Leitura como experiência: PPG Letras recebe professor chileno para dois dias de aula sobre formação de leitores

Nos dias 12 e 13 de junho, o Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo (PPGL/UPF) promove dois dias de aula com o professor Dr. Felipe Munita, da Universidade Austral do Chile. As atividades fazem parte das disciplinas de Seminários Especiais I e II. Especialista em mediação da leitura e literatura infantil e juvenil, Munita compartilhou com os alunos reflexões profundas sobre os caminhos para formar novos leitores.

Para o professor, um dos maiores desafios atuais está em romper com a pedagogia tradicional, que foca apenas na compreensão textual e na repetição de respostas. “Formar leitores não é só garantir que entendam o texto, mas também proporcionar experiências significativas com a leitura. Precisamos promover o encontro íntimo com o texto e, ao mesmo tempo, incentivar a leitura como prática social e coletiva”, afirmou.

Segundo ele, os professores precisam ir além do domínio técnico da leitura e, para isso, é essencial que conheçam a literatura infantil e juvenil contemporânea e tenham estratégias de mediação que favoreçam o diálogo, a escuta e o envolvimento emocional dos estudantes. “Não basta ensinar a ler, é preciso criar leitores motivados, que se sintam tocados pela leitura”, disse. 

Munita reforçou ainda que espera que os participantes das aulas levem consigo uma nova forma de pensar a leitura: mais livre, mais afetiva e mais próxima da realidade dos leitores. “Espero que possam viver, aqui, uma experiência como leitores, e que a partir disso se sintam preparados para acompanhar o percurso leitor de outras pessoas”, afirmou.

Literatura que nasce das raízes

Durante as aulas, o doutorando Junior Misaki, natural da Paraíba, também compartilhou sua trajetória. Escritor e ilustrador, ele já publicou seis livros infantis e juvenis, um deles em espanhol, e leva suas obras a escolas, feiras e encontros literários por meio do espetáculo Aventuras na Mala da Leitura.

“Minhas histórias nasceram na pandemia e falam de temas que atravessam a infância: amizade, luto, diversidade familiar. É um trabalho que mistura escrita, ilustração, música e teatro. É também uma forma de dialogar com a minha própria criança interior”, contou.

Sobre a experiência de fazer doutorado longe de casa, ele destacou o acolhimento e os desafios: “Cheguei aqui sem conhecer o frio, e encontrei 4 graus. Mas também encontrei uma universidade acolhedora e professores comprometidos. Venho de áreas como Pedagogia e Artes Visuais, e agora mergulho no universo das Letras com muita gratidão”, finaliza. 
 

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