Universidade

Conhecimento para saborear

04/03/2020

10:37

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Leonardo Andreoli

Ilha Sabores do Conhecimento apresenta ao público da 21ª Expodireto Cotrijal alimentos e bebidas desenvolvidos a partir de pesquisas realizadas na UPF

Quando se pensa em pesquisa, a primeira imagem que vem à mente quase sempre remete a um laboratório ou a algo relacionado à tecnologia. Mas o resultado de uma pesquisa pode estar muito mais próximo do que se imagina, como em uma xícara de chá, por exemplo, ou mesmo no pão de queijo, tradicional no café da manhã brasileiro. E durante a 21ª Expodireto Cotrijal, o público que visita o estande da Universidade de Passo Fundo (UPF) tem tido a oportunidade de não apenas descobrir isso, como também saborear um pouco do conhecimento desenvolvido em suas salas de aula e laboratórios.

Um dos produtos apresentados aos visitantes da feira é a UPFSZ Atlantucha, variedade de batata desenvolvida pelo Laboratório de Biotecnologia Vegetal da UPF e lançada em 2018. Registrada junto ao Registro Nacional de Cultivares (RNC) e com Certificado de Proteção de Cultivar, emitido pelo Serviço Nacional de Proteção de Cultivares do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a UPFSZ Atlantucha tem boa produtividade, resistência a insetos e é ideal para fritura.  Essa é, inclusive, a primeira cultivar de batata desenvolvida na Instituição e originou-se do cruzamento das variedades Catucha x Atlantic – o que dá o nome da variedade, junto da sigla SZ, uma homenagem ao produtor de batata semente Sérgio Zanetti, que foi um grande colaborador nos trabalhos de pesquisa e seleção a campo. No estande, ela é servida na forma mais tradicional, como chips e tem conquistado o paladar de adultos e crianças.  

Os populares cookies também foram destaque da Ilha Sabores do Conhecimento. Conhecidos por sua facilidade de consumo, variedade e preço acessível, os cookies apresentados na feira são produzidos pelo Centro de Pesquisa em Alimentação (Cepa) da UPF. O principal diferencial desses para os cookies encontrados no supermercado são os ingredientes. A adição de fibras e proteínas, por exemplo, pode auxiliar na inserção destes elementos na dieta de crianças. O que faz com que além de saborosos e atrativos, ofereçam benefícios nutricionais, sem que ocorra uma interferência negativa no sabor. Também são uma forma de demonstrar que esses ingredientes podem ser adicionados a receitas tradicionais, tornando-as mais benéficas aos consumidores. 

A tradição da erva-mate
A grande protagonista da Ilha Sabores do Conhecimento, no entanto, é a tradicional erva-mate. Por aqui, ela é o ingrediente principal de dois produtos. Um deles, é o pão de queijo de erva-mate. Fruto da pesquisa “Erva-mate como componente funcional no desenvolvimento de processos e produtos alimentares”, o alimento foi desenvolvido pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA) e do curso de Engenharia de Alimentos. O objetivo foi, por meio do processo de microencapsulação, produzir um alimento que preservasse as propriedades funcionais da erva-mate, conhecida por atuar no combate ao colesterol ruim e aos triglicerídeos, além de ter função antioxidante e anti-inflamatória. 

Principal atração do estande, o pão de queijo verdinho é servido quentinho aos visitantes. A produtora Sirlene Zampieri Muller veio do município de Áurea, conhecido como a terra da erva-mate, e ficou surpresa ao descobrir que é possível incluir o produto em um alimento como o pão de queijo. “É uma delícia, eu nem imaginava que isso fosse possível. É realmente muito delicioso, tanto que eu gostaria até de pedir a receita”, brincou. 

Para acompanhar o pão de queijo, os visitantes podem ainda saborear um chá. As bebidas servidas no estande são resultado do estudo “Ciência e tecnologia para novos ritos do mate”, desenvolvido na UPF, por intermédio do curso de Farmácia e da empresa Inovamate, incubada no UPFParque. A proposta foi pesquisar os blends de chás da linha Matequero, relatando os seus benefícios à saúde humana.  A partir do estudo, os pesquisadores descobriram que a associação de plantas medicinais em chás potencializa os efeitos benéficos proporcionados pelas diferentes plantas, nesse caso a erva-mate, bem como é uma estratégia interessante na questão do aroma e sabor dos chás. 

Ao lado da vizinha, a produtora Leila Sandra Gorge, de Colorado, experimentou os chás e gostou de saber que eles podem ser uma alternativa a alguns medicamentos. “É bom poder tomar um chá e não precisar de tanto remédio. Esse do sul, por exemplo, ajuda no colesterol”, destacou Leila que também aprovou o sabor da bebida. “É bem gostoso, não tem aquele sabor forte da erva-mate e o gostinho da canela ajuda a deixar ele ainda mais saboroso”, completou.