Pesquisa e Inovação

Pesquisa da UPF avaliará tratamento em pacientes com síndrome pós-covid

31/05/2022

11:36

Por: Caroline Simor / Assessoria de Imprensa

Fotos: Carla Vailatti

Trabalho interdisciplinar conta com pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Envelhecimento Humano e acadêmicos do curso de Fisioterapia

As sequelas da Covid-19 ainda não são totalmente conhecidas. Diversos estudos buscam compreender e oferecer tratamento e acompanhamento para as pessoas que tiveram a doença causadora da mais recente crise sanitária mundial. Como saber se os cuidados estão adequados? A resposta pode estar na pesquisa que começa a ser desenvolvida na Universidade de Passo Fundo (UPF). Um ensaio clínico que conta com o trabalho de mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Envelhecimento Humanos e acadêmicos do curso de Fisioterapia, quer verificar os efeitos de um protocolo de intervenção fisioterapêutica na síndrome pós-covid.

Um dos estudos é liderado pelo professor Me. Matheus dos Santos Gomes Jorge e integra as ações do seu doutorado em Envelhecimento Humano. Ele relata que tem trabalhado com pacientes pós-covid-19 desde 2020 e observa a importância da fisioterapia para estas pessoas. “Diversos protocolos de Fisioterapia já foram delineados por associações e conselhos, embora as evidências ainda sejam escassas sobre os seus efeitos na fase pós doença, sobretudo em relação ao Método Pilates, uma das intervenções que estamos nos propondo a fazer”, pontua.

Matheus explica que a pesquisa é do tipo ensaio clínico randomizado, ou seja, com pessoas escolhidas de forma aleatória. Durante as fases, que terão duração de oito semanas, serão avaliadas pessoas que tenham idade entre 20 e 80 anos e que tenham tido Covid-19 há pelo menos 3 meses. 

Depois disso, o professor explica que os indivíduos serão sorteados para realizar a intervenção fisioterapêutica em um dos três grupos: exercícios supervisionados, Método Pilates ou orientações domiciliares. As intervenções ocorrerão em 16 sessões, na Clínica Escola do Curso de Fisioterapia da UPF, exceto o grupo que terá orientações domiciliares. “Este projeto oferecerá o serviço de fisioterapia gratuitamente. Após as intervenções iremos averiguar nossos resultados e caso constatados os benefícios da fisioterapia iremos ofertar o tratamento para reabilitação fisioterapêutica até a alta do paciente”, observa.

Trabalho interdisciplinar que traz resultados para a comunidade

De acordo com o professor Matheus, a parceria entre o curso de Fisioterapia e o PPGEH ocorre desde o início das atividades do Programa. Por meio dos trabalhos em conjunto, profissionais que realizam seus mestrados e doutorados permitem o desenvolvimento de ações interdisciplinares, envolvendo diversas áreas como a medicina, enfermagem, educação física, fisioterapia, psicologia, entre outros. Exemplo disso é que, atualmente, aproximadamente 20 estudantes, entre graduandos, mestrandos e doutorandos participam da pesquisa.

Orientadora da tese, a professora Dra. Lia Mara Wibelinger, ressalta que a grande importância dessa pesquisa está na possibilidade de verificar se os protocolos até então aplicados são benéficos para os pacientes com síndrome pós-covid. Lia Mara também destaca que a pesquisa será abordada em todos os níveis de formação. “Além do da pesquisa feita pelo professor Matheus, o estudo vai gerar resultados de outros trabalhos, permitindo que a investigação seja ainda mais completa. Os levantamentos ajudarão outros quatros Trabalhos de Conclusão de Curso, quatro dissertações de mestrado e mais uma tese de doutorado”, observa a professora.

Ela comenta que, até o momento, os estudos realizados foram observacionais, mas agora, passados dois anos, como profissionais da área da saúde, a equipe busca verificar se os recursos utilizados são eficazes para a recuperação de todos os sintomas que se mantém depois que o paciente teve Covid – até dois anos depois. “Vamos poder verificar se esse protocolo utilizado é eficaz para a recuperação dessas sequelas que são persistentes, como fadiga, complicações cardiorrespiratórias que implicam na vida dessa população. Imaginamos que, com esse estudo, possamos contribuir com a qualidade de vida das pessoas que passaram pela Covid”, pontua.

A professora lembra que a primeira fase da pesquisa deve se estender até julho, e no segundo semestre uma nova coleta será organizada.