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  2. 22/05/2019
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Vestibular UPF: um projeto pelo autocuidado da criança com diabetes

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Foi aos seis anos de idade que a pequena Emily Prado Bassani descobriu ser portadora de diabetes mellitus tipo 1. Mesmo sem conhecer os desafios diários, ela aceitou com maturidade a doença e buscou enfrentar com leveza cada dificuldade. Após o diagnóstico, a família foi informada sobre um projeto de extensão da Universidade de Passo Fundo (UPF), que integra crianças com a mesma doença: o Acampamento da Criança com Diabetes. Há três edições, Emily compõe o grupo de crianças que participa do acampamento e pode interagir com outras pessoas que também são diabéticas, além de aprender muito sobre a doença de forma lúdica e de fácil entendimento.

Hoje, aos 9 anos, ela acaba auxiliando outras crianças a aceitarem a doença. A mãe de Emily, a pedagoga Lilian Maria Silva do Prado, conta que a filha adora as atividades realizadas no acampamento, desde as oficinas até a interação com outras crianças. “A Emily é uma criança bem resolvida com a diabetes. Ela aceita com leveza e acaba ajudando outros que não aceitam ou estão receosos”, aponta, destacando que o espaço de interação também oportuniza que os pais recebam orientações valiosas e uma troca de experiências que auxilia em situações desafiadoras. “Aprendi mais no acampamento do que no consultório médico”, declara a mãe. 

Qualidade de vida

O acampamento é um projeto permanente que, além da Emily, beneficia outras quase 200 crianças com a mesma doença. O projeto de extensão Acampamento da Criança com Diabetes integra o programa ComSaúde da UPF e visa promover a qualidade de vida e o autocuidado orientado a crianças e jovens com diabetes tipo I (DM1) e às suas famílias, por meio de vivências e experiências lúdicas.

Uma das idealizadoras da iniciativa foi a professora da UPF Me. Cristiane Barelli, que, junto ao Lions Clube LD7 e ao Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), implementou o projeto, que inicialmente seria uma feira de saúde. A ideia foi ampliada com a realização de um projeto piloto em maio de 2014, com uma equipe multiprofissional para orientação adequada dos cuidados com a saúde, de atividades físicas e alimentação. “A proposta começou pequena e, aos poucos e com outros cursos, foi sendo ampliada, atingindo todo o estado. O Acampamento é uma rede compartilhada de cooperação que tem objetivos comuns de cuidar permanentemente dos pacientes”, frisa ela, citando que, além da criança, o projeto tem um olhar também para a família. “Quando existe uma doença crônica, toda a família é afetada e, com isso, passamos a trabalhar também as famílias”, aponta.

Coordenadora do projeto atualmente, a professora Dra. Mônica Krahl destaca que o Acampamento tem como principal objetivo promover o cuidado permanente, a convivência e a aprendizagem compartilhada entre crianças e jovens portadores de diabetes mellitus tipo 1. As ações buscam proporcionar um ambiente formativo adequado e qualificado, sob a lógica interprofissional, para estudantes e docentes da UPF e outros parceiros e instituições envolvidos. Segundo ela, o projeto tem em sua essência vários propósitos, que buscam garantir que as crianças possam viver a infância em sua plenitude, com a segurança de que poderá ser um adolescente e um adulto feliz, bem como orientar os pais e cuidadores. 

Pais unidos

Assim como Lilian, outros tantos pais acompanham seus filhos no Acampamento. Para integrar as famílias, trocar experiências e buscar a garantia dos direitos básicos, tem sido implementada a Associação dos Pais das Crianças e Jovens com Diabetes da Região Sul do Brasil. À frente da comissão está mãe do Augusto Tessaro Rosso, a engenheira civil Marta Rejane Tessaro, que participa desde a primeira edição do evento. “A Associação tem o intuito de buscarmos mais condições às crianças, que precisam de exames constantes. A intenção é buscar convênios para exames, consultas, oftalmologista e toda a equipe multidisciplinar, como educador físico e nutricionista”, comenta ela.

Marta destaca que é preciso que os pais estejam comprometidos para que a Associação possa ganhar força e cumprir com seu propósito. “Abrangemos mais do que Passo Fundo, temos pais de outras cidades, como Constantina, Carazinho, Lagoa Vermelha, no entanto, precisamos do engajamento de todos”, pontua ela. Marta e Augusto participam desde a primeira edição do acampamento. Atualmente, a mãe oferece o suporte na coordenação das atividades, que visam à implantação da Associação, enquanto o filho, hoje com 18 anos, é monitor e auxilia as crianças participantes a entender mais e saber como conviver com a diabetes.

Vestibular de Inverno

A possibilidade de integrar um projeto de extensão pode ser vivenciada pelos alunos da graduação. Nessa perspectiva, a UPF está com inscrições abertas para o seu Vestibular de Inverno 2019. Nesta edição, são 23 cursos disponíveis, nas seguintes áreas do conhecimento: licenciatura, saúde, comunicação, ciências sociais e aplicadas, engenharia, arquitetura e exatas. As inscrições devem ser feitas via internet, pelo site vestibular.upf.br, no período de 2 de maio até 4 de junho. A prova será no dia 8 de junho.