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Manutenção preventiva evitaria quedas de estruturas no Brasil

22/10/2019

16:33

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Camila Guedes

Tema foi abordado na abertura do VI Seminário Regional de Engenharia Estrutural realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental da UPF

O desabamento de um edifício em Fortaleza na última semana foi um dos exemplos que deu início ao debate que marcou a noite dessa segunda-feira, dia 21 de outubro, e a abertura do VI Seminário Regional de Engenharia Estrutural. A partir do tema “Sistemas de gerenciamento de obras de artes especiais”, o professor da Universidade de São Paulo (USP) e doutor em Engenharia de Estruturas Túlio Bittencourt falou sobre inspeção, manutenção e conservação de estruturas como pontes, viadutos e edifícios. 

De acordo com Bittencourt, não apenas o Brasil, mas o mundo todo tem sofrido com quedas de estruturas. Isso se deve a diversos fatores, entre eles, o crescimento exponencial da população mundial que, em 2018, ultrapassou os 7,7 bilhões. “Isso faz com que haja uma pressão absurda sobre a nossa infraestrutura e sobre o nosso planeta”, pontuou. Outro problema que afeta estruturas são fatores como umidade, temperatura e corrosão. “A corrosão hoje talvez seja o mecanismo de deterioração mais severo, porque atinge estruturas de concreto e eleva os custos de manutenção. Uma estimativa diz que 3,1% do PIB americano é gasto na manutenção adequada a problemas de corrosão”, contou. 

Apesar disso, o pesquisador explicou que é normal que ocorram problemas, pelo processo de utilização e de deterioração. Para evitar que essas estruturas entrem em colapso e cheguem à necessidade de demolição, é fundamental que se faça a manutenção. “Existem dois tipos de manutenção de estruturas: preventiva e corretiva. Infelizmente, no Brasil, na área de estruturas – pontes, viadutos, edifícios –, nós adotamos a manutenção corretiva ou nenhuma correção. Comumente, é preciso passar por problemas seríssimos para se tomar alguma medida de recuperação, e às vezes se perde o controle e as coisas caem”, ressaltou.

Na opinião do professor, é preciso ter com as estruturas o mesmo cuidado que se tem com os automóveis. “Com nossos veículos, por exemplo, nós fazemos manutenção preventiva. A cada certo tempo, levamos para a revisão, garantindo o desempenho do veículo. E isso é o que temos que ter em mente quando trabalhamos com essas estruturas”, completa. 

Seminário Regional de Engenharia Estrutural
Promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Passo Fundo (PPGEng/UPF) e pela Associação de Engenheiros e Arquitetos de Passo Fundo (AEAPF), o Seminário Regional de Engenharia Estrutural busca estimular o debate acerca de novos temas, tendências e desafios relacionados à engenharia estrutural. Em sua sexta edição, o evento este ano conta com a presença de professores e acadêmicos de 11 instituições de ensino superior. Entre os dois dias de evento, segunda, dia 21, e terça, dia 22 de outubro, serão realizadas três palestras e apresentados mais de 20 trabalhos acadêmicos. 

O coordenador do evento, professor Dr. Moacir Kripka, destacou que o Seminário nasceu com a motivação de possibilitar que os estudantes que desenvolvem trabalhos na área pudessem ter contato com o que os demais vinham desenvolvendo. “A área de engenharia estrutural é bastante ampla, então, num evento como esse, os estudantes têm a oportunidade de aprofundar os conhecimentos e ver que vai muito além daquilo que se consegue passar em sala de aula. Outra questão é esse contato que eles têm com estudantes de outras instituições, vendo o que está sendo feito, e aumentando a rede de contato deles, o que também é interessante para quem está iniciando a carreira profissional”, disse. 

Presente na abertura da atividade, o vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UPF, professor Dr. Antônio Thomé, frisou o papel da Universidade de estabelecer relações com a comunidade. “Ter essa relação com a comunidade técnica, que hoje é uma relação muito forte, é a finalidade de uma instituição de ensino superior comunitária e regional, como a UPF. A Universidade realmente tem esse papel de fazer eventos como esse, que certamente têm potencial de avançar muito, principalmente quando se fala de uma profissão tão importante na nossa sociedade. Nós precisamos parar de tempos em tempos, sentar, trazer pessoas com outras experiências para falar sobre essa área tão importante”, completou. 

O Seminário também integra os eventos comemorativos aos 30 anos do curso de Engenharia Civil da UPF e consiste também numa atividade preparatória às Jornadas Sul-Americanas de Engenharia Estrutural, evento bianual promovido pela Associação Sul-Americana de Engenharia Estrutural desde 1950 e que terá sua edição de 2020 organizada pelo grupo de Estruturas da Infraestrutura do PPGEng/UPF.