Congresso internacional na UPF debate violência e transtorno do estresse pós-traumático

A prevalência estimada de transtorno do estresse pós-traumático na população em geral é de 1 a 3 %, ou seja, uma a três de cada 100 pessoas pode ser acometida pelo transtorno. O dado foi abordado na manhã desta quinta-feira, 28 de abril, na palestra de abertura do 1º Congresso Internacional de Prevenção da Violência - Por uma cultura de paz -, que é realizado nestes dias 28, 29 e 30 de abril, no Centro de Eventos da Universidade de Passo Fundo (UPF), paralelamente com o 10º Congresso Médico de Passo Fundo, que iniciou nesta quarta-feira, 27.

Uma ampla abordagem acerca da “Violência e estresse pós-traumático” foi feita pelo psiquiatra e médico do trabalho Dr. Arthur da Motta Lima Netto, que proferiu a palestra de abertura do evento. A apresentação inicial foi conduzida pelo secretário de Saúde de Passo Fundo, Luiz Artur Rosa Filho, que citou as ações contra a violência que vêm sendo realizadas no município e as iniciativas idealizadas de forma conjunta, entre elas o Congresso.

Mediadora do evento, a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários da UPF, professora Bernadete Maria Dalmolin, destaca que é relevante trazer esse tema para debate, tendo em vista que vivemos em uma sociedade violenta. “A violência está dentro do ser humano e se manifesta das mais diferentes formas. Muitas pessoas sofrem em função da violência, seja ela intrafamiliar, social, psíquica ou física. O sofrimento gerado pela agressão, especialmente psíquica, muitas vezes fica encoberto, não aparece tão claramente, mas faz as pessoas sofrerem”, comentou.

Em sua abordagem, Netto explicou que o transtorno do estresse pós-traumático trata-se de uma resposta retardada a uma situação ou evento estressante. Segundo ele, o transtorno tem vários fatores de risco, tais como traumas de infância, traços de personalidade paranoide ou antissocial, sistema de apoio inadequado da família e amigos, mudanças estressantes recentes na vida, ser mulher, vulnerabilidade genética a doenças psíquicas ou mesmo a ingestão excessiva de álcool. O transtorno pode acometer vítimas de desastres e acidentes graves, indivíduos que testemunharam alguma violência ou foram vítima dela, até funcionários de estabelecimentos que sofreram assalto à mão armada. “A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”, disse o psiquiatra.

A temática seguiu em debate em uma mesa redonda, que além do conferencista e da mediadora, teve participação do sociólogo Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo, que fez uma abordagem da violência do ponto de vista sociológico.

A abertura oficial do 1º Congresso Internacional de Prevenção da Violência - Por uma cultura de paz foi realizada na noite dessa quarta-feira, 27, junto à abertura do 10º Congresso Médico de Passo Fundo, e contou com a presença do reitor da UPF, professor José Carlos Carles de Souza, da vice-reitora de Graduação da UPF Rosani Sgari, da vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários da UPF Bernadete Dalmolin, da presidente do 10º Congresso Médico Sabine Chedid, do presidente do 1º Congresso Internacional de Prevenção da Violência - Por uma cultura de paz Albino Julio Sciesleski, do prefeito Luciano Azevedo, do presidente da Câmara de Vereadores Márcio Patussi e do secretário de Transportes do RS Pedro Westphalen, além de demais autoridades e representantes da comunidade. A solenidade de abertura dos congressos contou ainda com apresentações do Núcleo Suzuki de Violinos e do Coral Universitário, ambos vinculados à Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários. A execução do Hino Nacional foi feita pelo maestro Rodrigo Ávila e pelo estudante do curso de Música Samuel Daronch.

Debates
Durante a tarde, o tema “Violência familiar” é a abordagem da conferência que tem a participação da Dra. Cleonice Rodrigues Aires, do Dr. Luis Christiano Enger Aires e do Dr. Alfredo Floro Cantalice Neto. A palestra será mediada por Luiz Fernando Kramer Pereira Neto e acontece das 13h45min às 14h55min. O tema segue em debate com a presença dos palestrantes, unindo-se a eles a Dra. Helena de Moraes Fernandes e o Dr. Dalmir Franklin de Oliveira Junior. Ainda nesta quinta-feira, o tema “Mídia e violência” será abordado em duas discussões, que finalizam o dia de debates.

A programação segue na sexta, 29, com temas “Depressão e violência”, “O terrorismo na vida íntima”, “Mais educação, menos violência”, “Violência de gênero”, “Acidentes de trânsito: uma epidemia a ser prevenida e controlada”, “As leis, as drogas e a violência”. No sábado, 30, serão organizadas oficinas propositivas, com os temas saúde, educação, segurança, legislação e Direito, e trânsito. A programação completa pode ser conferida no site: www.congressomedicopf.com.br/1o-congresso-internacional-de-prevencao-da-violencia-por-uma-cultura-de-paz.

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