborioso  e  heróico  estão influenciando  na  naturalização  dos  discursos,  em  que  a  noção  de  sociedade  não  é  sempre considerada  como  produção  humana,  fazendo  com  que  haja  um  processo  de  afastamento dessa  percepção  pelos  sujeitos  que  a  vêem  como  realidade  exterior  ao  indivíduo,  onde  o sujeito  e  sociedade  são  vistos  de  forma  dicotômica.  Através  das  fontes  analisadas  nessa pesquisa  como  jornais,  revistas,  peça  teatral,  obras  literárias,  monumentos  e  discursos políticos,  possibilitaram  compreender  as  diversas  formas  utilizadas  para  criar  e  galvanizar uma  representação  coletiva  do  migrante  sulista  como  sendo  o  único  capaz  de  conduzir  o Sudoeste  do  Paraná  rumo  ao  progresso.    Percebeu-se  dessa  forma,  que  para  constituir  tais representações, houve a necessidade de silenciar a memória dos grupos indígenas e caboclos, primeiros habitantes da Região Sudoeste. Sendo assim, os discursos enaltecendo as conquistas do Sudoeste paranaense, principalmente, a partir de 1970, contribuíram, sobremaneira, para a constituição  desta  representação  coletiva,  forjando  referências  identitárias  na  tentativa  de produzir  um  conjunto  de  valores  e  comportamentos  homogêneos,  e  no  controle  tempo coletivo.  A  partir  das  categorias  de  análise  como  memória  coletiva,  imaginário  social, representações  sociais,  capital  simbólico  e  análise  do  discurso,  o  presente  trabalho  procura compreender  essa  discursividade,  que  serviu  como  forma  de  utilizar  e  representar  o  passado em função de um presente e de um futuro, todavia, percebeu-se que quem melhor mobilizou os recursos simbólicos pioneirista foram os que mais se projetaram e perpetuaram-se na cena política regional, estadual e federal.
Palavras-chaves: Sudoeste do Paraná, pioneiro, memória e imaginário social.

198 - Título: “Visitantes Indesejados: os pedidos de extração de Franz Stangl e Gustav Wagner em uma análise histórico jurídica”

Autor: Felipe Cittolin Abal
Orientador: Prof. Dr.Janaína Rigo Santin
Banca: Arno Dal Ri Junior (UFSC), Ana Luiza Setti Reckziegel (UPF/PPGH)
Defesa:17/08/2012
Resumo: O presente trabalho  se  foca  no  estudo  acerca  de  dois  criminosos  nazistas  encontrados  no Brasil: Franz Stangl e Gustav Wagner, com o anseio de pesquisar quem eram estes nazistas, quais  crimes  cometeram  e  como  chegaram  ao  Brasil,  além  de  analisar  os  processos  de extradição  realizados  contra  eles  e  de  que  forma  a  descoberta  destes  nazistas  no  país  e  os resultados  dos  processos  de  extradição  impactaram  na  imprensa  do  sudeste.  Stangl  foi Comandante  dos  campos  de  extermínio  de  Sobibor  e  Treblinka,  além  de  ter  trabalhado anteriormente  no  Instituto  de  eutanásia  de  Hartheim,  sendo  que,  desta  forma,  participou ativamente do assassinato de milhares de pessoas, em especial judeus. Wagner, que também havia laborado em Hartheim, foi sub-comandante do campo de extermínio de Sobibor, sendo conhecido por sua crueldade e tendo assassinado pessoalmente dezenas de pessoas de origem hebraica. Ambos, após o fim da guerra, fugiram da Europa com auxílio de membros da igreja católica e, após um período na Ásia Ocidental, acabaram por se refugiar no Brasil. Stangl foi encontrado  no  país  em  1967  e  sofreu  pedidos  de  extradição  da  República  Federal  da Alemanha,  Áustria  e  Polônia,  sendo  que,  após  o  julgamento  destes  pedidos  pelo  Supremo Tribunal  Federal,  o  nazista  foi  entregue  à  Alemanha.  Wagner  foi  encontrado  no  Brasil  onze anos depois e também teve sua extradição solicitada pelos governos da República Federal da Alemanha,  Áustria,  Polônia  e  Israel.  O  entendimento  do  Supremo  Tribunal  Federal  no  caso Wagner,  porém,  foi  diferente,  sendo  que  a  extradição  do  nazista  foi  negada.  A  pesquisa  se concentrou, em um primeiro momento, na análise de ambos os sujeitos e seus crimes, assim como  os  locais  onde  cometeram  os  delitos  de  que  foram  acusados  para,  posteriormente, abordar como os nazistas foram encontrados no Brasil e o impacto destes fatos nos jornais do sudeste. No último momento do trabalho, passou-se a estudar o tratamento dado ao instituto da  extradição  no  ordenamento  pátrio  vigente  à  época  dos  julgamentos,  os  processos  em  si  e seus  resultados,  finalizando  com  uma  análise  acerca  da  repercussão  do  resultado  dos julgamentos  nos  jornais  de  São  Paulo  e  Rio  de  Janeiro.  Para  a  realização  da  pesquisa  foi utilizada  bibliografia  específica,  entrevistas  realizadas  com  sobreviventes  dos  campos  de extermínio de Treblinka e Sobibor, os processos de extradição na íntegra e jornais da época. Estas etapas foram realizadas para buscar subsídios para se responder o problema principal da pesquisa: Quais foram os motivos jurídicos que embasaram os resultados diferentes nos dois julgamentos  naquele  momento  histórico,  diante  da  aparente  equidade  dos  casos?  Chegou-se,  então,  à  conclusão  de  que  isto  ocorreu  em  virtude  da  análise  estritamente  legalista  realizada pelo Supremo Tribunal Federal do caso Wagner, em detrimento das normas internacionais de repressão aos criminosos que participaram de genocídio e da própria justiça.
Palavras-chaves: Extradição, Imprensa, Nazistas no Brasil

