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  2. 09/05/2019
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Vestibular UPF: auxílio para quem está na beira dos trilhos

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O projeto de extensão Beira-Trilhos acompanha a população e as comunidades inseridas na faixa de áreas urbanas da via férrea, em Passo Fundo. Estima-se que 1,5 mil famílias ou cerca de 8 mil pessoas residam no território Beira-Trilhos. Acadêmicos e professores da Universidade de Passo Fundo (UPF) integram o projeto com o objetivo de apoiar as comunidades e organizações nos aspectos urbanísticos, sociais e jurídicos para a construção do direito à moradia. O projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Passo Fundo (UPF) é ligado à Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (VREAC) e conta com a parceria da Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo (CDHPF).

Um diagnóstico feito em 2008 apontou 1.086 famílias residindo nos 15 quilômetros de extensão do território Beira-Trilhos, na zona urbana, sentido leste-oeste. Atualmente, estima-se que 1,5 mil famílias ou aproximadamente 8 mil pessoas residam nesse território. O apoio do projeto visa à segurança e à qualidade de vida dos moradores. “O auxílio aos moradores se faz no sentido de contribuir com os diagnósticos da situação e de apontar, de forma coletiva, novas perspectivas de urbanização e de áreas passíveis de realocações, caso sejam esses os caminhos identificados para a solução do problema”, explica o coordenador do projeto Beira-Trilhos, professor Dr. Marcos Antonio Leite Frandoloso.

Esse projeto materializa uma iniciativa da qual a UPF participa desde 2004 e que tem sido coordenada pela Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo (CDHPF) com participação de diversas organizações locais.  “O tema inicialmente fazia parte do Projeto Cidade de Todos, entre 2008 e 2016, quando foi nomeado um Grupo de Trabalho interdisciplinar pela Prefeitura Municipal de Passo Fundo. Esse amplo grupo de entidades, como o Comitê de Direitos Humanos de Passo Fundo (CDHPF), desenvolveu um diagnóstico social e econômico dos moradores, bem como o levantamento cadastral de cada uma das unidades habitacionais. Recentemente, em 2017, o tema foi retomado para que a UPF novamente contribuísse nas buscas de alternativas aos moradores, para garantir direitos à moradia e à qualidade de vida”, relembra o professor.

A vida nos trilhos

“Se eu tenho medo de morar aqui? Eu não, gosto muito de morar aqui. O barulho do trem nunca me incomodou. Pra falar a verdade, de tão acostumada, nem percebia ele passar”, comenta a moradora da Beira-Trilhos, Lurdes de Souza, que veio de Marcelino Ramos há 40 anos para morar no bairro, em Passo Fundo, e, próximo aos trilhos do trem, criou os três filhos. “Sempre tive cuidado de manter as crianças longe dos trilhos”, ressaltou Lurdes, que é uma das moradoras que participou de várias reuniões com a presença da Universidade na comunidade.

O morador Adão Alves chegou a Passo Fundo há 20 anos. Veio do município de Rodeio Bonito, onde trabalhava como agricultor. Sem ter condições de pagar aluguel ou comprar uma casa melhor, Adão escolheu a Beira-Trilhos para morar. “Tenho cinco filhos e todos moram aqui perto. Eles foram criados aqui. O trem não passa por aqui faz alguns anos, mas o que incomodava era o barulho e o perigo das crianças se machucarem. Já vi muitos acidentes por aqui”, observou o morador.

Projeto na vida acadêmica

Um dos acadêmicos diretamente envolvido com o projeto é o Eduardo N. Scorsatto, do curso de Arquitetura e Urbanismo. “O projeto contribui muito para a minha vida acadêmica, fazendo diálogo com as disciplinas do curso, aprofundando essa dimensão do urbanismo e do direito à cidade e à moradia. Além disso, agrega e traz aquilo que não está contemplado no curso”, salientou Eduardo. 
O projeto dialoga e percebe a realidade da comunidade. “O número de moradores nessa área aumenta a cada ano e nada é feito no que diz respeito ao direito à moradia e às condições de infraestrutura e saneamento básico, que não existem no local”, pontua o acadêmico.

Projeto convoca novos voluntários

Integram o projeto acadêmicos e professores do curso de Arquitetura e Urbanismo; acadêmicos e professores integrantes do projeto de extensão Tele-Cidades, da Faculdade de Artes e Comunicação (FAC); acadêmicos e professores do curso de Psicologia; dentre outras áreas de atuação. 

Para este ano de 2019, o projeto convoca voluntários de outros cursos, tais como Direito, Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia Civil, Pedagogia, Serviço Social e cursos da área de comunicação, entre outros. “As atividades a serem desenvolvidas neste ano integram várias áreas do conhecimento nas quais a UPF atua, para tanto, estamos convidando professores e alunos de outros cursos a fim de ampliarmos a inter e multidisciplinaridade”, informa o coordenador do projeto.

Os interessados em participar devem entrar em contato com o professor Marcos Frandoloso (frandoloso@upf.br) ou com o acadêmico Eduardo Nischespois Scorsatto (138267@upf.br).

Vestibular de Inverno

A possibilidade de integrar um projeto de extensão pode ser vivenciada pelos alunos da graduação. Nessa perspectiva, a UPF está com inscrições abertas para o seu Vestibular de Inverno 2019. Porta de entrada da Universidade, o processo seletivo inscreve para ingresso em diferentes cursos de graduação naquela que é reconhecida como a maior instituição de ensino superior do norte do estado. Nesta edição, são 23 cursos disponíveis, nas seguintes áreas do conhecimento: licenciatura, saúde, comunicação, ciências sociais e aplicadas, engenharia, arquitetura e exatas. As inscrições devem ser feitas via internet, pelo site vestibular.upf.br, no período de 2 de maio até 4 de junho. A prova será no dia 8 de junho.

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