Pesquisa e Inovação

Entendendo a experiência do usuário com aplicativos de saúde a longo prazo

16/10/2019

10:42

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Divulgação

Pesquisadores da UPF abordam o tema em artigo publicado na revista científica Computers in Human Behavior

Como a experiência do usuário (UX) acontece a longo prazo no uso de aplicativos de saúde? Essa foi a pergunta que motivou a bolsista CNPq DTI-C, Me. Daiana Biduski, e que conduziu sua pesquisa de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada da Universidade de Passo Fundo (PPGCA/UPF), também vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Envelhecimento Humano (PPGEH). Os resultados estão no artigo intitulado "Assessing long-term user experience on a mobile health application through an in-app embedded conversation-based questionnaire”, publicado recentemente na revista científica Computers in Human Behavior. O estudo tem coautoria da professora orientadora, Dra. Ana Carolina Bertoletti de Marchi; do egresso do PPGCA, Me. Ericles Andrei Bellei; do bolsista de iniciação científica João Pedro Mazuco Rodriguez; e da professora Dra. Luciana Zaina, pesquisadora parceira na Universidade Federal de São Carlos.

De maneira geral, os aplicativos de saúde são projetados para uso a longo prazo, como no tratamento de doenças crônicas. Entretanto, suas taxas de uso efetivo ainda são limitadas, pois um desafio considerável é manter o usuário engajado ao longo do tempo, evitando a perda de interesse. Nesse contexto, avaliações de UX de longo prazo são importantes para conhecer como o comportamento e a intenção dos usuários evolui com o tempo e a familiarização no uso desses aplicativos. Apesar disso, a maioria dos métodos de avaliação de UX existentes concentra-se em episódios únicos ou experiências momentâneas, e não a longo prazo, já que esse tipo de avaliação é desafiador por envolver técnicas de observação recorrentes que podem se tornar invasivas e de difícil realização.

Nesse cenário, o artigo dos pesquisadores da UPF traz duas principais contribuições. A primeira detalha as características observadas na interação de usuários com um aplicativo de saúde, de maneira longitudinal e cumulativa, ao longo de 3 meses. Entre os relatos, estão a evolução dos aspectos hedônicos e pragmáticos da UX, pretensão de uso, barreiras, sentimentos dos usuários, aceitação, relatos de episódios satisfatórios e insatisfatórios, entre outros. A segunda principal contribuição é seu método inovador, que apresenta uma técnica promissora de coleta de dados. O método expõe como os pesquisadores desenvolveram um chatbot com interface conversacional para ser incorporado dentro do aplicativo e perguntar ao usuário, automática e periodicamente, como estava sendo sua experiência de uso.

A importância da publicação é ressaltada pelos autores. "Esse artigo passou por um exigente e rigoroso processo de revisão. As taxas de aceitação na Computers in Human Behavior são muito restritas. Mundialmente, essa é uma das mais renomadas revistas científicas da temática de Interação Humano-Computador. Está consolidada com um alto fator de impacto e Qualis A1 na área de Ciência da Computação, o mais alto da categoria na avaliação da Capes. Essa publicação representa uma grande conquista para nós e a UPF. É a confirmação do potencial e da inserção internacional das pesquisas que vêm sendo desenvolvidas aqui", comentaram.
 
O artigo está disponível neste link