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- 20/01/2015
- Geral
Peixe com tumor passa por cirurgia no Hospital Veterinário da UPF
No Hospital Veterinário da Universidade de Passo Fundo (UPF), um goldfish de oito anos passou por uma cirurgia rara para a retirada de um tumor. O procedimento realizado com o peixinho dourado, como também é conhecido, contou com uma equipe formada por nove profissionais e foi um sucesso. Agora, os cuidados do grupo responsável pelo tratamento são para evitar que o tumor volte a se desenvolver. Para isso, será utilizado um quimioterápico.
A professora do curso de Medicina Veterinária e responsável pela equipe, Michelli de Ataide, explica que a cirurgia, realizada no último dia 15 de janeiro, não é inédita, mas também não é comum. “São poucos locais que conseguem fazer um procedimento assim, pela complexidade que tem um procedimento cirúrgico e anestésico de peixes, ainda mais desse tamanho; bem como pela exigência de apurado e específico conhecimento da espécie, farmacologia, anatomia, fisiologia, anestesia e cirurgia”, justifica.
Apesar de o paciente ser inusitado, a professora Michelli explica que a medicina veterinária tem aprimorado as técnicas justamente em função da diversidade de pacientes, desde grandes mamíferos, como cavalos, por exemplo, até um peixe ou uma aranha, a fim de garantir o melhor tratamento disponível. “É nossa responsabilidade assegurar o melhor tratamento e o bem-estar de qualquer espécie animal. Isso inclui adquirir conhecimento cada vez mais acurado para desenvolver os procedimentos necessários. O respeito que temos com cada animal nos faz estudar cada vez mais para conseguirmos atingir o nosso juramento: garantir saúde e bem-estar ao nosso objeto de estudo, os animais”, acrescenta. Sobre o caso específico, ela destaca: “independente de ser um peixe, ele sente dor, necessidade de cuidados básicos e cuidados médicos quando necessário. Quem possui um peixe como animal de estimação necessita ter essa percepção e procurar ajuda de especialistas”.
Preparação
Como o peixe depende da água para receber oxigênio, a equipe precisou entubá-lo para permitir o procedimento. Além disso, o anestésico foi aplicado por meio da água de um tanque, onde ele ficou antes de iniciar o procedimento. Para evitar que o pequeno paciente sentisse dor, um analgésico foi aplicado no local da cirurgia. Com o peixe anestesiado, o cirurgião fez a remoção cuidadosa e atraumática do nódulo, sem que tivesse riscos de hemorragia. Após a cirurgia, o animal recebeu água sem anestésico para que pudesse acordar, o que demorou cerca de sete minutos.
Equipe
A equipe da cirurgia foi comporta pela professora Michelli de Ataide, professora da disciplina de Clínica Cirúrgica de Animais Silvestres; pelas médicas veterinárias residentes da Anestesiologia Indaia Bisognin e Marta Dal Moro; pelo estagiário do laboratório de Ictiologia da UPF e acadêmico do curso de Medicina Veterinária Darlan Gusso; e pelo estagiário do Grupo de Estudos de Animais Silvestres e acadêmico do curso de Medicina Veterinária Luis Fernando Pedrotti. A equipe de apoio incluiu a professora de Aquicultura do curso de Medicina Veterinária Michele Fagundes, a médica veterinária residente de Cirurgia Idalini Cima, e as estagiárias do Bloco Cirúrgico Talita Bordin e Nadine Belé.