199 - Título: “Crimes Sexuais no Sudoeste do Paraná: as contravenções morais dos migrantes na comarca de Clevelândia (1953-1979)”

Autor: Denilson Sumocoski
Orientador: Prof. Dr. Adelar Heinsfeld
Banca: Ismael Vannini (UNIPAR), Gizele Zanotto (UPF/PPGH)
Defesa:29/08/2012
Resumo: A  região  Sudoeste  do  Paraná  deve  ser  entendida  como  uma  preocupação  do  Estado brasileiro  desde  o  período  imperial,  quando  ocorreram  as  instalações  das  colônias  militares Chapecó  e  Chopim.  Esse  fenômeno  repetiu-se  quando  foram  criadas,  em  meados  do  século XX,  colônias  agrícolas  sendo  a  principal  expoente  a  CANGO  (Colônia  Agrícola  Nacional General  Osório),  tendo  como  função  específica,  o  povoamento  e  a  proteção  da  área  de fronteira com a Argentina. Nesse período que correspondia a inicio da década de 30, o Brasil era chefiado pela Era Vargas, sendo que o mesmo estende a ocupação da região Sudoeste com a política denominada “Marcha para Oeste”.  Relevante ressaltar que a região Sudoeste teve o seu  espaço  geográfico  ocupado  com  maior  intensidade  após  as  primeiras  décadas  do  século passado, isso devido o deslocamento de imigrantes europeus que haviam ocupado a região da Serra Gaúcha e foram assim deslocados em um processo de migração interna para o Sudoeste paranaense.  Porem  não  é  correto  afirmar  que  a  região,  antes  disso,  era  um  imenso  vaziodemográfico como a historiografia tradicional existente entre as décadas de 70-80 relatam. Os migrantes  e  seus  descendentes,  que  ocuparam  a  região,  são  os  protagonistas  diretos  dessa pesquisa,  pois  as  análises  dos  crimes  sexuais  ocorrem  em  torno  desse  grupo.  Crimes  de estupro e defloramento foram analisados, tendo,  como referência jurídica, o código penal de 1940.  A  pesquisa  tem  como  objetivo  analisar  as  contradições  existentes  entre  o  discurso oficiais  moralizador  apregoada  pela  Igreja  Católica  e  pelo  Estado,  tendo,  como  contraponto, os  processos  de  crimes  sexuais  cometidos  na  região  entre  os  anos  de  1953-1979.  A  analise maior de pano de fundo é a de compreender a contradição existente entre o perfil idealizado pelas forças governamentais e religiosas e as praticas não condizentes comprovadas através da existência  de  processos  crimes  que  denunciavam  as  ações  reprovadas  judicialmente  e moralmente pela sociedade local.
Palavras-chaves: Crimes sexuais; migrantes, Comarca de Clevelândia, protagonistas; discurso  moralizador

200 - Título: “Dueto em três vozes: discursos historiográficos e estéticos do gaúcho em “O Laçador” E “El Gaucho Oriental”

