Dissertações defendidas

2007

90 –Título: Fronteira e Segurança Nacional no Extremo Oeste Paranaense: um estudo do município de Marechal Cândido Randon

Autor: Luciana Grespan Zago
Orientador: Prof. Dr. Adelar Heinsfeld
Banca: Prof. Dr. Paulo José Koling (Unoesc), Prof. Dr. Eduardo Munhoz Svartman (UPF)
Data Defesa: 30/03/2007
Resumo: Fronteira e Segurança Nacional no Extremo Oeste Paranaense faz um estudo do município de Marechal Cândido Rondon que foi declarado Área de Interesse da Segurança Nacional, durante o período de 1968 a 1985, em plena vigência da   Ditadura Militar. Leis, decretos e atos institucionais entraram em vigor nesse período com o objetivo de regular e, controlar todas as questões de ordem política, econômica e social. Assim, a fronteira também esteve inserida no contexto da Segurança Nacional, pois se fechava o país ao comunismo internacional. Os municípios localizados na fronteira e estâncias hidrominerais foram considerados locais estratégicos para manutenção do poder. O que pode ter motivado a inserção do município a Área de Interesse da Segurança Nacional foram os seguintes fatores: estar localizado na fronteira com o Paraguai, a intenção de construir uma usina hidroelétrica no Rio Paraná, diminuir o poder de atuação do PTB e pelo fato do município ser considerado um reduto de nazistas. Dessa forma, os governos militares e a ARENA usaram os municípios da Área de Interesse da Segurança Nacional para impor suas políticas e se perpetuar no poder, através da nomeação de prefeitos, do envio de verbas e visitas do Conselho de Segurança Nacional. O auge desse processo foi à visita do Presidente da República Ernesto Geisel a Marechal Cândido Rondon em 1976. A partir da abertura política iniciaram movimentações para acabar com a nomeação de prefeitos e voltar às eleições diretas nos município. Assim, houveram associações que lutaram para acabar com as Áreas de Interesse da Segurança.
Palavras-chaves: Fronteira, Segurança Nacional, Ditadura Militar.

91 –Título: O Movimento Operário e Sindical em Passo Fundo (1900-1964): história e política

Autor: Alessandro Batistella
Orientador: Prof. Dr. João Carlos Tedesco
Banca: Prof. Dr. Diorge Alceno Konrad (UFSM), Prof. Dr. Haroldo Loguercio Carvalho (UPF)
Data Defesa: 30/03/2007
Resumo: Este trabalho tem o objetivo de analisar o movimento operário e sindical em Passo Fundo durante os anos de 1900 a 1964, salientando que o objeto de estudo são os trabalhadores urbanos e suas organizações. Para tais propósitos, enfatizar-se-ão as principais diferenças e similitudes entre o processo nacional e o regional, sobretudo no âmbito político; ponderar-se-á sobre as principais correntes político-ideológicas presentes nos sindicatos locais, sobre as principais greves e movimentos populares ocorridos no período em foco e, finalmente, acerca das implicações dos principais acontecimentos sócio-políticos nacionais no movimento operário e sindical passofundense.
Palavras-chave: movimento operário, sindicalismo, Passo Fundo, política.

92 –Título: As Histórias Marginais: os memorialistas e a produção de conhecimento histórico no interior do Rio Grande do Sul

