Pesquisa e Inovação

Deixando marcas na ciência: conheça a história de Julia e Lára, pesquisadoras que atuam na UPF

09/02/2024

09:06

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Caroline Lima | João Lucas da Silva

Comemorado neste domingo (11), o Dia das Mulheres e Meninas na Ciência busca estimular a participação igualitária das mulheres como pesquisadoras

Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia das Mulheres e Meninas na Ciência é comemorado neste domingo, 11 de fevereiro. A data busca incentivar a participação e o acesso das mulheres na ciência de forma igualitária, já que dados da Unesco apontam que elas representam apenas 28% dos pesquisadores do mundo.
Para celebrar a data e enaltecer o trabalho de pesquisadoras que atuam na Universidade de Passo Fundo (UPF), convidamos duas cientistas para contarem um pouco de suas histórias: Julia Pacheco, mestre em Educação e, atualmente, doutoranda na mesma área, e Lára Franco, mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos e doutora em Bioexperimentação.

Egressa do curso de licenciatura em Ciências Biológicas, Julia Pacheco conta que sempre teve vontade de ser cientista. “Sempre vinha na minha cabeça a imagem daquela pessoa no laboratório fazendo seus experimentos e isso me despertava muita curiosidade. Mas, com o passar do tempo, comecei a perceber que no nosso contexto, o pesquisador, o cientista, também é o professor. Como percebi que a pesquisa e a docência andam juntas, isso acabou fazendo muito sentido para mim durante a minha formação como professora”, afirma.

Atualmente doutoranda do Programa de Pós-graduação em Educação, Julia pretende desenvolver um trabalho que envolve o ensino de ciências, a construção do conhecimento científico e sua relação com a democracia, investigando como o conhecimento sobre ciência pode ajudar na participação da sociedade. “Isso envolve investigar alguns autores, alguns temas, que demandam bastante leitura e estudo. Geralmente, a gente acaba fazendo isso na individualidade da nossa casa, mas também utilizamos bastante os espaços da Universidade”, comenta.

Para ela, a ciência não é limitada e vai além dos laboratórios.

“A ciência está nos livros, nas ideias, na nossa prática, no nosso cotidiano e isso que é o interessante, isso foi a coisa mais importante que eu tive a oportunidade de aprender durante a minha passada pela Universidade”, menciona Julia, ao deixar uma mensagem de incentivo para quem deseja ingressar nessa carreira. “Nesse dia que é tão representativo para nós, mulheres e meninas, fica o meu convite e o meu incentivo para você que tem esse interesse, essa vontade de trabalhar com a ciência. Com certeza é um campo de muito conhecimento, muito trabalho, muito estudo, mas que é muito gratificante e contém muita beleza também”, destaca.

“Quanto mais a gente fizer pesquisa, mais vai ter um futuro próspero”

Lára Franco ingressou na UPF para fazer o mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos e foi ao longo desse caminho que teve a certeza de que queria seguir carreira como cientista. “Quando eu vim para a UPF, que tem toda essa estrutura, com todos esses professores maravilhosos e cientistas, eu me apaixonei. Quando tive meu primeiro resultado positivo do mestrado fui correndo até o meu orientador contar para ele, porque eu estava muito feliz e foi ali que pensei: é isso que eu quero fazer para o resto da minha vida”, lembra.

Após finalizar o mestrado, ela partiu para o doutorado em Bioexperimentação e, atualmente, é bolsista de pesquisa pelo projeto Techfuturo, da Secretaria de Inovação do Estado. “No projeto Techfuturo a gente está desenvolvendo um bioinsumo, que seria o Biochar, que serve como um material imobilizante de vários micro-organismos e enzimas. No projeto, especificamente, a gente trabalha com bactérias que vão ser promotoras do crescimento de plantas. Então, a gente tem esse foco para trabalhar o Biochar como um biofertilizante, vindo substituir parcial ou totalmente os agroquímicos”, explica Lára.

Para ela, a ciência é tudo, mas para fazer a diferença, precisa chegar até as pessoas e à comunidade.

“Sem a ciência nós não somos nada, então quanto mais a gente fizer pesquisa, mais a gente vai caminhar, mais a gente vai ter um futuro próspero que acho que todo mundo quer”, comenta Lára, ao incentivar outras mulheres a seguirem na profissão de cientista. “Para as pessoas que querem vir para essa área, continuem, estudem, tenham interesse, sejam curiosos, uma das maiores qualidades de um cientista é ser curioso, é ser inovador, ter essa chama de inovação consigo. Ao ter cada vez mais mulheres trabalhando com isso, a gente vai se fortalecer como mulher, como profissional e como cientista, e devolver isso para sociedade, que eu acho que é uma das coisas mais importantes”, afirma Lára.