Autor: Henrique Pereira Lima
Orientador: Prof. Dr. Gerson Luís Trombetta
Banca: César Augusto Barcellos Guazzelli (UFRGS), Luiz Carlos Tau Golin (UPF/PPGH)
Defesa:18/09/2012
Resumo: A estética do gaúcho, produzida pelo imaginário rio-grandense e uruguaio ao longo dos séculos  XIX  e  XX,  insere  o  agente  histórico  e  social,  dentro  outra  estrutura  –  a simbólica.  O  tempo  histórico,  nesse  sentido,  entrecruza-se  com  o  tempo  simbólico,  na construção  de  uma  terceira  dimensão,  o  tempo  do  sentido,  dentro  do  qual,  o  gaúcho insere-se  e,  a  partir  do  qual,  relaciona-se  com  as  demandas  mais  amplas  destas sociedades. A fluidez das fronteiras políticas instaladas no Prata, cobrou do processo de consolidação  das  nacionalidades  argentina,  brasileira  e  uruguaia  ao  longo  dos  séculos XIX  e  XX  mecanismos  que  viabilizassem  a  delimitação  de  suas  soberanias.  Nesse sentido, a construção de imaginários, nacionalismos e de historiografias, ao ocuparem-se  desta  tarefa,  convergiram  para  a  construção  de  uma  estética  particularizadora  deste agente  e  deste  espaço  que  desde  a  época  colonial,  apresentava  sinais  de  convergência. Ainda que os aspectos históricos não tenham sido abandonados, sua apropriação guiou-se  por  interesses  sociais  contemporâneos,  dando  contornos  míticos  e  idealizados  aos “gaúchos nacionais”, tidos então, como promotores da ocupação do espaço e fundadores de  uma  historia  pátria.  Identidades  culturais  e  identidades  políticas  eram  por  esses critérios  estruturados.  À  história,  este  contexto  já  amplamente  pesquisado  e  debatido, revela novos aspectos, sobretudo quando as lentes pelo qual a formação das nações da região  platina  são  cotejadas,  são  plurais.  As  diferentes  manifestações  artísticas  destas sociedades  apresentam-se  como  terreno  exemplar  de  ação  e  a  interação  dos  diferentes elementos  e  diferentes  sujeitos  sociais,  deu  forma  a  um  variado  sistema  de representações  do  gaúcho.  Essa  capacidade  de  a  arte  expressar  um  conteúdo  objetivo atribui  aos  monumentos “El  Gaucho  Oriental” e “O Laçador”,  instalados  em  Porto Alegre – RS a função de apresentar o discurso – de forma cognoscível – das diferentes identidades  culturais  que  as  modelaram  –  uruguaia  e  rio-grandense,  respectivamente. Estes  monumentos,  vinculados  a  diferentes  discursos  acerca  do  gaúcho  expressam imaginários comprometidos com distintas demandas que, mesmo vinculadas a estética, não perdem sua eficácia discursiva na sociedade que as gestas ou as acolhem.
Palavras-chaves: Arte  Pública,  “El Gaucho Oriental”,  Gaúcho,  Historiografia,  “O  Laçador”, Representação

201 - Título: “Tendeiros de “Beira de Estrada”: caboclos – pluriativos de Fontoura Xavier”

Autor: Joseandra Sanderson da Cruz
Orientador: Prof. Dr. João Carlos Tedesco
Banca: Joel João Carini (IFF), Humberto José da Rocha (UPF)
Defesa:19/09/2012
Resumo: Esta  pesquisa  tem  por  objetivo  mostrar  a  ocupação  e  a  colonização  da  região  de Soledade,  aprofundando  o  estudo  no  município  de  Fontoura  Xavier,  com  concentração  nas tendas  à  beira  da  rodovia.  Os  agentes  centrais  são  os  comerciantes  tendeiros  que  têm  às margens  da  BR  386  no  Km  273,  suas  tendas,  local  onde  comercializam  produtos  e  artigos produzidos  e  elaborados  por  eles  mesmos.  Trata-se  de  uma  vida  dedicada  à  agricultura  e  ao comércio,  atividades  desenvolvidas  pelos  moradores  da  comunidade  de  Vila  Assis,  tendo como fornecedores os pequenos agricultores. Estes cultivam suas lavouras e o produto era (é) comercializado nas tendas. Os produtos são característicos do cultivo de suas lavouras, como feijão,  abóbora,  amendoim,  pinhão,  entre  outros,  expandindo-se  hoje  para  mercadorias trazidas de outros locais, como os tapetes de couro. As tendas surgiram como forma de ter um emprego  e  renda  para  o  sustento  das  famílias.  São  trinta  tendas  cadastradas  e  estabelecidas naquele local. O caboclo é o elemento que ocupa destaque nelas, por ter  sido marginalizado durante  o  processo  da  colonização.  Exerceu  atividades  extrativas  para  os  grandes proprietários,  especialmente  a  erva-mate,  alguns  tinham  pequena  área  cedida  ou  ocupada  de onde  retirava  seu  sustento  na  condição  de  explorado  e  subjugado.  Encontrou  a  saída  nas tendas  como  alternativa  para  sua  subsistência.  Sem  organização  no  início,  hoje,  porém,  em condições melhores.  As primeiras tendas construídas foram em 1935, à beira da estrada, e de madeira. O caboclo comerciante hoje está numa situação melhor, mais organizada, em virtude dos  incentivos  liberados  pelo  governo  Federal  e  Estadual  e  Municipal.  A  fundação  da Associação dos Tendeiros foi de fundamental importância para essas melhorias. Nessa prática os tendeiros atuam desde longa data, passaram de geração a geração a prática, os saberes, os conhecimentos  da  lida  com  o  comércio.    É  importante  destacar  o  trabalho  (agricultura)  do caboclo comerciante, bem como do artesanato feito por eles mesmos. Ênfase maior é dada ao evento que acontece a cada ano: a Festa do Pinhão. Pelo fato de esse produto encontrar-se em abundância na região, denunciando uma vasta conservação de floresta araucária nativa.
Palavras-chaves: Caboclos. Comerciantes. Às Margens da Br 386