Autor: Tiago Martins Goulart
Orientador: Profª. Dr. Ana Luiza Setti Reckziegel
Banca: Profª. Dr. Ieda Gutfreind (ICJMC), Prof. Dr. Haroldo Loguercio Carvalho (UPF)
Data Defesa: 11/04/2007
Resumo: Esta dissertação consiste numa análise do que se entendia e muitas vezes ainda se entende por história no interior do Rio Grande do Sul, mais precisamente fora dos meios acadêmicos, bem como das relações entre o conhecimento histórico produzido e uma memória social coletiva específica. Para tanto procedemos ao estudo de cinco obras de autores diferentes, através do qual procuramos explicitar as formas de perceber a história e de fazer um trabalho de cunho histórico. Concentramos nosso foco no período entre as décadas de 1930 e 1980 e o espaço regional contemplado abrange os municípios de Santa Maria, Cruz Alta e Palmeira das Missões. Nosso trabalho teve como objetivo detectar e apresentar os elementos componentes de um modo peculiar de pensar a história e de escrever uma obra desta natureza, bem como localizar a origem destes elementos e os fatores que permitem perceber as obras analisadas como componentes de um quadro de produção específico. Para alcançar nossos objetivos fizemos uso sistemático do método comparativo, organizando o trabalho em dois grandes eixos, um centrado nos elementos de caráter historiográfico e outro voltado para a questão da memória social coletiva e sua relação com o conhecimento histórico analisado. No primeiro, procuramos fazer uma breve apresentação da trajetória do pensar e do “fazer história” no Rio Grande do Sul e no Brasil desde o século XIX, com destaque para as instituições que controlaram a produção histórica durante um bom tempo – o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Em seguida apresentamos os elementos que possibilitam perceber a existência de um outro quadro de produção histórica, verificado no espaço e período já aludidos. As obras e autores são alvo de considerações no restante do trabalho, permitindo que demonstremos, de maneira concreta, a existência do quadro de produção que apontamos, suas características e fatores determinantes, seu contexto e suas implicações sociais. Ao realizar este trabalho esperamos, em última análise, incentivar e contribuir para uma reflexão mais profunda e sistemática sobre nossas próprias posturas, ou seja, sobre nossas formas de perceber e “fazer história”.
Palavras-chave: Rio Grande do Sul contemporâneo, história, historiografia, memorialistas, locais, memória.

93 – Título: Prazer e Sorte: o jogo do bicho em Porto Alegre(1893-1903)

Autor: Marizete Gasparin
Orientador: Profª. Dr. Janaína Rigo Santin
Banca: Profª. Dr. Ana Luiza Setti Reckziegel (UPF) e Prof. Dr. José Luis Bolzan de Morais (Unisinos)
Data Defesa: 19/04/2007
Resumo: O jogo do bicho, criado a pouco mais de um século, no Rio de Janeiro, espalhou-se pelo país, ganhando popularidade. Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, presenciou sua chegada, ainda em fins do século XIX, acompanhada pela imprensa e pela lei. O tema dessa dissertação traz uma abordagem inédita sobre a inserção do jogo do bicho em Porto Alegre, entre os anos de 1893 e 1903, possibilitando conhecer a contravenção na região sul. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, elaborada através da análise de diversos documentos: os jornais Gazetinha, O Independente e A Federação, que nesse período noticiaram, juntamente com assuntos referentes a esportes, economia, e crimes, a prática do jogo do bicho; e os Processos-crimes e a Documentação de Polícia, que relataram a realização de apreensões de materiais e indivíduos envolvidos nessa prática. Conhecer as representações construídas em torno do jogo do bicho e como essa atividade refletiu-se na sociedade, na política e na economia porto-alegrense na transição do século XIX para o XX, contribui para a compreensão da existência atual de práticas contraventoras na sociedade. No momento das reformas urbanísticas pautadas no processo de modernização da política republicana, Porto Alegre foi alvo da presença de indústrias e investimentos financeiros, atraindo indivíduos e com eles diversas práticas contraventoras, como por exemplo, o jogo do bicho. A capital Rio-grandense compartilhou de práticas contraventoras existentes em âmbito nacional, mas com peculiaridades próprias, principalmente nas apostas, com novas modalidades e tabelas de bichos. Pobres, ricos, representantes policiais e servidores públicos administrativos, envolveram-se com o jogo do bicho, tornando-o mais que uma paixão, um vício, um sonho, uma oportunidade de ascensão econômica, uma contravenção.
Palavras- chave: Jogo do bicho, Porto Alegre, Contravenção.

94 – Título: Nas Malhas da Lei: mulheres rés em Cascavel na década de 1970

Autor: Vladimir José de Medeiros
Orientador: Prof. Dr. Fernando Camargo
Banca: Profª. Dr. Florence Carboni (UFRGS) e Prof. Dr. Haroldo Loguercio Carvalho (UPF)
Data Defesa: 25/04/2007
Resumo: O presente trabalho apresenta uma pesquisa acerca da criminalidade feminina na cidade de Cascavel – Paraná, durante o período da década de 1970. Cinco processos-crime da 1ª vara criminal da comarca de Cascavel, previamente selecionados, são as fontes que embasa todo o texto. Esta obra está subdividida em quatro capítulos, nos quais, o primeiro relata os crimes escolhidos; o segundo, analisa as relações de gênero instituídas na cidade; o terceiro, observa o panorama da violência e seus reflexos no município; e o quarto apresenta o cenário constituído: a cidade de Cascavel.
Palavras-chave: mulheres; criminalidade; Cascavel.

