- 16:49
- 31/05/2016
- Fundação UPF
Estupro é tema de uma roda de conversa na UPF
A Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo (FD/UPF), por meio do Centro Acadêmico Carlos Galves, promoveu, na noite de segunda-feira (30/05), uma roda de conversa sobre o tema “O estupro nosso de cada dia”. A atividade foi realizada no salão de atos da unidade acadêmica, no Campus I, e contou com a participação de acadêmicos e professores, do diretor da FD Rogerio da Silva, da coordenadora do curso de Direito Maira Angélica Dal Conte Tonial, de representantes da comunidade em geral e de entidades que lutam em defesa dos direitos das mulheres. A mesa de debate contou com a participação dos professores Gabriel Antinolfi Divan e Josiane Petry Faria, que é coordenadora do Projur Mulher, da presidente do Centro Acadêmico Carlos Galves, Patrícia da Luz, e da integrante do Coletivo Feminista “Maria, vem com as outras”, Mariah Teixeira.
Um dos principais assuntos que motivou o evento foi o estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos no Rio de Janeiro e a divulgação do vídeo do crime em redes sociais há cerca de dez dias. “A proposição de falar sobre o estupro, machismo e cultura de estupro veio dos próprios alunos e compôs a programação do ciclo de conversas, que é realizado periodicamente na Faculdade de Direito”, revelou o professor Gabriel Antinolfi Divan.
A professora Josiane Petry ressaltou o aumento de casos de violência sexual neste ano. “Quando algumas questões aparecem na grande mídia é porque, na realidade, isso já está acontecendo. Uma característica do ano 2016 é o aumento exponencial dos episódios de violência sexual, prova disso é a demanda do próprio Projur Mulher em atender a esses casos. Neste ano, o Projur Mulher já atendeu a mais casos de violência sexual do que a soma dos seis anos anteriores”, salientou a coordenadora.
A presidente do Centro Acadêmico Carlos Galves destacou a importância de discutir esse tema dentro da Faculdade de Direito. “Estamos vivendo um momento em que é imprescindível falar sobre a cultura do estupro. Mais do que nunca a mulher precisa parar de ser vista como a culpada. A culpa nunca é da vítima”, ressaltou Patrícia.
Os dados sobre violência contra a mulher no Brasil mostram que um estupro é registrado a cada 11 minutos no país. “O estupro está no dia a dia das mulheres, que têm medo de andar sozinhas na rua. A culpa sempre recai na mulher, mas só tem um responsável por essa violência, que é o estuprador”, enfatizou a integrante do Coletivo Feminista, Mariah Teixeira.
O Coletivo Feminista também pediu pelo fim da cultura do estupro. “É importante que homens e mulheres entendam e se organizem pelo fim da cultura do estupro. A vítima não pode ser culpada pela violência que ela sofre. Dizer que a mulher foi vítima de estupro porque ela estava com tal roupa, andando em tal horário e em tal lugar é naturalizar uma cultura que é um problema na sociedade e precisa ser combatido”, declarou outra integrante do grupo, Thainá Battesini Teixeira.