202 - Título: “RELAÇÕES DO IMPÉRIO DO BRASIL E DOS FARROPILHAS COM O PRATA (1835-1852)”

Autor: Janaíta da Rocha Golin
Orientador: Prof. Dr. Adelar Heinsfeld
Banca: André Atila Fertig (UFSM), Álvaro Antônio Klafke (UPF/PPGH)
Defesa:30/10/2012
Resumo: As relações do Império do Brasil e dos farroupilhas com o Prata efetivaram-se  com  os  objetivos  contrários  de  contenção  e  prolongamento  da  guerra  civil farroupilha, ocorrida entre os anos de 1835 a 1845 na província do Rio Grande do Sul. Os contatos estabelecidos pelo Império do Brasil com os líderes platinos justificavam-se pelo propósito de obstar os auxílios provenientes daquela região, os quais davam fôlego aos rebeldes. As comunicações dos farroupilhas com o Prata se davam pelo interesse de adquirir  cavalhada  e  artigos  de  guerra,  principalmente.  O  desfecho  da  insurreição farroupilha,  em  1845,  não  assegurou  a  pretendida  hegemonia  brasileira  na  região  do Prata,  ambicionada  pelo  Gabinete  Imperial.  Ela  seria  obtida  com  a  ajuda  dos  ex-inimigos do Império de 1835, que no contexto de 1852, reconciliados e reincorporados ao exército do Brasil, marcharam contra Juan Manuel de Rosas, líder da Confederação Argentina,  derrotado  na  batalha  de  Monte  Caseros,  em  3  de  fevereiro  daquele  ano.  As fontes  utilizadas  para  a  confecção  deste  trabalho  foram  a  Coleção  Varela,  Arquivo Pessoal  do  Barão  de  Caxias,  Revistas  do  Instituto  Histórico  e  Geográfico  Brasileiro, Cadernos  do  Centro  de  História  e  Documentação  Diplomática  e  os  Relatórios  da Repartição dos Negócios Estrangeiros do Império do Brasil.
Palavras-chaves: Império do Brasil, farroupilhas, Prata

203 - Título: Política, repressão e nacionalismo: o cotidiano da comunidade alemã do Vale do Iguaçu durante a Era Vargas

Autor: Wanilton Tadeu Dudek
Orientador: Prof. Dr. Adelar Heinsfeld
Banca: Dennison de Oliveira (UFPR), Rosane Márcia Neumann (UPF/PPGH)
Defesa:31/10/2012
Resumo: O  estudo  das  estruturas  políticas  e  sociais  do  cotidiano  está  relacionado  à compreensão  dos  fenômenos  que  vinculam  as  instituições  públicas  do  Estado  ao campo da vida privada, estabelecendo novas relações de poder. O objetivo geral da pesquisa  é  analisar  como  a  política  nacionalista  de  Getúlio  Vargas  alterou  o cotidiano da região do Vale do Iguaçu, enfatizando as ações públicas direcionadas à comunidade alemã, e como a população civil atuou neste processo. Para dar conta dos objetivos, utilizamos as seguintes fontes: recortes do periódico O Comércio, que circulava na região de União da Vitória e Porto União, disponíveis na atual redação do  jornal,  e  documentos  da  extinta  Delegacia  de  Ordem  Política  e  Social  dos Estados  do  Paraná  e  Santa  Catarina,  separados por  pastas  e  eixos  temáticos  no Arquivo  Público  do  Paraná.  Através  destas  fontes,  foi  possível  observamos  a atuação policial que, por meio de ações legitimadas pela legislação do Estado Novo, e  da  participação  da  sociedade  civil,  sistematizou  uma  política  de  vigilância  aos imigrantes alemães e seus descendentes.
Palavras-chaves: Vale do Iguaçu, alemães, autoritarismo e Era Vargas