95 – Título: “Camilianos no sul do Brasil: da Romatização ao Vaticano II – Iomerê (SC), 1920-1965”

Autor: Iolanda Abati
Orientador: Profª. Dr. Ana Luiza Setti Reckziegel
Banca: Prof. Dr. Artur Isaia (UFSC) e Prof. Dr. João Carlos Tedesco (UPF)
Data Defesa: 05/06/2007
Resumo: Com esse estudo procurou-se observar como se deu participação dos sacerdotes camilianos na introdução das novas orientações organizacionais e devocionais do catolicismo romanizado, evidenciar as principais estratégias utilizadas, a importância do padre nesse processo e sua influência na comunidade. Através da analise dos discursos do clero, principalmente nas reuniões das associações religiosas, verificou-se como os agentes da Igreja Católica conduziam o pensar, o agir e o crer da coletividade local, procurando inferir valores religiosos, morais, sociais, políticos e ideológicos influenciando imageticamente o cotidiano das famílias e da coletividade, objetivando adequar os padrões de conduta religiosa, social, cultural e moral na comunidade de Iomerê.
Palavras Chaves: Igreja Católica; catolicismo romanizado, religiosidade; camilianos; valores religiosos e sociais; crença.

96 – Título: Política Externa Brasileira e a Argentina na Gestão Lauro Müller(1912-1917)

Autor: Marisa Smirdele
Orientador: Prof. Dr Adelar Heisnfeld
Banca: Prof. Dr. Nilson Thomé (UNC) e Profª. Dr. Ana Luiza Setti Reckziegel (UPF)
Data Defesa: 19/06/2007
Resumo: Lauro Müller é considerado um dos mais importantes políticos catarinenses. Foi eleito como governador de Santa Catarina por quatro vezes, foi deputado federal, senador, Ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas e das Relações Exteriores. Seu nome está gravado em ruas, pontes, praças, grupos escolas e até em um Município de Santa Catarina. Até mesmo na cidade do Rio de Janeiro, seu nome está gravado em lugares públicos. Lauro Müller foi o que podemos chamar de um “Homem de Estado”. Foi nesta condição que esteve à frente do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, de 1912 a 1917. Além de substituir o ícone da diplomacia brasileira, o Barão do Rio Branco, Lauro Müller teve um outro enorme desafio: conduzir a política externa do país diante do primeiro grande conflito do século XX: a Primeira Guerra Mundial. Acusado de germanófilo, foi obrigado a exonerar-se do cargo. Em relação ao continente americano, procurou traçar uma política de maior aproximação com os Estados Unidos, bem como a Argentina. Esta aproximação com a região platina teve seu auge com a assinatura, em 1915, de um Tratado de Cordial Inteligência, visando a solução pacífica de controvérsias internacionais e que envolvia os três mais importantes países da região, Argentina, Brasil e Chile, e ficou conhecido como Tratado do ABC.
Palavras-chave: Lauro Muller. Política externa. Argentina. Brasil. Tratado ABC.

97– Título: Participação Política & Fé: O Papel da Igreja na formação das Organizações Sociais Populares – Região do Alto Uruguai do RS (1974-1990)

