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  2. 01/10/2018
  3. Ensino

Egresso da UPF tem projeto premiado em concurso de habitação social

O portal projetar.org é uma ferramenta que visa à interconexão de estudantes universitários a partir de concursos de projetos ligados a temas atuais, nos mesmos moldes de concursos profissionais de arquitetura. Em sua 27ª edição, o grupo desafiou estudantes e profissionais a elaborarem um projeto de habitação social voltado para o Edifício Wilton Paes de Almeida, localizado no largo do Paissandú, em São Paulo. Egresso do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Passo Fundo (UPF), Leonardo Zanatta integrou a equipe que conquistou o segundo lugar no concurso.

Na madrugada do dia 1º de maio de 2018, teve início um incêndio no Edifício Wilton Paes de Almeida, localizado no largo do Paissandú, centro de São Paulo. Em menos de duas horas após o fogo ter se iniciado, o edifício desabou. Símbolo de um dos períodos de maior desenvolvimento do país e ícone da arquitetura moderna, o edifício inaugurado no final dos anos 1960 estava ocupado por pessoas que não tinham outro local para morar desde 2015. Foi partindo desse cenário que o Portal Projetar.org promoveu o concurso, convidando os participantes a propor uma habitação de interesse social no terreno onde estava localizado o edifício. A edificação deveria abrigar 200 famílias e contemplar 4 diferentes tipologias de apartamentos. O objetivo era provocar a reflexão e a discussão dentre os futuros arquitetos acerca das condições precárias nas quais vive uma parcela significativa da população brasileira, e dos impactos dessa situação nas cidades brasileiras.

Incêndio destruiu o prédio em janeiro desde ano
Incêndio destruiu o prédio em janeiro deste ano

Zanatta ressalta que o convite para participar surgiu no escritório onde trabalha atualmente. Lá, ele conheceu dois acadêmicos de Arquitetura da Univali, Artur Bernardoni e Mariah Mafra, que estagiam em duas das filiais do escritório. Os dois, que, juntos, já haviam participado de outros concursos, convidaram Leonardo para participar do projeto. “Nossa equipe resolveu criar um edifício que trouxesse humanidade, visibilidade e voz para as pessoas que vivem nas ruas e acabam ficando invisíveis aos olhos das pessoas que passam, criando um edifício que se destacasse na paisagem cinza de São Paulo, com paredes que poderiam ser usadas com espaços de manifesto e grafite”, explicou.

Segundo Leonardo, o concurso é promovido pela projetar.org, uma plataforma bem consolidada na área e que promove concursos para estudantes de Arquitetura. Ele lembra que, desde que iniciou o curso de Arquitetura, sempre acompanhou os resultados das seleções e os professores eventualmente mostravam os projetos vencedores, para inspiração. “Essa foi uma das edições mais concorridas da plataforma, com 219 equipes inscritas, com representantes de todas as universidades federais do país. Ficar entre os três primeiros colocados é algo que todo estudante ou jovem arquiteto, quer, ou quis pelo menos uma vez ao longo do curso, dando visibilidade e abrindo portas para o mercado de trabalho”, pontuou, ressaltando que pretende continuar se dedicando a concursos em paralelo ao trabalho, adquirindo experiência de mercado para, no futuro, abrir o seu próprio estúdio.

Para o coordenador do curso na UPF, professor Me. Carlos Szilagyi, a premiação é motivo de orgulho, visto que, cada vez mais, acadêmicos se destacam em concursos nacionais e internacionais. “Incentivamos durante a graduação o espírito de desafio e inovação nos estudantes, para que se sintam interessados a testar seus conhecimentos em concursos de relevância nacional e internacional. Ficamos muito satisfeitos quando vemos um egresso, após sua formação, continuar com esse espírito de vanguarda e desafiando-se todo o tempo, pois sabe que possui o conhecimento e as técnicas necessárias para trabalhar em qualquer cenário brasileiro ou internacional”, destacou o professor.

Importância da qualidade na graduação
Zanatta ingressou no vestibular de verão de 2013 e concluiu a graduação em 2018. Segundo ele, a experiência vivida na UPF foi bastante gratificante. Ele destaca que a rotina do curso, por ser em turno integral, era bastante corrida, mas oportunizava o contato com o conhecimento em boas disciplinas. 

Antes de se formar, ele estagiou por dois anos no laboratório de áudio e vídeo da Arquitetura, onde teve contato com os softwares da Adobe, principalmente o Photoshop e o Illustrator, o que proporcionou um salto qualitativo em seu método de representação e potencializou a forma como representava suas ideias. “Quando fiz meu trabalho final de graduação, optei por internacionalizar meu tema, escolhendo projetar uma estação de trens de alta velocidade na Arábia Saudita, um tema inédito para a Arquitetura da UPF e também o primeiro trabalho da história do curso a ser realizado em outro país. Para isso, precisei formar uma parceria com estudantes de Arquitetura da Universidade Effat, na cidade de Jeddah, que me auxiliaram nos levantamentos necessários para a realização do projeto, com a coerência necessária para um TFG”, lembra o egresso, que hoje atua como arquiteto colaborador junto ao escritório RKA Arquitetura de Itajaí, SC.