Histórico
As primeiras reflexões sobre avaliação na UPF surgiram em 1971, provocadas pela implantação da Reforma Universitária. Interessava aos dirigentes conhecer o impacto das inovações introduzidas, como o concurso vestibular unificado, o primeiro ciclo geral de estudos, o regime de créditos, entre outras. De outra parte, reivindicações de professores e alunos, relacionadas com as condições de ensino, criaram a consciência de que a UPF precisava se conhecer melhor. Nessa época, as reflexões sobre o desempenho das atividades acadêmicas motivaram a adoção de três linhas de ação: melhorar a qualidade do ensino, implantar núcleos "emergentes" de pesquisa e a aumentar a integração da UPF com comunidade regional. Essas linhas deram origem a projetos de pesquisa institucional tais como estudo sobre a área de influência da UPF, levantamento das condições socioeconômicas e culturais dos vestibulandos e descrição das atividades de extensão da UPF, como forma de integração com a comunidade regional.
Algumas faculdades passaram a avaliar os egressos com objetivo de reformular os currículos ou de analisar a contribuição das pesquisas em relação ao ensino e às necessidades regionais. Algumas experiências inovadoras da Universidade mereceram estudos que resultaram na produção de duas dissertações de mestrado na UFRGS. Nesse período, as atividades de avaliação ainda ocorriam de forma isolada e esporádica, mas já manifestavam o desejo da UPF de implantar uma autoavaliação de caráter permanente. Buscavam-se alternativas para melhorar a qualidade acadêmica, não apenas a qualidade interna, mas também a qualidade referentemente ao atendimento das necessidades sociais.
Na década de 1980, em especial na passagem dos vinte anos da Instituição (1988), a Reitoria oportunizou uma reflexão ampla: "A UPF, o que foi? E para onde vai?" As discussões internas levaram a uma proposta de avaliação sobre a relevância social da UPF, isto é, interessava saber se os resultados do ensino, da pesquisa e da extensão atendiam às expectativas da comunidade externa. Portanto, era uma proposta de avaliação da UPF a partir de seu entorno, uma vez que ela já se definia como uma instituição comunitária e comprometida com o desenvolvimento da região. A partir desse enfoque, justificava-se a avaliação do seu desempenho na comunidade e o grau de atendimento às necessidades regionais, o que foi alcançado por meio de dois subprojetos: Diagnóstico das necessidades sociais e econômicas na área de influência da UPF e Desempenho da UPF nas funções de extensão, ensino e pesquisa. Antes de sua execução, a proposta foi avaliada num seminário que contou com a participação de especialistas do Ministério da Educação, que a consideraram adequada ao modelo específico da UPF como instituição comunitária. Concluída a pesquisa, os resultados foram divulgados na forma de dois relatórios: Diagnóstico das necessidades regionais e Diagnóstico da Instituição. Esses resultados levaram a uma discussão interna sobre as condições institucionais de integração ao meio.
Em 1990, a avaliação institucional da UPF passou por um processo de redimensionamento: o foco da avaliação passou a centrar-se na melhoria da qualidade do ensino de graduação. Diversos fatores influenciaram esse redimensionamento: o Plano de ação 1990-1994, que estabeleceu como prioritária a diretriz da melhoria da qualidade de ensino; a reativação, em 1990, da Comissão de Avaliação Institucional, com a incumbência de elaborar um modelo de avaliação para a UPF; a política do MEC de apoiar o desenvolvimento de programas de avaliação institucional e, já em 1994, o Plano de Desenvolvimento Institucional - Rumo ao Século XXI, que veio reforçar a política de avaliação institucional da Universidade, impulsionando uma fase nova nesse processo. Tomando por base essas diretrizes, a UPF passou a centrar sua atenção, prioritariamente, na avaliação dos cursos de graduação, onde os aspectos focalizados foram as condições do ensino (perfil do professor e dos alunos; bases e indicadores da qualidade; avaliação de disciplinas e desempenho docente.
A partir de 1994, a UPF tomou a decisão de integrar-se na proposta de avaliação do MEC (Programa Paiub). Esse programa visava à implantação de um processo contínuo de aperfeiçoamento do desempenho acadêmico, que servisse de ferramenta para o planejamento da gestão universitária. O programa possibilitou às universidades a apresentação de projetos para financiamento das atividades de avaliação. A UPF conseguiu aprovação para o seu projeto, que contemplava, basicamente, dois aspectos da avaliação: o ensino da graduação e as relações da universidade com a comunidade. Ainda em 1994, a UPF se incorporou ao Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas que, ao resolver implantar um programa próprio de autoavaliação, incorporou os princípios, objetivos e metodologia do Paiub, mas incluindo novos indicadores, adequados às especificidades das universidades comunitárias (Programa Paiung). Nesse contexto, a partir de 1996, retomou-se o ritmo da avaliação dos cursos de graduação, através da aplicação de um instrumento que enfatizava a autoavaliação discente e docente e a avaliação de disciplinas, bem como um instrumento de avaliação da Universidade e do curso, respondido pelos alunos concluintes. Os resultados obtidos foram repassados aos diretores de unidades e coordenadores de curso e aos professores das disciplinas avaliadas.
Em 1999, ocorreu uma reestruturação: a Comissão de Avaliação passou a denominar-se Divisão de Avaliação Institucional (DAI), sendo vinculada ao Gabinete do Reitor. A partir desse ano, a DAI concentrou suas ações na continuidade do intercâmbio com as demais universidades comunitárias; modelou e implantou um sistema informatizado para a avaliação institucional; elaborou novos instrumentos de avaliação, com o objetivo de incluir os indicadores das dimensões ensino (graduação e pós-graduação), pesquisa, extensão e gestão e aplicou de forma sistemática tais instrumentos.
Em 2004, com a instituição do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Lei Nº 10.861, de 14 de abril de 2004), a UPF constituiu a Comissão Própria de Avaliação (CPA), instituída pela Resolução Consun 12/2004, com as atribuições de planejamento e condução dos processos de avaliação internos da instituição, de sistematização e de prestação das informações solicitadas pelo INEP. Desde então, a DAI vem atuando em consonância com a CPA, constituindo-se no setor de apoio responsável pela operacionalização dos processos avaliativos internos e de acompanhamento dos processos avaliativos externos.
Em 2022, com a reestruturação político-administrativa da Instituição, a Divisão foi renomeada como Diretoria de Avaliação Institucional (DAI), mantendo-se suas funções.