Autor: Jonas Seminotti
Orientador: Prof. Dr João Carlos Tedesco
Banca: Prof. Dr. Eduardo Munhoz Svartman (UPF) e Profª. Dr. Silvana Maria Gritti (URI)
Data Defesa: 31/07/2007
Resumo: Esta dissertação consiste numa análise sobre o papel dos setores progressistas da Igreja Católica na formação de lideranças e organizações sociais populares na região Alto Uruguai, em meio à redemocratização do Brasil, entre 1974 e 1990. O objetivo é compreender os fatores que contribuíram para que surgissem destacadas lideranças e organizações de ação social e política na Diocese de Erechim, a partir do trabalho dos setores progressistas da Igreja Católica e de suas mediações correlatas neste período marcado pela censura das liberdades democráticas no país. Concentramos nosso foco entre a segunda metade da década de 1970, por ser o início do processo pela redemocratização do país e toda a década de 1980, por enquadrar o fim do regime militar e a abertura política e ser o período da formação das organizações sociais populares na região Alto Uruguai. O espaço pesquisado é a região Alto Uruguai do RS, também compreendida aqui, como Diocese de Erechim, que é composta por 31 municípios, sendo que apenas Erechim tinha sua população centrada no meio urbano. Os demais municípios eram essencialmente agrícolas, com pequenos agricultores, que viviam em comunidades do interior e pelo seu espírito religioso e participação comunitária, aderiram às mudanças propostas pelos setores progressistas da Igreja, a partir do Concílio Vaticano II e das Conferências de Medellín e Puebla. Para melhor compreender o processo que se desenvolve em âmbito nacional e regional, organizamos o trabalho em três capítulos. O primeiro aborda o contexto brasileiro, do golpe militar à redemocratização, demonstrando como os governos militares trabalharam, no plano político, o período de repressão e, simultaneamente, a fase lenta e gradual de abertura política; também abordamos a atuação das organizações da sociedade civil contrárias ao regime, a luta pela redemocratização e pela conquista de direitos. No segundo capítulo analisamos a atuação dos setores progressistas da Igreja Católica na região Alto Uruguai, os grupos Esquema Dois e Paulo VI, o processo de formação da Escola Diocesana de Servidores, da Pastoral da Juventude e da Pastoral Operária, das quais surgem inúmeras lideranças de ação social e política, especialmente entre os jovens do meio rural; e os conflitos internos entre os setores progressistas e conservadores da Igreja Católica na Diocese. No terceiro capítulo apresentamos, a partir do contexto nacional e da atuação dos setores progressistas da Igreja, como se formam as organizações sociais populares na região Alto Uruguai, entre as quais estão os sindicatos urbanos e rurais do campo da CUT, a Comissão Regional de Atingidos por Barragens (CRAB), o Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR), o Centro de Educação Popular (CEPO) e o Partido dos Trabalhadores (PT). Ao realizarmos este estudo, esperamos, contribuir para a maior compreensão dos fatores conjunturais que contribuíram para a redemocratização do país, mas especialmente fazer uma análise mais profunda sobre a formação dos atores de ação social e política na região Alto Uruguai, reflexo do aprofundamento democrático e do novo contexto político e social do país.
Palavras-chave: Religiosidade, política, conflitos, organizações, democrático.

98 – Título: Cativos nas terras dos pantanais. Escravidão e resistência no sul do Mato grosso – séculos 18 e 19

Autor: Zilda Moura Alves
Orientador: Prof. Dr Mário Maestri
Banca: Prof. Dr. Fernando Camargo (UPF) e Profª. Dr. Maria do Carmo Brazil (UFGD)
Data Defesa: 10/08/2007
Resumo: “Cativos nas terras dos pantanais” é um estudo sobre a utilização da mão-de-obra escravizada de africanos ou seus descendentes, em localidades do sul de Mato Grosso nos séculos 18 e 19. Desde o início da formação de pequenos vilarejos, os negros foram o alicerce para o desenvolvimento da região. Esses trabalhadores eram os principais responsáveis pelo desbravamento daquelas áreas: derrubadas de matas, construção de moradias, plantios de roças, lida com animais, etc. Distantes das minas auríferas da região cuiabana, os pequenos povoados do Pantanal sul praticavam uma economia local, voltada sobretudo para os meios de subsistência. Assim, literaturas e crônicas do período estudado, ao registrar a presença dos primeiros moradores locais, contam que estes ali chegaram com seus “escravos”. Os negros, escravizados ou não, também foram utilizados como “Voluntários da Pátria” na Guerra contra o Paraguai. O presente trabalho traz, ainda, um capítulo sobre a feitorização das comunidades nativas do Mato Grosso nos séculos 18 e 19.
Palavras-chave: escravos, nativos, índios, negros na Guerra contra o Paraguai.

99 – Título: “Os Colonos do Papel: trabalhadores pluriativos no Oeste de Santa Catarina – o caso de Faxinal dos Guedes-SC – 1990-2006”

Autor: Claudemir Basquera
Orientador: Prof. Dr. João Carlos Tedesco
Banca: Prof. Dr. José Pedro Cabral Cabrera (UNOESC) e Profª. Dr. Ana Luiza Setti Reckziegel (UPF)
Data Defesa: 10/08/2007
Resumo: O trabalho analisa a questão da pluriatividade no meio rural catarinense, tendo como estudo de caso o fenômeno dos colonos-operários do Oeste de Santa Catarina, usando-se como ponto de partida um exame da conjuntura da agricultura familiar no município de Faxinal dos Guedes e suas transformações recentes, mudando o sentido de compreensão do camponês e suas relações no meio rural. Especificamente, visa-se investigar o histórico da pequena e média propriedade no estado de Santa Catarina, discorrer sobre os problemas existentes nestas, bem como das mudanças ocorridas nos últimos anos, descobrir o que leva o pequeno e médio proprietário a aliar o trabalho em terras ao trabalho erm suas terras ao trabalho assalariado e na mesma linha de pensamento, perceber as mudanças na vida econômica e social dessas famílias e da comunidade envolvida.
Palavras-chave: Pluriatividade. Agricultura familiar.Colonos-operários.

100 – Título: A infância e a Adolecência na colônia alemã de General Osório (1909-1979)

Autor: Dilce Maria Sturmer
Orientador: Prof. Dr Mário Maestri
Banca: Prof. Dr. Eduardo Munhoz Svartman (UPF) e Profª. Dr. Florence Carboni (UFRGS)
Data Defesa: 24/08/2007
Resumo: A história do município de Ibirubá, ex-colônia General Osório, é conseqüência, sobretudo, da imigração alemã no sul do Brasil. A partir de 1824, imigrantes falando dialetos alemães chegaram às “colônias velhas”, instalaram-se em pequenas propriedades e exploraram-nas ao máximo com o trabalho familiar. Tiveram muitos filhos, os quais, no contexto da falta de terra, deram origem às “colônias novas”, em outras regiões do norte do Rio Grande do Sul e, a seguir, fora do Estado. Em 1898, a empresa Dias e Fagundes foi fundada com o objetivo de colonizar uma área de terra adquirida de posseiros e do governo provincial, localizada a leste do Rio Jacuí Mirim. A região passou a ser valorizada após a construção da estrada de ferro Santa Maria-Passo Fundo, que ensejava o fácil escoamento da produção local. No ano seguinte, começaram a chegar os primeiros colonos, vindos das “colônias velhas” e, alguns, diretamente da Alemanha. Até a emancipação do atual município de Ibirubá, em 1955, predominava na colônia a economia de subsistência, destacando a suinocultura e a agricultura familiar. A religiosidade, o trabalho, a escola para os filhos, eram primordiais para os colonos camponeses alemães. Neste contexto, a história particular das crianças e dos adolescentes, objeto da presente dissertação, apresentou-se como um rosário de privações, muito trabalho, castigos severos e, de poucos brinquedos, confeccionados geralmente pelas crianças com as próprias mãos.
Palavras-chave: Imigração, colonização, alemães, infância.

101 – Título: “Modernização do Espaço Urbano e Patrimônio Histórico: Passo Fundo/RS”

Autor: Eduardo Roberto Jordão Knack
Orientador: Prof. Dr. Haroldo Loguercio Carvalho
Banca: Profª. Dr. Zita Rosane Possamai (UFRGS), Prof. Dr. Gerson Luís Trombetta (UPF)
Data Defesa: 29/08/2007
Resumo: A situação do patrimônio histórico – arquitetônico de Passo Fundo nos primeiros anos do século XXI é preocupante. A memória edificada perde espaço para um processo de modernização, urbanização e verticalização iniciado em   1950, acentuado em 1970 e 1980 devido a diferentes fatores. Não obstante, o patrimônio protegido por lei sofre com abandono do poder público. Por estar mergulhado em uma conjuntura caótica, torna-se necessário questionar qual é a identidade desses bens patrimoniais e quais são as justificativas históricas para o seu tombamento, bem como a origem desse processo de crescimento, que ameaça parte da história do município. Procurando esclarecer essas, entre outras questões, é possível perceber a construção de um imaginário progressista por parte de políticos e intelectuais da segunda metade do século XX, expresso no título “capital do planalto”. A busca pela modernização, visando o crescimento econômico e urbano da cidade para transformá-la em um centro regional, orientou as políticas de desenvolvimento urbano, impulsionando a construção de edifícios modernos e verticais, que acabaram tornando-se símbolo do progresso urbano. A pesquisa das justificativas históricas contidas nos projetos de lei que determinam o tombamento dos bens patrimoniais de Passo Fundo demonstra que essa memória edificada está ligada a experiências de uma elite política e econômica em busca do crescimento da cidade, para concretizar o imaginário “capital do planalto”. Paradoxalmente, é justamente esse imaginário que constitui a principal ameaça à memória edificada da cidade, inclusive dos bens protegidos por lei. O presente trabalho procura esclarecer até que ponto, de fato, o patrimônio histórico de Passo Fundo representa a identidade e a memória da maioria de seus munícipes ou apenas está ligado a um restrito grupo que esteve a frente da busca pelo objetivo de tornar a cidade a “capital do planalto”.
Palavras – chave: patrimônio histórico, memória, identidade, modernização, capital do planalto.

102 – Título: “Jango e Brizola: tão perto e tão longe (1961-1964)”

Autor: Diego Orgel Dal Bosco Almeida
Orientador: Profª Dr. Ana Luiza Setti Reckziegel
Banca: Prof. Dr. Helder V. Gordim da Silveira (PUC/RS), Prof. Dr. Eduardo Munhoz Svartman (UPF)
Data Defesa: 30/08/2007
Resumo: Esta dissertação aborda a ação/atuação política de João Goulart e Leonel Brizola nos conturbados anos entre 1961 e 1964. Ambos os políticos, ainda que inseridos nas hostes do trabalhismo e no mesmo partido que era o PTB, guardam em si nuances e peculiaridades significativas, principalmente no que diz respeito à forma de capitanear o discurso do trabalhismo. Isto é, mesmo que   muitas vezes orientados para um mesmo objetivo específico, nem sempre as estratégias utilizadas para alcançá-lo convergiam para o mesmo ponto. Assim, esta dissertação busca compreender essas peculiaridades através da recuperação da identidade e da ação desses homens públicos na arena política, cotejando, inicialmente, suas origens sociais e políticas, através da interpretação de alguns elementos de ambas as biografias – de ordem pessoal e política – e, posteriormente, suas ações entre 1961 e 1964, onde a definição de ambas as identidades e perfis de atuação política podem ser verificados de forma mais explícita.
Palavras-chave: articulação – contestação – Trabalhismo – PTB

103 – Título: “A Escola Superior de Guerra e a Doutrina de Segurança Nacional (1949-1966)”

Autor: Ana Paula Lima Tibola
Orientador: Profª. Dr. Ana Luiza Setti Reckziegel
Banca: Prof. Dr. Luciano Aronne de Abreu (PUC/RS), Prof. Dr. Adelar Heinsfeld (UPF)
Data Defesa: 31/08/2007
Resumo: Este trabalho trata da visão de um grupo de militares que se destacou no interior das Forças Armadas. Esse grupo foi responsável pela criação da Escola Superior de Guerra (ESG), um núcleo de estudos estratégicos que se destinou a pensar estratégicos que se destinou a pensar estratégias de segurança e desenvolvimento para o Brasil. Os militares que se aglutinam na ESG formularam a Doutrina de Segurança Nacional (DSU). A finalidade da DSU era estabelecer critérios de atuação para que o Brasil alcançasse e mantivesse os Objetivos Nacionais que deveriam ser a razão última do Estado Nacional. Os principais Objetivos Nacionais, que a escola chamou de Objetivos Nacionais Permanentes (ONP) eram Segurança e Desenvolvimento. A doutrina da escola encontrava fundamento no conceito de guerra total, uma guerra que envolveria a todos os setores da sociedade e por isso dependia de todo o potencial da Nação. A guerra total caracterizava o embate entre as duas potências que haviam iniciado um conflito ideólogico no pós-Segunda Guerra Mundial: a União Soviética e os Estados Unidos. A partir do pensamento da ESG que se analisa a ação dos militares na conjuntura em que se deu o Golpe Militar de 31 de março de 1964. Em 1964, a atuação dos militares da ESG se orientou pela DSN. Com base na doutrina é que se percebe as relações Brasil/URSS e Brasil/EUA, tanto na conspiração golpista quanto nos rumos do primeiro governo militar. Os reflexos desssas relações erampercebidos pelo comportamento do esguianos frente às políticas de governo no Brasil. O trabalho mostra a orejiza da ESG pelos regimes que considerava personalistas, populistas e demagógicos, além da constante preocupação com a infiltração comunista. A intervenção se deu quando a ESG considerou que o governo João Goulart se distanciou no limite máximo da política de governo proposta pela DSN. Com a derrubada de João Goulart, o governo que se estabelece, representado pelo militar e esguiano humberto de Alencar Castelo Branco conduz uma política que procurou se ajustar aos moldes da DSN. Dessa forma o governo Castelo Branco, pautou suas medidas internas, bem como as relações exteriores do país, na doutrina da ESG.
Palavras-chave: ESG, Doutrina de Segurança Nacional, Golpe de 1964.

104 – Título: “A campanha de Nacionalização em Videira: Um tempo para se esquecer”

Autor: Denise Zago
Orientador: Prof. Dr. Adelar Heinsfeld
Banca: Pofª. Dr. Eunice Nodari (UFSC), Prof. Dr. Eduardo Munhoz Svartman (UPF)
Data Defesa: 28/09/2007
Resumo: Este estudo sobre a Campanha de Nacionalização do governo de Getúlio Vargas tem como cenário o atual município de Videira, no Meio Oeste catarinense. Partindo da sua formação territorial e concominante ocupação, analisa-se o surgimento das comunidades germânicas na região de Videira no início do século XX. Os imigrantes de origem alemã – e da mesma formaos de origem italiana – aoa se estabelecerem ergueram escolas e igrejas, criaram sociedades e definiram normas de convivência que, aliadas ao isolamento em que viviam, levaram à manutenção da identidade cultural da pátria mãe. Durante o Estado Novo, quando o governose dá conta que a germanidade mantida nestes núcleos existentes no sul do país, conflitava com a idéia de nacionalidade brasileira, dá início à Campanha de Nacionalização. Neste contexto, a população de Videira sente os reflexos da aplicação das leis nacionalizadoras que proibiam o uso do idioma, livros e símbolos estrangeiros. Escolas, igrejas e associações foram fechadas temporiamente e em alguns casos definitivamente. Nos espaços políticos e sociais de articulação entre o local e o nacional destacavam-se como agentes da nacionalização, o Coronel Gasparino Zorzi, Don Daniel Hostin, bispo de Lages e o interventor federal nos estado de Santa Catarina, nereu Ramos. Durante o processo de nacionalização e também nos anos posteriores, as ações dos representantes do governo a nível estadual, Nereu Ramos e a nível federal Getúlio Vargas, repercutiram de forma contraditória no imaginário da população local, enquanto Getúlio Vargas era e ainda é visto como carismático, determinado e um governante com pulso firme, Nereu ramos é descrito como sério, sisudo e antipático, como que atribuindo a responsabilidade da repressão aos estrangeiros somente ao interventor.
Palavras-chave: Estado Novo, nacionalização, germanidade, repressão.

105 – Título: O Olhar dos Cronistas no Jornal da Serra, de Carazinho-RS

Autor: Raquel Inês Zuglianello Sawoff
Orientador: Prof. Dr. Adelar Heinsfeld
Banca: Profª. Dr. Sandra Maria do Amaral (Unijuí), Profª Dr. Ana Luiza Setti Reckziegel (UPF)
Data Defesa: 05/12/2007
Resumo: No presente estudo pretendemos, através das crônicas Respingos, de Canuto de Souza e Cousas da Cidade, de Afonso Pedro, do Jornal da Serra: Carazinho/RS, analisar a realidade local nas décadas de 30 e 40, buscando também compreender a mediação construída pelas crônicas, ambas criadas por Astério Canuto de Souza, ator político que usou de seu jornal como tribuna, ou seja, instrumento de legitimação de disputas e de poder. O período de recorte desse trabalho operou-se num contexto bastante conturbado, pois no âmbito local ocorreram agitações pré e pós emancipatórias e no nacional toda sorte de pressões e denuncismos que caracterizaram o primeiro governo Vargas, enquanto no plano internacional acontecia a 2ª guerra mundial. Assim, tentemos compreender a interferência dessa estrutura político-social no cotidiano dos carazinhenses, levando em conta as tramas que se criaram, já que na localidade em estudo a presença da etnia alemã foi, desde o início de sua fundação, um traço bastante característico. Então, buscamos analisar como esse traço teuto foi compreendido por parte dos cronistas, considerando que, durante a década de 30, esse jornal foi o único a circular no município e que adotou uma resistência declarada à política localista, personalizada na pessoa de Albino Hillebrand, principalmente depois do racha entre Getúlio Vargas e Flores da Cunha a partir de 1937.
Palavras-chave: Primeiro governo Vargas, imprensa, leitura, história regional.

106 – Título: A Secretaria dos Negócios do Oeste – SNO: as ações do Estado no desenvolvimento regional Catarinense (1963-1992)

Autor: Evaldo Cassol
Orientador: Prof. Dr. Adelar Heinsfeld
Banca: Prof. Dr. Elison Paim (Unochapecó), Prof. Dr. João Carlos Tedesco (UPF)
Data Defesa: 05/12/2007
Resumo: Este estudo objetiva identificar as razões que concorreram para a criação, implantação e funcionamento da Secretaria de Estado dos Negócios do Oeste – SNO, bem como analisar o papel do Estado, as ações desenvolvidas pela SNO, suas principais características e os fatores que concorreram para sua extinção. A Secretaria de Estado dos Negócios do Oeste foi criada pelo Governo Celso Ramos, através da Lei nº 3.283 de 17 de agosto de 1963 e implantada em 1º de dezembro do mesmo ano, abrangendo a área do antigo Chapecó, região que fora objeto de disputas: primeiro com a República Argentina e depois entre os Estado de Santa Catarina e Paraná. Esta região ainda pertenceu ao Território Federal do Iguaçu 1943 a 1946. A criação da Secretaria do Oeste se justifica pela falta de ações ou pelo “abandono” da região pelo Estado de Santa Catarina e em função também do movimento emancipacionista pró-Estado do Iguaçu em 1962. A extinção da SNO ocorreu por ato do então Governador do Estado Vilson Pedro Kleinübig em 1992. Justificou-se tal ato, pelo fato de que a SNO já havia cumprido seu papel na região Oeste.
Palavras-chaves: Secretaria de Estado dos Negócios do Oeste, ações do Estado, região, política, integração, emancipação.

107 – Título: A política republicana em Santo Ângelo: a experiência política do Coronel Bráulio Oliveira

Autor: Viviane Leticia Glienke Mariano
Orientador: Prof. Dr. Haroldo Loguercio Carvalho
Banca: Profª. Dr. Sandra Maria do Amaral (Unijuí), Prof. Dr. Eduardo Munhoz Svartman – (UPF)
Data Defesa: 19/12/2007

Resumo: O presente trabalho de dissertação de mestrado intitulado A política republicana em Santo Ângelo: a experiência política do Coronel Bráulio Oliveira traz à tona a discussão da história política regional. Compreende o período de 1900-1924, no qual Bráulio Oliveira consolidou-se como líder unipessoal da política local e do Partido Republicano Rio-grandense. Tendo como pano de fundo a história política do Rio Grande do Sul, o tema abrange mudanças significativas na sociedade santo-angelense, bem como, a manutenção de uma elite política e o surgimento dos grupos dissidentes dentro do PRR, liderados por Damaso Gomes de Castro. Esses dois líderes dão origem a duas correntes dentro do Partido: braulistas e damistas. Neste contexto, em 1916, assume o poder intendencial Álvaro Silveira. Com a renúncia do então intendente assume Major Quinzote, que finaliza esse quatriênio do poder. Em 1920, Bráulio é novamente eleito intendente, mas seu governo não é mais como antes, a sociedade tinha se modificado, e surgiram novos líderes, membros dessa dissidência que leva à Revolução de 1923.
Palavras-chave: política, local, castilhismo, coronelismo, elite.

108 – Título: Razões da Escravidão: história, historiografia e mitos

Autor: Hemerson Josias da Silva Ferreira
Orientador: Prof. Dr. Mário Maestri
Banca: Profª. Dr. Adriana Facina Gurgel do Amaral (UFF), Prof. Dr. Gerson Luís Trombetta (UPF)
Data Defesa: 21/12/2007
Resumo: Este trabalho trata dos mitos utilizados pelos escravizadores e intelectuais a eles ligados para justificar e defender a escravidão, apresentados desde os primeiros textos, artigos e livros surgidos na Antigüidade até as obras historiográficas mais recentes produzidas no Brasil ao final do século 20, analisando como alguns escritores viram e descreveram o trabalho escravizado e quais argumentos, teorias, discursos e sobretudo os principais mitos utilizados por eles persistiram até o início de 1990.
Palavras-chave: escravidão, história, mitos, ideologia.